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terça-feira, agosto 28, 2012

Cinzas

a caminho do novo tempo

Há um caminho para tempo renovado - esse caminhar é concretizado no ser humano amado: no ser humano que escolhe se libertar através do termo amar...




Um amor sólido, um amor sereno.. um amor anti-conceito: baseado na pele, na presença concreta do ser humano a teu lado;



Um caminho com um fundamento - uma pedra basilar - assente em raízes profundas gravadas no mais interno da nossa existência particular : a vocação ao encontro, ao abraço - ao sentir outrém que não o próprio e integrar o ser no ser amado...



Expandir a vida que em mim palpita para dentro de um outro - que tenha uma história, uma personalidade, uma forma de ver e viver... que juntos aceitem o caminho, o desafio e o compromisso - e que a força de vontade que nos é dada: fogo verdadeiro - seja o elemento decisivo nesse mesmo caminhar;



É o pragmatismo óbvio - o de que - sem um alguém com um nome concreto, uma pele que toca a minha, uns braços que me envolvem... disposta a se entregar por mim num "nós" desconhecido e que desafia as fronteiras antigas; - linhas negras parasitas, gravadas a ferro e fogo pelo jogo social actual: apelando ao individualismo e à fantasia de se encontrar um qualquer paraíso idílico numa profissão, num lugar geográficamente definido, nalgum tipo de relacionamento humano de meio termo, em algo nunca antes experiênciado pelos biliões de seres humanos que percorreram estes eidos precedendo os nossos passos e que firmaram o mundo que ousam estes agora espezinhar e escarrar como se fosse lama...



Há um mundo novo a nascer no humano que lê estas linhas: o mundo que vire o seu foco de atenção para uma pessoa em concreto, uma relação específica, um construir de tempo e espaço para que essa nova forma de estar e ser - dual - tenha substrato para se alimentar e crescer com qualidade e vida plena.



O ser humano - isolado - é fácilmente predado.

Pelo sistema ideológico vigente, pelo marketing agressivo que esconde a visão mais profunda e concreta do mundo que nos é dado a experienciar; pelos grupos e ideologias que arrastam os dons individuais para se misturarem como cores sem vida numa palette alheia...



O ser humano em relação - tem força; o ser humano com um foco em alguém vivo - tão humano como ele mesmo - ainda que dispar: contraste e complemento da sua própria e igual essência humana - ganha força... torna-se verdadeiramente livre.



O tempo e atenção que disponibilizo aos "pacotes humanizados" em ambiente profissional - NÃO;

É tempo de qualidade igual a õ..... quase zero;

são os papeis sociais que imperam e a prioridade é o desenvolvimento de uma rotina - o humano não se alimenta e esmorece - dentro de mim que alimento e do outro que se alimenta... há que mudar: a humanidade esmorece por falta de ar... amar verdadeiro e real - usa o teu tempo para te libertar... JÁ!



Actualmente as linhas de defesa recuaram tanto que já nem a atenção consciente - a razão que motiva a praxis parece suficientemente forte para conter a FALÁCIA: a justificação lançada num misto de argúcia e cega ignorância - para perpetuar o factor DÔR/ SEPARAÇÃO;



NÃO! a justificação que - falaciosamente - a estrutura social (FEITA DE "PERSONA"= MÁSCARAS) apresenta ao ser que sofre por estar semi-desperto - é suficiente para tapar o Sol exterior com uma PENEIRA: servimos um sistema idealizado para nos permitir BEM-VIVER - então porque não sentimos assim?...



Este sistema, actualmente baseado na completa falta de humanidade - incluiu a tal "peneira" ou o "sucedâneo" (um chocolatinho a meias que serve para calar os "parvos" - algo assim como a cenoura que se lhe coloca à frente do olho do burro para o motivar a caminhar em frente - mesmo que "em frente" seja o próprio abismo);



O Sucedâneo, actualmente (e se - por um ligeiro acaso - se pensasse em "sanear" os serviços é algo assim como ("existimos para o servir!" que traduzido à letra significa: "servimo-nos de você para gerar lucro"):



refinamento de serviços... falácia enorme que mesmo os mais visados toleram como mal menor que permite a este cancro civilizacional continuar a drenar as forças vitais e humanas da nossa existência...



Venderam-nos o IDEAL idôneo para ENCHER BOLSOS da banca... AGORA - É este o IDEAL para que o BEM-ESTAR humano prevaleça?



Como humano - que é mais importante? Um telemóvel, televisão, computador ou o ser humano que amo?

Que é mais importante, o ideal que defendo ou o sentimento que me faz existir como homem? A máquina emite determinismos vários... mas será a máquina amada integralmente como um ser semelhante com "imperfeições" que me fazem sorrir para quem reconheço como ser entranhado no meu ser ?

Uma casa é necessária - quantas casas construo ao longo da vida de trabalho? Quanta energia gasto para gerar o ninho onde o amor se consume em cada dia que passa? Quantos carros adquiro ao longo do meu caminho que me possam levar para mais perto do meu amor? e - já agora - porque me tenho de distanciar dela em primeiro lugar?...



Quem manda nisto? Qual o seu interesse?

Partilhará a minha mesma humanidade, sentirá o mesmo desejo de abraçar o ser amado ao chegar o fim do dia? Despertará com o mesmo hino de louvor ao despertar ao lado da mulher que ama, do ser que sabe ser o sentido da sua vida?

Somos liderados e levados por humanos ou por seres ocos, desprovistos de mais humanidade do que alguns ideais lidos em livros, passados por cooptação e que não são nada mais do que pó ao vento sem o sangue e carne amado que lhe deiam sentido e vida?...



Como homem desejo amar uma mulher - em concreto.

Quero tempo, tempo de qualidade, atenção consciente e recursos para desenvolver esse vínculo.



Para que tenhas uma ideia do perto que estamos de nos animalizar - garanto-te que este vínculo afectivo é tão importante como as tuas necessidades humanas básicas (como comer, dormir e afins) e - não podendo ter uma garantia PLENA, TOTAL, e INQUESTIONÁVEL de que podes desenvolver esssa relação HUMANA DE QUALIDADE - te/me/nos estamos a aproximar do nível mais baixo da animalidade não racional;



É isto que o sistema actual está a construir - humanos de aspecto embelezado e conteúdo deturpado...



Como anedota geral básica - cá vão umas contas: tão queridas aos "Senhores" deste lugar:



Dedico 8-9 horas ao trabalho. Associo 1-1/2 hora ao transporte desde e para o trabalho; anexo as funções básicas de antigo caçador/recolector - caço no hiper e recolecto no shopping... preparo os alimentos em casa da forma como posso... movo o corpo que foi feito para mover e que fica confinado nas suas horas diurnas - nalguma sala climatizada onde pago para ser o que sou - e depois chego a casa: disposto a dormir 8 horas para render no trabalho :



não para VIVER - mas para ser um bom servil... no meio disto - e cada quem com as suas - ainda há tempo para encontrar esse "alguém" que se pretende amar?

Com que tempo?

Com que disponibilidade?

Com que energia vital?!...



Com que vontade que não a de um impulso humano básico sem refinar por tudo aquilo que somos e - simplesmente - não somos convidados a exercitar?...



Mais contas do PAÍS DAS MARAVILHAS que pretensamente estamos a habitar:



Adquiro a preço de sangue e suor electrodomésticos que me garantem que vou ter mais tempo para dedicar ao mais importante - ser, relação, família

Depois o erro nas contas: todos os dias - termino vencido ao constatar que cada vez tenho menos tempo para dedicar...

Depois o pequeno puxão de orelhas: como faziam os do passado para desenvolver as relações de raízes profundas que alicerçaram culturas ao longo de milhares de anos sem tanta treta virtual de suporte?



E - se tudo isto não for suficiente - para onde vai toda a força vital que se move em mim e que - constantemente - enterro num campo que se nega a dar frutos ou florir?



Onde está o furo?... para onde se esvai a MINHA VIDA?



A essencia VITAL que me foi dada a viver?



Terei entrado no "Shopping" DA VIDA?

Tantos estímulos atraentes serão assim tão vazios de conteúdo vital?

Fui realmente educado - pela vida e experiência dos meus semelhantes, para saber distinguir o que é verdadeiramente nutritivo para mim daquilo que é verdadeiro e oco lixo para o meu caminho de viver? Não lembro de ter aprendido isto na escola que levou um terço da minha suposta vida "ÚTIL"...



Tantos estímulos preparados para cativara atenção... ai shopping, shopping... termino o meu percurso vital esvaído, cansado, vazio (pelo menos de carteira mais leve, tendo adquirido algo que não queria mas que me foi - de alguma forma - impingido)... assim, meio embriagado nas luzinhas da ribalta social da moda sou largado na porta do estacionamento - com uma dor de cabeça brutal - por me martirizar por tanto cartaz luminoso, promoção tentadora, oportunidade única... por tanta banalidade que deixei por explorar... e fico com dor de consciência - por não gastar :)



É que - antes - havia um foco claro, raízes de relação profundas e aspiração ao alto...



O Foco no ser humano amado, amor que se transformava em opções diárias para construir pontes, estabelecer bases para que esse amor: conceito sentido, sangrado e vivido em cada passo a dois percorrido: cada vez mais pragmático em tempo partilhado, espaço no que se convivia.... família que se gerava... refinamento no trato e na forma como nos víamos e sentíamos: tudo à luz do amor que colheitamos com nosso próprio mérito: simplesmente por pegar no embalamento da vida e fazer dele um cantico ao entendimento universal entre seres dispares -homem e mulher - pertencendo a um mesmo esforço na busca do deleite da grande e ansiada coesão;



Agora - desperta! Fica Alerta: a tudo o que dói e faz sofrer - a tudo o que as ligações profundas pretende fazer morrer, a tudo o que drena a tua vida e - viral - torna dolorosos os gestos mais banais - de dar, de sorrir, de falar, de partilhar... quem te rouba o tempo para desfrutar - de um bebé no teu colo, de uma história de idoso num parque ou de simplesmente ficares deitado a ver o por de sol com tendo no colo a pessoa amada?



Uma qualquer força começou a desestruturar a base e a cabeça do templo no que a humanidade habita...



Decapitou-se a estrutura de suporte e gerou-se: desde uma abstração de um suposto mundo greco romano - uma invenção que ainda nos está a custar tempo a compreender como falaciosa: no dia em que as máximas responsabilidades se assumam com o máximo de consequências, poderemos ter homens e mulheres de fibra destinados a gobernar - até lá teremos oportunistas virtuais, formados por um sistema escolástico para orientar as vidas reais feitas de sangue e suor humano.



Quando houver gentes escolhidas - depois de anos de prova constante e sem mácula - da sua lealdade e serviço às comunidades, serviços e funções que desempenham - teremos líderes solidos - com verdadeiros valores vivos a suportar as suas atitudes e não apenas leis mortas ou constituições que se possam mudar de um momento para o outro como convenha ao status quo da Oligarquia;



A verdadeira vida começa por dentro.



Para equacionar o seu valor pensemos nos milhões que se suicidam todos os dias: nas drogas, na depressão e nas psiquiatrias, nas vidas vazias ou nas tentativas obsessivas de encontrar a vida que cada célula exige.



A verdadeira vida começa num abraço, num peito batendo em uníssono, na força de vontade para dizer não a todos os apelos que parecem reais e que - no fundo - apenas nos afastam desse abraço, dessa pertença: desse foco que é REAL - para um mundo de ideias que é IRREAL e que nos está a consumir a vida em brincadeiras sem graça.



Esse mundo - verdadeiraMENTE virtual - deve cair: cair para o lugar que lhe corresponde no ser humano: elevar a sua consciência para a vida que lhe é proposta a viver - englobar a sua animalidade num sentir vibrante que tenda ao extase e à vida que se manifesta de forma plena numa entidade concebida para ser centro deste lugar-jardim que nos foi dado habitar...



O inimigo OBRIGA: rasga os laços de união entre homem e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos... destrói a noção de nação, o conceito de sangue, esforço ou sacrifício pervertendo-os em prol de um sistema idílico retirado de romances de Orwell e Huxley...



É o domínio dos que não sentem... é o reino dos mortos sobre os vivos.... aqueles que servem a morte e as suas múltiplas formas de tiranizar o mundo - pelo medo, a ignorância ou a dúvida sobre algo ou alguém...



São os senhores do mundo que se servem da vanidade humana para construir seus castelos efémeros e enterram a grandeza de um abraço debaixo de horas de serviço vazio, sorrisos a meias, palavras forçadas, tons de voz modulado...



São essas entidades que roubam à humanidade o seu dom mais precioso - a sua naturalidade; e que ainda por cima mente ao procurar confundir a naturalidade do carinho e da solidez do sentimento puro com animalidades e bestialidades várias que eles próprios praticam por serem seres mortos e despidos de vida, alma ou coragem...



São as elites dos fantasmas: daqueles que se deixaram despojar da sua vontade de dizer “não”!, do seu conceito interior de vida e verdade e mergulharam no programa de desumanização de elites que agora procuram impor à massas de forma sistemática e - imperceptivelmente - eficaz.



A cura está no abraço humano. A cura está em ter RAZÕES para agir e não DESCULPAS - para se arrastar e sobreviver...



Dizia uma música "if you tolerate this, then your children will be next"...



É assim que estes tempos "correm" - já não há tempo para abraçar e para amar... essa prioridade foi-nos lenta e subtilmente apagada do corolário de prioridades na organização de um dia; e custa tanto despir as barreiras coleccionadas ao longo do dia para chegar ao ser amado - olhar transparente e iluminado - e declarar que a vida é vazia se ela não está nela com sua força e presença viva!...



Pois o amor foi comercializado, transmitido e enlatado em filme e série produzida para cultivar as massas...

O amor próprio, o Único - aquele gravado em cada coração humano de forma única - esse foi abafado na corrente dos dias que se arrastam e das horas que passam - sem nada para lhes dar vida...



É ouro vital que escorre por entre as mãos! - tudo para comprar o ultimo modelo de algo que não se necessita... ou simplesmente para se manter a flutuar enquanto o barco vital se arrasta para o Grande Mar



O caminho está em escolher UMA PESSOA... (e não ouças a voz da insídia que te diz - escolhe-te a ti primeiro! – essa voz viperina leva à perdição por isolamento!);



O caminho implica dar a mão... e deixar que essa mão esteja lá presente SOBRE as mesas mais sociais: sobre os jantares mais rococó, sobre os encontros mais familiares e formais... porque essa mão dada é o símbolo de um poder que se não impõe e que tem mais força do que todo o teatrinho humano que tanto veneramos.... é o símbolo de que a religião dos tempos modernos não mais força do que as mãos que se amam - unidas - razão pelas quais toda essa fantasia meio perdida ainda existe... se não já teria sido varrida pela própria vida: simplesmente por a não servir...



O caminho implica o abraço até que o coração que se "pensa" só (corações que pensam são espécies difíceis - são impossibilidades geradas pelos abortos modernos) SAIBA aquilo que sempre soube - que só não está - que existe PELO MENOS UM CORAÇÃO gerado para bater no seu mesmo tom... não porque algum iluminad@ de ocasião regulou sua respiração para estar com batimento igual - mas simplesmente porque - na entrega e na verdade - os dois tendem a se encontrar...



... porque é assim de bom e maravilhoso o plano original de amor e encontro que nos pretendem fazer ignorar, vilipendiar ou desconhecer...



O caminho vai - passo a passo - quando se abandona tudo: as riquezas pontuais - como o estatuto, o poder económico, as crenças abstractas que nos são dadas a "mamar" todos os dias em séries de televisão fantasiosas e em programas de educação com fantasia enganosa por não conduzir à felicidade do ser e apenas ter como prioridade o alicerçar de conhecimentos - que como paredes - cobrem o sol da vida interior de certezas falsas e de imagens de um mundo inexistente...



e - por força de uma força maior: que queima desde dentro e que tudo arrasta - colocamos todo esta montanha de entulho, de conhecimento vazio e crenças que levam a nenhures no caixote do lixo da fonte UNIVERSAL:



o que era aparentemente inabalável (como uma certa montanha para aqueles que falavam de fé) - simplesmente - é humilhado... o gigante sistema, o colosso poder económico, o omnipotente ego - nós os pequenos, os que apenas apostamos no ser que amamos vergamos para servir a escolha consciente de se entregar a outrém que simboliza um nós que brilha mais forte do que o Sol - porque enquanto o Sol se cansa e descansa de noite - o Nosso amor brilha de dia com tal intensidade que noite e dia são estados da nossa mesma luz...



Os desvios a este renascer? A este querer viver? A este mergulhar - com a loucura de amar - que nada nem ninguém pode parar?



Eu digo:



O maldito senso comum... as pessoas limitadas que habitam nossas portas e entradas - aqueles que nem querem nem deixam entrar...



Como nos matam esses?

que nos roubaram o sentido de existir, de viver e morrer como humanos... nos pregoam, garantem e até obrigam com o poder que neles depositamos a viver como carcaça ambulante que sorri quando puxam fios e depois esmorece em silêncio na hipocrisia da sociedade que cala o destino ao que nos condena - cada vez de forma mais acelerada, fria e desapiedada...



Prometem o fulgor ao vencedor - ao que vence em carreiras e competições - seja à mulher pelo poder de regular a sua vida seja ao homem pelo poder de ser bem sucedido... quando - no fundo - o poder corrompe uns e outros e os abraços que se deviam dar para manter a coesão que nos manteve humanos e vitoriosos até aqui, se vai esvaindo...



Para que força obscura trabalham estes ocos, estes túmulos vazios de branco caiados?

Que Potencia pretende absorvera felicidade humana e transforma os sorrisos e a espontaneidade numa marcha militar de fantoches sem cor, vontade ou coragem?...



São MENTIRAS que se vão contando ao amor: mentiras por falta de coragem ao não se admitir que é o UNICO caminho... mentiras que falam de como ignorar o óbvio - o toque da minha pela na tua, a certeza da tua presença, a alegria do teu olhar iluminado, da tua simplicidade quando passeias na rua, da jovialidade de dançar juntos, de brincar em casa pelas pequenas peripécias que nos aconteceram durante o dia...



Quem nos obriga a renegar desta nossa vida e pretende substituir o ESPÍRITO da PRÓPRIA VIDA por uma marcha programada de robots sem alma nem amor?



Renegaremos do mais sagrado e ficaremos com as cinzas que parecem reais mas que nos dão menos que zero... ou lutaremos - com tudo o que somos: pelo amor que é nosso cunho primeiro e derradeiro,; pelo abraço entre os que se amam, pela mão dada entre os que se querem bem, pela dança e canto em sintonia pelos que partilham a alegria...



ROMA CAI – VAI!

segunda-feira, agosto 20, 2012

Sem medo a Nada

Sem medo a nada - com um outro coração entre os braços... ser humano é estar completo... no abraço me encontro - no teu peito desperto - sol que renasce - vida sentida se fazendo sentido de existir





Alex Ubago y Amaia Montero

"SIN MIEDO A NADA"


Me muero por suplicarte

Que no te vayas, mi vida,

Me muero por escucharte

Decir las cosas que nunca digas,

Mas me callo y te marchas,

Mantengo la esperanza

De ser capaz algún día

De no esconder las heridas

Que me duelen al pensar

Que te voy queriendo cada día un poco mas.

Cuanto tiempo vamos a esperar



Me muero por abrazarte

Y que me abraces tan fuerte,

Me muero por divertirte

Y que me beses cuando

Despierte acomodado en tu pecho,

Hasta que el sol aparezca.

Me voy perdiendo en tu aroma,

Me voy perdiendo en tus labios que se acercan

Susurrando palabras que llegan a este pobre corazón,

Voy sintiendo el fuego en mi interior.




Me muero por conocerte,

Saber que es lo piensas,

Abrir todas tus puertas

Y vencer esas tormentas que nos quieran abatir,

Centrar en tus ojos mi mirada,

Cantar contigo al alba

Besarnos hasta desgastarnos nuestros labios

Y ver en tu rostro cada día

Crecer esa semilla,

Crear, soñar,dejar todo surgir,

Apartando el miedo a sufrir.



Me muero por explicarte

Lo que pasa por mi mente,

Me muero por intrigarte

Y seguir siendo capaz de sorprenderte,

Sentir cada día

Ese flechazo al verte,

Que mas dará lo que digan

Que mas dará lo que piensen

Si estoy loca es cosa mía

Y ahora vuelvo a mirar el mundo a mi favor,

Vuelvo a ver brillar la luz del sol.




Me muero por conocerte,

Saber que es lo piensas,

Abrir todas tus puertas

Y vencer esas tormentas que nos quieran abatir,

Centrar en tus ojos mi mirada,

Cantar contigo al alba

Besarnos hasta desgastarnos nuestros labios

Y ver en tu rostro cada día

Crecer esa semilla,

Crear, soñar, dejar todo surgir,

Apartando el miedo a sufrir.




Me muero por conocerte,

Saber que es lo piensas,

Abrir todas tus puertas

Y vencer esas tormentas que nos quieran abatir,

Centrar en tus ojos mi mirada,

Cantar contigo al alba

Besarnos hasta desgastarnos nuestros labios

Y ver en tu rostro cada día

Crecer esa semilla,

Crear, soñar,dejar todo surgir,

Apartando el miedo a sufrir.

domingo, agosto 19, 2012

Canto aos jardins Prohibidos


Os tempos e as máscaras... as "persona" exigem que paremos; condicionam e controlam o coração inflamado - que nada mais pretende do que se entregar em linhas, palavras - seu fado... numa dança interminável de espirais entrelaçadas... que una mãos... e sonhos e esperanças num fluir novo... rio de estrelas que marque caminho para o local mais belo deste hemisfério distante...

Mentiram as vozes ao afirmar a terra esférica - esférica é a ânsia contida que espera a sua saída do coração humano. Êxodo verdadeiro esperando um pioneiro para estilhaçar vidraças...

Esse mundo ainda está por descobrir - não te deixes esmorecer - tu que estás a despertar e a ver...

Mais do que as linguas que separam, do que os géneros que nos fazem ver o mundo por outros olhos... espelhos dignos que nos reflectem de outras formas...

Mais do que as palavras que se entrelaçam e que - nas definições nos espaçam - por reduzir essa essência que rodopia e que a vida pretende muito mais viva!...

Tenho distribuído dons... de forma patética - admito;

No último caminho de santiago tirei tantas fotografias... queria partilhá-las de seguida - para que muitos vissem e se apaixonassem... e caminhassem para ver, reconhecer e vibrar ,mais amor do que aquele já é seu na sua vida de paz... e dor...

Curioso foi o pagar a conta do roaming - mas isso é um mal menor - estou aqui para viver e para esmorecer cantando...

Como dizia uma frase bela à saída do ginásio onde tanto amei a arte marcial "Polvo seremos: pero Polvo enamorado"...

Em cadasorriso de criança apetece tecer um poema... em cada por de sol ou passeio pela areia - entre vagas que se enrolam nos pés descalços...

Entre cada mão que se dá e se entrega - sem saber quem agarra e quem se deixa... em cada abraço no que o coração palpita no centro do peito e se faz um por ser um a tempo inteiro... coisas bizarras... pequenas... tão simples - e por vezes tão deixadas de parte - traduzindo verdades imemoriais - que nem Jung e arquétipo, nem livro sagrado ou toráh poderá algum dia conter nas suas palavras firmes e seus bloques de vida pagã...

Palavras vida - me dizia alguém um dia ... primeiro elogio verdadeiro que me preencheu por inteiro vindo de um ser que é dança pura, fogo vivo quando circula pela sala preenchida de seres que querem amar...

Cada um de nós uma nota, cada um uma cadência dessa harmonia universal que se espera e não começa mas que já se está a ensaiar...

Palavras de vida!... é isso ao que este ser aspira - a ver o Sol por e relatar o seu renascer... olhando Lucifer e entender que porta a luz de ponta a ponta do obscuro para que a luz se não extinga do coração e olhar Mortal.... por isso lhe chamamos Vénus... ambas as estrelas o mesmo círculo a se complementar e que apenas os conceitos entravam aquilo que a vida pretende unificar...

Que as palavras nos telefones podem ser para animar, para motivar e encantar...

Que há gente - como eu - que se sentou numa tarde de Inverno - quatro anos ternos - a compor uma poesia à chuva...

Como aprendera a escrever - não o sei. Compus e escrevi o que "ouvi" até que - por milagre - os raios de sol começaram a raiar...

A partir dai escrevi... como se a palavra fosse mais eu do que o braço ou a perna... pois basta sentar numa mesa e deixar que flua e saia e dance em sintonias várias no coração da mente que desperta para o ser singular...

Por isso me espanta - que palavras de vida, que sonhos, que poesias... simplesmente se esvaiam... como gotas de chuva numa vidraça fechada.... em tarde de Inverno na que o calor está dentro e a chuva parece vazia para quem a não sabe sentir... e ouvir...

Pois sua melodia intensa - trespassa a alma densa - e faz o coração latir... melancolia...

Tal como o pássaro Primaveril luz e vida anuncia e Vivaldi nos faz sentir água em chuva fina e pássaro que canta e alucina num entramado de cordas pregadas num pedaço de madeira curtido ao sol... que um certo humano desperta e transforma em vida, arte e Amor...

Mistério avassalador!!!

Quem comanda a dança meu irmão? quam faz do ponto e da linha a ilusão... da arte, da vida e do coração?

Ou visto desde outra perspectiva - será a verdade o que vê a mente definida ou será mentira o que compõe a luz singular que se vê com o sentir maior?

Aqui fica o pedido de desculpa - por plantar flores em jardins alheios - pensando que de flores estão todos cheios e que apenas necessitam uma ou outra mais garrida - tal como este coração aspira - para ser jardins melhores... verdadeiros jardins de flores... de vida... antes que a vida se esvaia sem deixar uma única palavra que fale de ti... de mim... de nós...

sábado, agosto 18, 2012

Bi(b) o poetica mente



Cada Jóia deVida merece um altar. Cada sorriso uma câmara de vida neste ser para a guardar e cada encontro uma porta aberta para de novo procurar.

Há perseverança nesta forma de ser - é assim ou deixar-se morrer - ficam (para ti que sabes e lês) a saudade e a inquietude.

Saudade do tempo que passou e daquilo que ficou.

Inquietude por sentir quanto irá de novo florir a flor de Verdade...

Obrigado a ti - luz da Vida - por existir nesta guarida do caminho cinzento que se trilha... e destila

Dia a Dia...

sexta-feira, agosto 17, 2012

O quanto se espera tão pouco...



Mais de quinze mil biliões de anos para fazer com que o "Universo" entrasse em pele humana e falasse de si para si...

Mais de dez mil anos para que os macaquinhos enjeitados aprendessem a guardar as dicas que os avós não cansam de repetir...

Mais de trinta anos para começar a descobrir que não se quer bem ser o que nos disseram que devíamos ser...

Mais do que um batimento cardíaco para separar a linha entre viver... e morrer...

Enquanto o sol circula e o tempo apura - a ânsia de viver se esvai em múltiplos filmes e historietas, de montes e vendavais...

É no gajo que passa e que é o homem dos teus dias... na miragem ondulada que te despoja da carteira, do sono e das companhias...

É na viagem que tresvasa as fronteiras do teu mundinho conhecido e do "pessoal banal" - para teres histórias floridas, experiências vividas fora do teu cerco artificial... pitoresco animal;

Estrebuchas por dentro - ao ser esse enorme universo - trancado num espaço tão confinado... não - isso não é natural...

Dás aos pés e às mãos... não encontras comunicação - que chegue para dara entender dez mil anos a descrever...

Confundes a luz e a razão quando te dizem que não ao momento no que anuncias que queres viver - afinal - construíste durante trinta anos o caixão onde vais perecer... para quê dar marcha atrás?...

Qual crise dos trinta? qual irreverência adolescente? Ou vocês acham que a vida se submete aos padrões arbitrários da moda feita gente?

Uns dias é educado deixar a dama ao lado passar à frente... noutros chauvinista sequer pensar em pagar a conta sem ter em conta lavar os pratos e aspirar a sala que elas mesmas nunca nos ensinaram a aspirar...

Uns dias é divertido que haja um chefe que, no desatino, se deixe levar pelos nervos - pelo menos uma vez por mês... depois é contradança se o subalterno oficial se lança com algum "crlh" em bom português...

No fundo meus amigos - neste momento divino - que é teclar férias antes de se entrar para as jaulas com feras que nos pautaram sabe-se em que lugar: posso dizer e confessar:

se o humano pudesse, se das suas entrenhas um novo grito viesse - este mundo: que não é nosso - que é bem artificial - como diz o povo novo, a malta das raves de Portugal: "ia bater muita mal"!...

Enquanto houver essa réstea de esperança - de que há sempre espaço para a diferença e a mudança - apreciaremos a música da criação - sabendo humano o toque sagrado da batuta do mestre criador...

No dia em que tudo flua num sentido pristino - sem mácula ou distensão ou desatino - então é momento de partir para outra terra; de começar a viver uma qualquer quimera - pois o Patrão - com todas as linhas que se cruzam quando se abre uma boca obtusa - terá deixado de lado o próprio dilema de ser empregado e - ao mesmo tempo - opressor;

Vamos andando - contra vento e maré remando - que nesta nau dos tempos - o que comanda a vontade é mais alto do que eu...

Se assim não fosse, minha chama teria à muito se esbatido, e eu seria mais um fantoche no palco dos muitos que aspiram a ser "meninos bem"...

quinta-feira, agosto 16, 2012

O Gosto de Re Viver



Gosto de ser quem sou... gosto de estar no que estou...

Mundo de magia, de vida e folia - no que as personagens que cruzam o meu dia são a mais completa bizarria segundo os canones do meu absoluto viver!

Curioso - quem me mergulhou no mundo da noite esperaria talvez mais um recluso... mais um servil: servente de sombras que se arrastam e capitão daqueles que se escravizaram por um lugar na frente do comboio dos eleitos para o reino do "do-li-dol"

Desde o esgotamento que quase me limpou da memoria de mim até à "limpeza" física bem real por parte dos que deveriam tomar conta do meu percurso vital (pesadelos vivos feitos concretos que não ficam bem num ambiente virtual), o certo é que foram uns anos de mergulho na escuridão... até começar a despertar... a vir á superfície e sobre águas começar a caminhar.

Agora sei - um dia num gabinete - quando confrontei a Psiquiatra e lhe dizia que apostaria nas artes marciais (que bem me deixaram pendurado faz já mais de um ano) e nas terapias complementares... a senhora - com toda a boa vontade - lá dizia: "que o último que lhe tinha passado pelo gabinete e nesse meio alternativo se tinha metido - tinha - simplesmente - o suicídio encontrado...

Lindo! Seria um Romeu engeitado? Uma Julieta fora de prazo?... seria um romântico empedernido? Um quixote esbaforido e cansado de afiambrar tanto e terrível gigante num tempo no que os moínhos eram prédios que levavam a multinacionais irracionais brincando aos legos com os seus funcionários e capitais?...
Seria um Sócrates ou um Nero... seria algum grande feito pequeno que decidiu deixar exemplo antes de vergar - como o faziam os "d'antes"... oualgumpequeno armado em grande procurando deixar vacante o seu lugar no paraíso suicida occidental (40% de aumento de taxa anual - isso só entre os homens - acha a senhora que me surpreende a sua extrondosa vaguedade?!?!)?

Bem - pelo menos - algo encontrou... não foi daqueles que - sem provar cicuta alguma por causa nenhuma... se deixou levar sem saber se o que Sócrates afirmara fora verdade ou não...

Eu - firmei minhas razões - e olhem que - num meio hostil, frente a quem nos vê como uma mais uma hora entre muitas horas e nos encontra VERDADEIRAMENTE entre nomenclaturas de livrinhos de conta inventados por génios das classificações patológicas que chamariam "quadripolar" à mamã natura - tristes nomenclaturas do livrinho da classificação suprema da superpsiquiatria moderna - gaiola triunfante e plena de medalhas reconhecidas - de vidas renascidas e revividas (não?!?!... então e aqueles zumbis a arrastar de medicação... não são triunfos para os laboratórios que os mantêm na mão?) e fruto de centenas de anos de condenados ao oblívio - boca negra de serpe esperando assim - algum dia - definir e enclausurar-te de forma definitiva para que a tua incómoda humanidade deixe de ser obstáculo para a ciência e o método que passam. enquanto tu és espremido pelas suas rodas de betão!

Mais um pequeno passo para o Método (S. Descartes nos perdoe) mais um triunfo para o estatuto omnipotente do médico estudante...

O facto é que - não sendo compulsivo - apenas tive de dizer não... seguir o meu caminho e procurar fazer sentido naquilo que tinha trazido confusão...

Este é o rugir do tigre e a chama do Dragão - naquele consultório solitário, frente a um adversário cem mil vezes mais poderoso - representando o omnipotente sistema e todo o risco que maneja - todo o peso da sua opressão - um ser pequenino - por acreditar nesse grito de desafio que provém do coração: ergueu um bocadinho o olhar, aclarou o tom de voz e disse "Não".

A partir dai foi dançar, namorar, optar por ir para este ou aquele lugar...

Foi procurar a praia ao fim do dia, escrever o que podia...

Abraçar com o coração, ser honesto com a emoção.... dar o que há cá dentro para dar...

Gostar de novo de namorar... convidar para dançar... ir para a pista... beber umas bejecas... "passear a franga" como me disse uma cachopa simpática!...

Despir as roupas petrificadas e as maneiras tão estudadas que já agiam em piloto automático em vez do eu que lhes dera ser...

Foi descobrir Dionísio sorrindo matreiro, ou reencontrar me ser verdadeiro por detrás de um muro de betão, encerrado num pétreo caixão de rotinas sem sentido e de ditames perdidos: oriundos de mensagens gravadas por verdadeiros loucos na mente da criança ainda sã...

Por isso - agora - faço o que estava numa carta - com uma flor branca - enterrada baixo o busto da Senhora de Magdala algures num caminho na terra das brumas, meigas e trasgos.

Dizia algo assim como: "ama a vida e vive o amor"

Assim - sim - encontro meu Deus e Senhor...

Habita o peito, está presente e se inflama com furor quando se desreipeita sua mensagem viva, pulsante e sentida em troca de palavras ocas, gestos vãos... vidas vividas sem paixão;

Hoje a medicação da psiquiatria já era: prefiro uma conversa vera com um par de colegas - sejam eles da passa ou da cúria... o que importa é o que nos unia:

Afé no poder do amor:

O que Une e Liberta

Vamos nessa - que a força que nos atravessa - é tudo menos mansa,balofa ou branda: é dura e fria como escama de dragão sempre que ameaçada pela luz da razão; é quente, intensa e fundente como sua chama em bulição quando consome e destrói a gradada degradação... desgarra do comodismo, escangalha cristalismos e põe os vendilhões de pregões a esvoaçar - pois é tão forte e livre que vê por dentro aqueles que se lhe querem impôr... e nos seus olhos límpidos - espelhos oblíquos e cristalinos - lhes revela sua verdadeira imagem para que se alimentem de pavor...

E dom da vida - fulgor como lava activa - que penetra as veias do bom vividor.

Ao Dragão... Anima Mundi... todo o louvor

quarta-feira, agosto 15, 2012

O lume que se ergue e o frio que rasteja

Já os vi tombar... já as vi cair...

Não há pena... nem glória...

Apenas um expirar vazio... um corpo que fica frio... no seu lugar uma lágrima... deixar de existir...

Já os vi tombar - vender sua alma numa cama...

Já os vi partir... anónimo guerreiro da vida em corredores esquecidos:
Brancos sepulcros dos seus gritos... retocados com o cheiro pulcro das mágoas consumadas...

Cânticos de ecos perdidos... memórias recolhidas entre silêncios e paredes brancas...

Lamentos contidos e lacrados em outros seres investidos de pulcras túnicas alvas
Recolhendo entre pó e vestígios os olhares esvaídos que outrora foram estrelas de fulgor em olhar inflamadas...

forças perdidas... outrora esperanças...

É bom dia para morrer!

Por uma causa... um sonho... uma loucura... uma coisa qualquer - simples fruto do teu querer... simplesmente porque SIM! Porque é teu esse poder - ninguém to deu - nasceu contigo e contigo tem de crescer!

Porque é bom viver!
Ainda que vozes sibilinas te façam duvidar, ainda que campanhas mesquinhas te queiram arrancar - o dom de sorrir, de vibrar, de sentir: a vida pura e simples com a que foste imbuído ao respirar;

É bom dia para lutar!
Por querer... por poder... por celebrar: a vida que se agita no peito, que move estes braços que dirige este querer! Foi assim que vieste ao mundo... foi assim que te fizeste nascer!

Há uma paz velada que ameaça com o nada toda chama de paixão... há uma voz fria, contida, gelada que vai trazendo até si os mil e um lumes que ardem no coração Português...

Uma serpente fria que se enrosca no coração que proclama, uma adaga fria cravando-se na viva chama que reclama: vida é para se viver!...

Sedução mordaz, sortilégio capaz de cauterizar a semente vital que nos faz ser... querer... poder!

Medo que se antecipa, peste que emancipa rebentos de morte plantados no dia no que se deu a nascer...

Rugir de Dragão que se invoca - para cerrar a boca de viperina sibilância - entre os corredores obscurecidos de uma vida que se esvai;

 Grito singelo: de coração guerreiro, erguendo-se sobre despojos humanos feitos de medos e receios - reclamando pela vida na que se pretende ser mais:

Humano ou vazio, sangue vivo ou fluxo mansino... quem és tu que lês, que és tu que te revês naquilo que te dão a comer?

A vítima expectante, o rato que se encolhe enquanto a víbora se expande ou o dragão que abre asas e com sua chama queima a praga deste medo que nos congela a vontade, nos tolda a verdade e se vai instalando no sangue até deixar veneno vermelho em vez da herança viva dos nossos egrégios avós?

Hoje é um bom dia para morrer... sem este risco presente e assumido ninguém vive... tudo  marcha sem se aperceber... caminho a perecer...

Corredores frios... ecos vazios... passos que se arrastam... aromas estéreis... clamores débeis de fios de luz que se desgarram...

É assim que queres viver?
Posso garantir - homem ou mulher - que esse corredor esquecido: sem nome, calor ou amigo - é o prémio da tua servil submissão;

Já lá estive tantas vezes - achas que não?

Sabendo isto questiono - que mais será necessário - que triste e oco ossário, terás de viver uma e outra vez para despertar?

Quanto mais suplício vais querer para te lembrares da tua vista erguer, desse corpo frio e hirto da enxerga levantar?

Par uma brisa que é sempre Tua; para um Sol e uma vida que se perpetuam: para tudo o que sem preço em ti suspira - uma praia, um sorriso, uma conquista... simplesmente por te apetecer?

Porque assim manda o teu querer...

Antes de que chegue a tua hora: de ir para onde todos vamos - lembra que este momento é teu para sempre... que farás dele - dragão ou serpente?


O jogo divino

O que Deus espera é a revolta - espera que o desafies na sua força e na sua forma...

Espera que o reencontres por te testares - por o amares - por sentires que deste o litro - até caíres e
tombares...

Espera que o retomes - que o vejas e o encares - que vás além do temor de te reencontrares - dois olhares - um só espelho de vida...

Esse deus espera o teu pronuncio - espera que te lances mais fundo - do que algo ou alguém alguma vez ousou mergulhar...

Não te deste conta que Ele ousou Te desafiar? Quem pensas que te deu Nome?

Não entendeste que te marcou os limites para te ajudar a avançar?

Pensas que te levantoubarreiras para te deixar ficar? Sentes que te estabeleceu quimeras para te aborrecer sem sequer as tentar?

Esse algo te espera - espera o teu dó de peito - o teu sangue esvaído no palco da vida depois de teres dado o tudo que te pertence e ao que te entregaste de forma inventiva...

Esse Deus te espera - ao virar da esquina - porque estás a caminho do desafio que te ilumina...

Em cada momento de elevação, em cada integrar com vida plena toda a força em teu redor... ao arriscar ir mais longe - ao aceitar a voz do que te interpela dizendo-lhe não com teu próprio nome - é assim que cresces...

Esse Deus não espera um povo balofo, não espera títeres ou fantoches - espera seres livres e pudentes... seres ousados e arrojados que abrem linhas onde apenas havia batentes...

E gosta do teu esforço - pois sabe o quanto te faz crescer... e aceita o teu desafio - pois sente quão perto do seu trono tu queres aparecer...

Por isso te espera e sorri - a cada novo gesto ou passo... aparece e diz "tens carácter ser ideal" - aproveita essa linha e faz de ti algo mais do que animal...

Usa a força de vida que em ti jorra sem cessar e - com um toque de magia - faz da consciência teu canal...

Ferramenta de vida e motivo do jogo final...



terça-feira, agosto 14, 2012

Por um mundo melhor... ser o que se é

Estamos num mundo no que - constantemente - somos interpelados a escolher caminhos já trilhados, passos já marcados...

Desbravar terreno é expandir horizontes... de certo - incomodar...

A nossa diferença - incomoda: não sabemos quem ou o quê - mas, de certo, que algo ou alguém desejou essa diferença para que se expandisse e crescesse... para que pintasse o mundo com as paredes do amar, do sentir, do vivenciar...

Entretanto - somos convidados a permanecer no lugar... a ir desvastando sonhos trocados por objectos, cargos, salários, posição... estatuto...

Somos convidados a entrar nos lugares cerrados cortados a eito no frio diamante diário...

E o coração puro -que palpita sempre diverso... sem nunca repetir duas vezes a mesma voz... cristaliza numa série dourada de estruturas ordenadas geradas por máquinas sagradas para que os escravos se mantenham em volta da mesma fé: a fé de um caminho único, de uma mesma forma de falar, sentir e esperar...

No fundo - já somos assim - só que ainda não abrimos os olhos para ver que - mesmo um encontrão - é uma forma profunda de comunicação...



terça-feira, agosto 07, 2012

Quando



O mundo não avança... a sintonia de criança deixa seu eco por um triste e frio lugar - onde sombras passam, vozes ecoam... seres se permeiam sem se encontrar...

E no vazio: neste meio desatino/ destino... velado para quem quer caminhar - procuras teu rumo como doce perfume... encontrar teu passo e teu caminhar...

E quando as estrelas se velam e já nada chamam  de ti... e as vozes se abafam ao sentir que se encandeia a esperança, a vida perde o seu por vir...

Se a vida esmorece no teu ser... se o teu ser deixa de se ver... se em redor apenas sentes carcassas frias... cores esbatidas... sonhos vagos que se perdem num tunel sinistro vogando para uma noite sem luar;

Então clama - pede ajuda - que o teu anjo de guarda desperte, que essa tua gente que te rodeia te ilumine...

Diz: já não posso mais - que os vossos sonhos, a vossa arte - o vosso coração ancestral

Embale este meu que está esvaído... e o façam elevar... para voltar a sentir  vida plena... o hidromel sagrado... a doce bebida que alimenta - a alma, a vida e a coragem do guerreiro velado...

Desperte o tigre, ruja o leão... que o foco de vida seja plena devoção...

Que o sangue fervente do áureo dragão seja forte o suficiente para inflamar teu fado...

E das ruas vazias... dos ecos passados... das imagens perdidas de ecos apagados: dessas tuas ruínas - surja um grito - berro embalado - de quem desperta do seu sono e se encontra a si mesmo agarrado a um novo ponto de luz - calor - mundo dourado...

Estão a afundar teus sonhos, a consumir teu sangue, a fazer tua vida um mar seco e uma praia distante...

Névoas percorrem as manhãs... gentes errantes levantam seus corpos sem que sua luz as possa acompanhar:

Por isso tu grita! Desperta! Espevita...
Estrebucha entre as ondas - mas não te deixes af(i)ndar!

Há mais forças neste mundo do que a vontade de te comandar - existe uma nascente pura onde está o teu verdadeiro lugar:

Vai e encontra!

Por muito que o mundo queira mentir,

Por muito que o destino pareça se divertir - tu centra teu foco e teu olhar - no único ponto, na estrela dourada - assento verdadeiro do teu sentir e vagar...

Vai mais longe... não te deixes ameaçar - e liga as ancoras que deixaste no passado para que se façam vivas no presente singular...

Invoca o que de ti sabes - que estás aqui para crescer - avançar - e amar: verdadeiramente - não apenas a um ser em particular....

Estende tuas asas e prepara-te para voar - no fundo somos dois dias - um para nascer - outro pra lutar:

Se souberes que já tens o teu lugar prometido - qie te impede de ir mais fundo - de ir e desafiar?

Tens a espada quebrada, tuas pernas a vacilar? teu escudo rachado e tuas vestes a sangrar?...

Esquece amigo - tua força é teu coração - o resto - mestria e destreza - vêm quando as aplicares na palma da mão- em direcção certeira ao que te comanda a verdade interior

Por isso crê - que vais mais longe daquilo que toda a gente vê

Crê - que há mais vida e sentido od que aquilo que os mundo em redor te mostra e revê...

Sente - que o teu enigma é teu e de mais ninguém - e vai mais longe pois mais longe está tua vida que a vida sustém...

Assim - sem medo - avança - que vais mais rápido e mais longe do que toda aquele que se deixa na posança...

No fundo - estamos a caminho já - alguns repararam, outros querem-se deixar ficar.

Tu - que estás ordenado - para andar - VAI

segunda-feira, agosto 06, 2012

o centro da roda


No centro está a maçã dourada - oponto de luz que tudo ampara e que ilumina a nossa alma....

Nele convergem as altas luzes: branca alvura de Jerusalém amada e os vermelhos raios do sol que se esconde na terra fria por ele fertilizada...

Raízes na terra - para converger a força da vida, mãos aos céus - para elevar esse luz num novo padrão de ser...

Umas e outras - luzes da vida - via em luz:

aguardamos quando a flor que palpita na fronte estrelada possa estar em sintonia com a que crava a espada no rocha fria do mundo real...