gostava de escrever uma prosa, que fosse qual uma rosa, que se desdobra perante o teu olhar;
gostava de te enviar um recado, estar lado a lado, para te bem poder voltar a abraçar
gostava de dar vida a estas linhas, para que a tua palavra na minha, fosse uma voz só entre nós
gostava de dedicar-te poemas, trovas melodias e temas, para assim mostrar que poderemos voltar:
a ler letras de gente, entrelaçadas por entre tinta pingente, qual as notas coloridas das melodias mais vivas
e dos hinos de louvor - à esperança, ao sonho, ao amor - dizer em verdade que tanta felicidade se fizesse por humanidade ao se reencontrar nesta cidade o agasalho de se estar sem mais...
perdido entre as ruas e avenidas, sempre vazias, cheias desse bem querer;
não importaria nem quando nem onde, tu estarias ali - e eu correria, qual voz de alegria - ao teu encontro outra vez...
e ir sem mais hesitar... olhar iluminado... e ver o teu olhar com o rosto bem mostrado... e nesse corar de esperança, menina mulher ou criança, ser de novo a acreditar,
que vou para aonde bem quero e não tanto aonde desespero por voltar...
e voltar conhecer-te uma e outra vez
ser sempre novo, qual a flor que renasce, nessas pétalas singelas, transparecidas à luz do luar, nessas folhas quais janelas que se abrem de par em par;
nesse caule sempre agitado... pela brisa sem estar enjeitado... cabelo ao vento... momento desse sustento... que nos enleva aonde o tempo é sempre vogar...
e nessa barca silente.. passar por entre a gente e ver-te assim... a surgir... devagar
... qual da névoa vespertina... por entre a rotina, qual da simples neblina - dos rios e vales que se abriam quando olhávamos pela primeira vez...
abrir de par em par... braços que servem para abraçar... linhas que caminhamos... e letras... tantas letras secretas de músicas que sempre inventamos...
agora quais ecos sonoros nestes lugares virtuais... antes risos bem prezados... de mão dada traçados... pelos caminhos que trilhamos entre os verdes mais simples e iguais...
florestas de árvores humildes... e ecos de passos simples, que jamais nos vão assustar...
e no coração o tempo fazendo sentido... e à volta descrita a palavra amigo... abeirando sempre sem se perguntar...
chegando sempre antes de se anunciar... esticando um pouco o ser a passar para ver mais no olhar:
universos dessa intimidade que se partilhava na cercania... cosmos viventes quando entre tantas gentes a tua voz assim ouvia e nos unia... e sabia distinguir a alegria entre tanta melodia afim...
agora qual uma estrela pequenina, quanto mais sozinha na noite mais brilha, por não se ver estrelas como a tua assim... ainda em mim...
...ora a pairar sobre os seres humanos, a serem reflexo por entre os rios e lagos... a se deixar estar num qualquer lugar...
na névoa de uma manhãzinha sempre fina... qual cortina feita à mão... pintada com cores garridas que refletem ecos de todos os dias e celebradas sempre perto do coração...
...quem as via nos ecos da tardinha, quando voltava a ver o que não se tinha... apenas cuidar o tempo e lugar para se voltar...
...a sonhar qualquer ser simples sonharia... poder estar assim um dia... e repetir sem mais o bem querer... e assim anunciar espelhados... os olhares por todos os lados... já não mais fugidios - fixados - sem terem tempo a perder...
...ora algo a temer...
nesses lugares aonde o som dos altares de cinza e betão, refletiam as gargalhadas das crianças aninhadas por aqui e além... sempre emoção... que era singela, que não corroía, poisava à janela...
a ver o tempo germinar... e quando ria... a idade sem tempo reconhecia, a mesma humanidade por aqui e além a acontecer...
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