o coração da cidade lateja
o ser humano almeja
e a comunidade sonha
qual ir e voltar
a paraísos etéreos
aonde já não tão sérios
deixamos as máscaras voar
encontramos fundamento e voltamos a renascer
e nas asas do vento, recuperamos alento para acreditar
e nesse exercício
jamais programado,
por tudo e em todo o lado
ouvimos e vemos o ser humano
de novo a voltar a crer...
nessa tua humanidade jaz a minha
nessa tua verdade assim cresce
esta melodia que ressoa triste
entre a voz que anoitece sem querer
e na vontade ainda aninha
essa nossa sorridente criança
sendo sempre a que definha
volta sempre para nos perder
do que pensamos ser
do que nos prende ao se prender
do que nos faz voltar a errar
nem a linha nem a aresta nem o livro nem tudo o que se apresta
a se deixar tomar, com algo de realidade, sentido comum e verdade
sonhar que estas aqui, que estes milhões de humanidades também sorriem por ti
que nestas melodias sem pares, também estás ali,
aonde se juntam dois ou três em teu nome
sem o saber de cor qual ser que some, voltas uma e outra vez
é a tua simplicidade, o que é mais vivo sem ter rosto ou idade
é o teu jeito de estar sempre ai, quando lês palavras sem rosto
quando dás cor e luz ao meu sentido tosco
quando iluminas poesias,
e abres veredas aonde se não viam
e ficas mais perto na lonjania...
és tu que me fazes voltar
a crer, a erguer, a creditar e sonhar
e se não estivéssemos ébrios desta solidão
se não estivéssemos a cantar e dançar ao mesmo som
tantas rimas perdidas, tantas palavras vazias, tantas linhas expeditas
e gestos técnicos que não ditas, ficariam aqui por demais...
este espaço, por entre todos os virtuais
é para ti que sonhas e não sentes seres a mais
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