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sexta-feira, novembro 27, 2020

para alguém que ainda queira entender, rostos da vida e do bem querer



quando tudo parece falhar

e não há alguém com quem falar

e parece que nada vale a pena

que a coragem se torna pequena


que tal descrever para quem seja

esse poema que por dentro almeja

essa nostalgia pelo renascer do dia


nessa noite qualquer 

tempo no que a sombra 

parece se estender...


e esperar, que a esperança seja verdade

que apareça num qualquer rosto sem idade

entre tantos seres humanos ao teu lado

não pode o calor humano ficar velado

por labirintos desse outro ser e fazer


realidades que se deixa por dentro

qual a melodia feita num lamento

como algo que se desdobra... 

aí aonde o tempo não sobra...


até voltar a inspirar, sonhos de felicidade

por entre as ruas molhadas desta cidade...

rostos sempre velados;

pelas máscaras tapados


rostos desse saber sorrir

para todos os passos dados, 

em tantas direções espalhados

e voltar a encontrar ecos passados

desses corações cheios quando abraçados


que desdobravam o tempo

nos aqueciam por dentro...

davam sentido ao sentimento

e anunciavam futuros originais


quando nos abeirávamos

instantes sempre perto

quando nos olhávamos

e falávamos de tudo o incerto


e juntos espelhávamos vontades

rostos sem terem tempo medido

sempre na vontade do encontrar

o que nos era sempre querido...


um recanto sereno, 

um instante ameno

um fruto do futuro a se plantar...


juntos! ...livres... serenos

como quando pequenos...


sós; nós, no sono profundo

desse tempo de vazio

nesse mundo perdido

não ai há já mais lugar:


voltaremos, se assim queremos

aonde o tempo jorra de novo

para nos vivificar; e o sentido

é contigo e comigo, 

de novo a nos mostrar

em tudo o que ouço e que digo, 

assim a escorrer por ti e por mim afora

para se voltar a acreditar... 

sem ter de ir embora

para mais nenhum lugar...

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