pub

segunda-feira, novembro 16, 2020

poema migrante - primeira parte


quando se não entende

a linguagem da gente


quando tudo

parece obscuro

nem transparente

nem seguro


quando te apressas por chegar

e chegas e vais chegando...

a nenhum lugar;


quando te precipitas

uma gota neste oceano

e hesitas... por estar só


tu és a água

do rio diário

do mar que nos cerca

do oceano que nos inunda

desta humanidade jocunda


que é fértil em obra e pensar

e voa aonde não mais se pode chegar


nestas ruas de pavimento

e betão armado...


quando caminhamos sempre sós

mesmo estando tantos lado a lado


podíamos ser tu e eu

podíamos ser só nós...


podíamos assentir em silêncio

no mesmo olhar, na mesma voz

Sem comentários: