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quarta-feira, novembro 25, 2020

Melodia II

 letras sempre vivas se fores tu a olhar

pois entendes o peregrino ser migrante

que tem qual o sino o dom de dar e voltar a dar

voltas da vida pendente no gesto da vida corrente

que nos assegura e sempre dura, nos leva a querer voar

outras vezes nos afaga, além do frio que esmaga, 

carícias de abraços sustenidos 

entre melodias de bemóis...

gestos por entre suspiros... sempre vivos...

ecos de palavras de afeição a se partilhar...


coração que se quebra e despedaça, por cada olhar no que passa, sem encontrar o olhar de irmão

coração que sendo vivente, pertence a tanta gente, que não cabe bem em nós

coração que de ter coragem, navegaria na boa aragem e estaria ali onde fosse

feliz por vontade, num rosto sem idade, num lugar sempre ao sol...

chuvarada bizarra, lugar este que nos amarra e barcas sempre à espera de voltar a vogar

para outras paragens nestas miragens que nos cegam e toldam o olhar...

o sonho é verdade, olhar sem tempo a claridade, ver os olhos a de novo a brilhar

sinal secreto, sempre discreto, de que se está a voltar a acreditar... em ti... em mim...


em regressar

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