quando tudo parece falhar
e não há alguém com quem falar
e parece que nada vale a pena
que a coragem se torna pequena
que tal descrever para quem seja
esse poema que por dentro almeja
essa nostalgia pelo renascer do dia
nessa noite qualquer
tempo no que a sombra
parece se estender...
e esperar, que a esperança seja verdade
que apareça num qualquer rosto sem idade
entre tantos seres humanos ao teu lado
não pode o calor humano ficar velado
por labirintos desse outro ser e fazer
realidades que se deixa por dentro
qual a melodia feita num lamento
como algo que se desdobra...
aí aonde o tempo não sobra...
até voltar a inspirar, sonhos de felicidade
por entre as ruas molhadas desta cidade...
rostos sempre velados;
pelas máscaras tapados
rostos desse saber sorrir
para todos os passos dados,
em tantas direções espalhados
e voltar a encontrar ecos passados
desses corações cheios quando abraçados
que desdobravam o tempo
nos aqueciam por dentro...
davam sentido ao sentimento
e anunciavam futuros originais
quando nos abeirávamos
instantes sempre perto
quando nos olhávamos
e falávamos de tudo o incerto
e juntos espelhávamos vontades
rostos sem terem tempo medido
sempre na vontade do encontrar
o que nos era sempre querido...
um recanto sereno,
um instante ameno
um fruto do futuro a se plantar...
juntos! ...livres... serenos
como quando pequenos...
sós; nós, no sono profundo
desse tempo de vazio
nesse mundo perdido
não ai há já mais lugar:
voltaremos, se assim queremos
aonde o tempo jorra de novo
para nos vivificar; e o sentido
é contigo e comigo,
de novo a nos mostrar
em tudo o que ouço e que digo,
assim a escorrer por ti e por mim afora
para se voltar a acreditar...
sem ter de ir embora
para mais nenhum lugar...
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