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quinta-feira, maio 29, 2014

Recordar - o que é para recordar...

Quando perco o que sou...

existe um algo
trazendo de volta
os que ficaram estilhaçados

existe a luz
a esperança

existe um ser grande
com voz de criança
que no teu peito
e no meu dança

voz de ancestral lembrança...



E o regressar
De se diluir o ser
No Ser e persistir
E depois voltar

Guardando registo
– impreciso, não fixo–
da marca da consciência
do caminho e do reentrar

Do “algo” que te diz além do sonho
Ser o sonho a realidade real
que traduz a realidade pequena
deste nosso mundo de ideal…

tão grande e vasto és…
tão pequeno pareces ser
vai assim a tua essência além 

sábado, maio 24, 2014

Excertos de em relato em aberto - Livros de promoção de actividades por devoção - certas zonas a desenvolver e vales a entrever

Timor é aqui…

Eram os casamentos 
– tantos – em Setembro…

 gentes a festejar – num lugar feito 
entre palmas entrançadas… 
palmeiras daquele lugar…

"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004



E bebiam o vinho da árvore
 até a faziam destilar… 
como é gente nobre… 
as daqui 
do lugar

que fazem o mesmo com a parra… 
e com a festa de noite… 
ainda que não voltem já a caminhar…

Como faziam os de lá
que ficavam
pela noite dentro a festejar
para que o Sol iluminasse
a caminhada do regressar

Quilómetros e quilómetros para se andar
Famílias e aldeias a congregar...

Pois a vontade que os unia
por dentro ia
enquanto o corpo seguia
por fora a caminhar
nesse algo que não se "olvida"
que é o que anima
a festa
de encontro
viva
do casamento assim celebrar

e perseverar...



Eram os "baptizados", o receber os novos "padres" que eram sempre bem enraizados...



(perguntar o que aconteceu a um Ximenes internacional - que recebeu
um Prémio Nóbel e de repente pôs-se a andar...);

Eram os "Barlaques" para se combinar - como duas famílias inteiras, duas aldeias - se iriam encontrar - através de duas vidas
meias
de moço e moça a entrelaçar... eram os "catuas" sentados - no chão dedicados e as famílias em redor a ouvir, a falar - noites inteiras - de vidas cheias - sem meias medidas a ocultar...



Eram os "deslutos" nos que os "animistas" mostravam o tempo na vida que "passava", depois de um ano a esperar... 


"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004


umas famílias, uns cantos, umas folhas de palmeira erguidas, um recinto para festejar...

"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004





danças leves... suaves... breves... como uns lenços a abanar.. 


"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004



deixando a dor da "perda", voltar à terra, de onde se ergue 


"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004



- sempre sempre - devagar...



"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004



e uma música ligeira e toda a gente companheira e a tenda que mudava 

- constantemente de lugar - 


"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004



entre as mãos que entrançavam palmas e as músicas no ar a pairar...


"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004


e depois - como sempre - no  nascente - regressar...


"festa de desluto" - Oe-cusse, Timor Lorosae
2004





trezentas pessoas juntas - para assim evocar - a memória de um chefe de aldeia de um certo sítio que aqui se pretende lembrar...


Ficavam as pedras entre as pedras sagradas - ali do lugar - como as nossas - tantas entre as tradições antigas ainda a se lembrar - são as voltas à igreja, pela destra ou a esquerda - para quem se lembre ou quem se da ao gosto de de precatar - dessa cultura "anterga" - de muito antes do que se pretende evocar...

pedras sagradas - que apenas os locais, os "iniciados" podem visitar... de certa maneira, uma cultura antiga e inteira, que nestes lugares ainda se pode achar...
A caminho de Pássabe - Oecusse, Timor Lorosae
2004


São as rochas que se lembram - castelos de Fraião, são os Faros de uma outra margem - um Porrinho - porque não - são lugares de devoção pois - assim, uma semelhante "nação":



Timor também é Aqui...
"Notaste algo parecido assim?"


Carros não havia naquele lugar… e os camiões que existiam – eram o transporte comum, que levava gentes para qualquer lugar para a estiva – que aqui já não temos… 

Autocarro local - gente que se desloca (nós participamos como podíamos - e íamos - o transporte para este lugar foi feito em carro semelhante que tem a traseira mesmo a se ver de forma singular - o motorista da missão olha - porque sim ou não - todos colaboravam numa certa "intenção" - reabilitar um posto de saúde que existia para quem assim acude...)
Níbin - Oe-cusse
2004



alguém se lembrou de vender o que não tem preço nem se pode perder – a vida as tradições e as gentes que valem a pena recordar/ de quem vale a pena recordar – nestes tempos “intransigentes”… a cultura popular pode ajudar a lembrar e salvar

Mercado de Tono - Árvores sagradas e pessoas - uma mesma estrada - a "tono"...
culturas antigas, escritas nas entrelinhas, que mais ninguém diga - que essa cultura aqui - também não é amiga...
Oe-Cusse - Timor Lorosae - 2004




 – o que somos, o tempo de que dispomos e as pessoas nobres que se escondem – concentram – cada uma fora do seu próprio espaço vital 

Criança Timorense a vender "bolos" à saída de um café "internacional
onde na montanha corriam livres aqui tinham de "pactuar"
Díli 2005


– sejam as crianças em caixas vazias – para escolástica decorar… 

sistema de incineração "local"
onde antes os ovos de mosquito não cresciam, entre as garrafas vazias se faziam... e dos pneus nada dizer - ardiam até mais não se ver...
Díli - 2005



caixotes de formigão… caixas vazias – maiores em cada dia… para depois se comercializar ao extinguir o sistema oficial…

antigo "super" mercado - feito em incêndio por algum descontentamento do povo local durante o 2003...
Jovens Timorenses onde - não entravam habitualmente - preços em dólares pautados para alguns... "aparheid" de forma velada em própria terra marcada...
Grades e prisioneiros ou liberdades de povos inteiros...
Díli - 2005


Os grandes igual… antes namoravam em tempo de estiva – eram as espigas de milho vermelhas…

Díli - rotunda do aeroporto - namoro "under water" 
(- como se mantém algo livre quando tudo parece dizer que "não"...
seja a chuva, seja o coração...)
2005

 rainhas… eram os cantos e as moças e moços que riam… agora nem têm tempo para dialogar…

Díli - Comoro - Sistema de Recolha de Lixo "ainda" por desenvolver 
(época prévia à Malária e Dengue - reuniões internacionais para campanhas de recolha de lixo à mão... quando se poderia financiar um camião e o combustível para tal.... coisas que as crianças não podiam deixar de comentar... 2005)


Ouço no centro – antes que não há dinheiro para que a vida siga…

Avenida principal (Díli - Junto a Caixa geral de Depósitos, Embaixada e Correios - alguém que vende cartões para carregar telemóveis - Díli - 2005)

agora que não há tempo para em tal pensar…

A caminho da Rotunda do Aeroporto de Díli - Timor Lorosae - 2005


Coisas que se estendem… mal o diga – naquela terra eram muitos e se mantinham 


Chegada a Oe-Cusse "auto-estrada" - 2004

– sem relógio, sem terra fértil, sem gado como este que cresce como as plantas e flores num certo vale…

leito de rio à beira do mercado de Tono - Oe-Cusse 2004




E não havia fome – ainda que os da capital – enviassem diplomas selados – exigindo que os programas internacionalmente gerados – para os refugiados – de guerras que os mesmos ajudaram a patrocinar –


marcado de Oe-cusse - as horas primeiras eram as melhores, a partir dai - regressam a casa os vendedores...
Oe-Cusse, Timor Lorosae - 2004

tivessem pão de dependência – quando – na sua própria ciência – viveram eras sem depender nem ajuda pedir… nem assim manifestar...

nem precisar de tanta tenda que lhes enviam – quando a carência também é aqui…


 Timor também está aqui…



Tantos  e tantas nas listas de espera
Do trabalho que mais não chega

embaixada portuguesa - Filas de espera para validar documentação de antiga "pertença" à administração colonial...
Díli - 2005


Das sopas de compaixão
De pobres sem razão…
De gentes sem atenção nas urgências
De gentes sem vestes
porta de entrada - embaixada, caixa geral ou correios de Portugal
Timor também é aqui... ainda que pareça que não... irmão...
(em Timor, calam-se as vozes... dos Teus avós
em Timor, se outros calam... cantávamos nós...)
Díli - 2005



Sem nada mais
Nem o mérito de uma vida vivida
Servindo um espaço
Que chamamos
”nação”…

recuperação de posto de saúde em Níbin - Oe-Cusse
Sorrisos entre o Pó...
Uns engasgavam-se e outros também...
Timor Lorosae - 2004




Onde SOMOS
Uma mesma língua, uma mesma geografia, uma história em comum… 
e deixamos de parte o ser que passa… sem nos olhos olhar… 
sem dizer bom dia…boa tarde… 
como as crianças de Timor diziam...




“BOM DIAAAAAA!” a cantar e encantar-…. 



E são elas que precisam as escolas
E precisam dos telhados de zinco
Das organizações internacionais
Eles que não sabem fazer telhados de palmeiras
Nem estiveram mais de mil anos… 
assim… 
sem mais…

Depois do zinco
Vem a viga
De fabrico internacional…
E vem o cimento – que se faz
De forma própria
Com a ajuda de quem é capaz...



São coisas que se partilham…
nos fins de semana
Discotecas em Díli a arder

Pedras nos telhados
De internacionais a chover

E – na montanha
Era reabilitar 

edifícios deixados
abandonados
ou queimados


Por milícias
De países pagos…



Hotel Timor
Fundação Oriente

"Paaaatriaaa
Paaaaatriaaa
Timor Leste Nossa Nação
Glória ao Povo
e aos Heróis...

LIVRIIIIIIIIII
NAÇÃO"

Díli - 2005

Os corações pequenos
depois da auto-determinação 
- plenos - 
cantavam

e os cimentos
e as armaduras
abalavam...

Uma forma nova
de demonstrar
VALOR

Uma que parece
ecoar
para além do que é
alegria
ou 
dor...

Valor Humano...
sem mais...



quinta-feira, maio 22, 2014

Residuais - partes antigas dos projectos originais

Os residuais – padrões de comportamento entre o “projecto original”…



mergulhar além do sol e do mar
e além
perseverar
e por amor
e devoção regressar


Tal como um carpinteiro, que talhando a peça que antevê no coração – vai retirando – camada a camada, como um artista de uma arte que nunca acaba: as birutas que se entrelaçam, que espiralam, pelo chão da oficina amada… assim também a pessoa humana, no seu caminho de regresso “a casa” – essa obra pendente ainda não terminada – prometida e entrevista – assim começada (dizer adorada seria alvo de se pensar que entrediga o que a rima descrevia deforma airosa e não airada )…

A imagem do “carpinteiro”, a paisagem do artista, a imagem de um oleiro que com suas mãos de coração dá forma a algo que neste lateja – através da intenção que a sua arte almeja… para que se veja a obra consumada – contém as suas imperfeições – ditas pequenas pedrinhas no barro que se trabalha… pequenas coisas que fazem a massa que estala… se se retiram ou se vêem a tempo – assim se reduzem a nada…
Com agua, calma e serenidade… com o tempo que exige a obra que assim comanda a vontade… com a imagem que se leva por dentro – por vezes fiza – por vezes um inteiro firmamento – colocado em tela de noite estrelada- reconhecida muitos anos depois por quem – no tempo – não via nada…
São residuais do que se fala – esses algos “ainda não fixos”… ainda não trabalhados pela Vontade Maior – pelo algo que fala desde dentro daquilo que é o sustento do alento interior.

Nos tempos que correm, ainda não se vê – que a essência humana representa a obra inacabada nas mãos do artista escultor, do pintor de vidas em telas vazias – cheias de tudo o que manda o primor… que implica abrir-se ao que vai além da escrita, da métrica da poesia erudita e passar além da “dor” da separação aparente a época anterior e – transcendendo – assim “ascendendo” – reunir-se com a meta ansiada, a casa nunca abandonada – esse algo que nos chama – e que em nós clama em cada obra de louvor….
Seja assim uma mensagem antiga, uma forma viva – de se dizer – Amor (e tudo o que rima e que se possa traduzir de forma própria… como passo em corda bamba – de funambulista que não se engana - poeta, escultor, atleta de Causa Maior…

E cada biruta – um residual – que faz parte da madeira original.. e que se junta à obra… mesmo quando se parecia acabar – como uma peça de música que se toca e se aprecia desde o cenário principal – toca a sinfónica, toca o maestro, toca o publico que a música toca… e juntos são harpa que o Grande Ser evoca- quando assistem à harmonia e amam o que viam, o que sentem, o que lhes fica por dentro além da mente que repete como uma cotovia aquilo que o coração em si sustente…

Harpas assim viventes – com ecos de sintonia – em cada acerto de primor
Em cada liberdade maior – que mais não prende – que assim liberta o verdadeiro Amor – de estar abraçando a eternidade – esse caminho – peça ou destino – entrevisto pelo artista Maior… que se faz – a simples vista – em movimento melhor, em texto de louvor, em sintonia que nos faz sinfonia de algo que ecoa e se reflecte… que a alma “jamais” compromete – por evocara sua Causa Maior – essa que repete, que ecoa . o que por dentro a Voz do Maior ressoa e que por fora se reflecte – como uma pela de bombo que ribomba, como uma corda de fina harpa que repete – essa harmonia no seu próprio tom, na sua própria forma específica – seja grave seja acusticamente erudita… seja parte da obra que nos grita sem nos ferir “acredita”!

(P.S – residuais são birutas, são partes da parte original – nem melhores, nem piores que a obra que nos é dada a celebrar… são resíduos que se deixam ao caminhar – são os próprios abraços que o artista depois reserva – para demonstrar o que é louvor – tempo e dedicação, perseverança e opção – interior maior – se se expande a alma e se acende a luz do amor – em cada recanto que clama essa viva chama – que por dentro se proclama e que por fora se mostra discreta – na voz do poeta atleta… na sua forma estranha de dizer tudo sem dizer nada…

em cada palavra que mais não encaixa… por haver uma palavra que lá marcada – seria a ideal para a rima cruzada… seja esse o residual.. por vezes – tantas inconsciente, por vezes “original”… como tapetes de "cachemira" com falhas para quem admira, deixadas de propósito para mostrar- um certo trabalho – por vezes intencional – por se deixar espaço a que cresça o abraço entre o ser que caminha e o seu Ser original… caminho meta ou via - esse de onde se parte e onde se pretende chegar afinal…

"Os residuais" - enquanto tal - manifestam algo que vai além do ser original - assim sendo - apenas lhes dando atenção e concentrando o fino sustento da nossa devoção - na arte que nos é dada como caminho de crescimento e transformação, crer todos os dias, praticar de forma amena... amiga - e desenvolvera máxima antigo - meio Alquímica, meio Benitina - "Ora, Ora et Labora - Solve et Coagula"... projecta a intenção, mantém a intenção, desenvolve a intenção de forma pragmática, dissolve o que já não faz parte desse centro, concentra o teu novo alento e prepara uma nova fase de projectar um sonho que se transforme em realidade - escada antiga e fidedigna para o Ser que por dentro anima - ao mesmo tempo nos esperando...
talvez …


sábado, maio 10, 2014

Prosa corrida e texto de partida

Um momento 
além do tempo

Em qualquer tempo
 e em todo o lugar




Quando encontrar um elemento que partilhe a prática de forma a assegurar o seu fundamento?

Como encontrar quem assim possa partilhar, assim possa viver… e assim possa perseverar no caminho de se transcender – reconhecendo por dentro – o verdadeiro valor a se reconhecer e fazer valer?

Como se pode encontrar – seja homem ou mulher – que transcenda o que se vê e que ajude a encontrar – esse caminho que se percorre a pé – esse que se passa ao ritmo interno – aquele que mais ninguém vê?...

Onde encontrar esse sereno lugar – onde ensinar e ao mesmo tempo aprender… e onde plantar essas sementes que nos são dadas a partilhar – sem ninguém mais ver, sem ninguém mais saber?...

Onde o lugar,qual a pessoa atransparecer… como transformar esse ideal – real – que por dentro, dia a dia –se faz querer, se transforma e me faz crescer?

Como seguir essa via – qyue por dentro se anuncia – que trepassa a noite e acende o dia – e como seguir e prevalecer – nessa meta que nos guia, que por dentro é mais-valia – e por fora espera o lugar onde se enraizar, a árvore firme e viva por onde se fazer notar – sendo ao mesmo tempo esquecida – de todo e qualquer lugar banida – velada para assim poder continuar…

A desenvolver sua labor – por devoção e por amor – sem mais se dar – do que o tempo e atenção de qualidade para assim continuar –e qualquer idade –a perseverar… a treinar… a aprender e ensinar

E caminhar – para aimensidão que se acendo no coração
Para o lugar que – por devoção – nos foi dado a conhecer e assim divulgar


És tu o amigo ou amiga que me pode acompanhar
És o esteio de vida que assim se possa assegurar
Que todos o sque recorrem
Os que à sombra da árvore acorrem
Assim se mantem fiéis
E sem mais

És tu quem
Saiba gerir
Quem poderá
Estar e ir

E quem poderá depois voltar

Se ali
Com quem
Não encontrar ninguém
Nem encontrar seu lugar?...

És tu quem ajudará
A caminhar
E a levar
Quem houver a levar
Para esse
Nosso outro lugar?
És tu
Quem perseverará
E esperará
Até receber notícias
De onde
Esse
Nosso lugar estará?

És tu
Qem em mim está
És tu
Quem entende
Vive e sente
E respira e vibra no mesmo ar
Na mesma forma de andar
E fazer voar
Asas de vento e sonho
Em mãos a dar
Ou
Vivas e livrese puras e limpas
A se soltar
E entrelaçar
Em espiraris
Que pairam

E o ar espalham
Por todo e qualquer lugar

Onde tu estas
Onde eu hei de estar
Onde tu e eu
Nos havemos de encontrar


Lembras

Como era
Antes de aqui chegar?
Lembras
Como se torna
Lenta
Pausamente
O nosso verdadeiro lugar
De novo
Além do que o espelho
Nos pretende mostrar
Consegues-me
Ver

Nem novo nem velho
 A essência que te procura
A que tu viste encontrar?=

Lembras o nosso primeiro passo a dar
Lembras porque nos lançamos
Neste plano entramos
Para aqui
Desde aqui
Voltar?

Lembras onde estrá o lugar
De onde se eleve
Aquilo quea voz teme
Aquilo que o tempo cede
Aquilo que por dentro se atreve
A desafiar
Os limites quenos são ditos
Serem pauta deste lugar?

Lembras além da imagem
O que se encontra
Por encontrar
Lembras a essência viva
Que nos anima e convida
A perseverar?

Lembras a rte
De devoção
Marcial por opção
Que npos fizeram descobrir devagar?

Çembras como entrelaçar
O sopro do vento
Com o teu a r a esvazar

Lembras como sentir e s ntar e ir e levantar
E voar
Entre a rocha silente
Que te apoia
Sempre presente
Entre a vaga
Do mar
E o ruido estridente
Do mar interno
Inteiro
Sedente
Dessa vida eterna
Em nós
A se manifestar

E entrelaçar
A vaga
A roha o mar
E o seu cantar
Em dança
Que é do Universo
E cer aluz ao final
A subir e se esvais
Desde ti a fluir
E subir
Em espiral
E nevoa ma
Quese netrelaça e abraça
O teu e o meu ser num cântico final
Que s emostra
Sem se declarar
Que se onstra
Sem se deixar notar
Que se deixa ir
Se esvair
Para voltar
Como brisa
Água
Sol e mar
E luar
Entre florestas perdidas
Que nos amnimam a avançar

E ir ale´me mar
E dessa costa´de morte
Encobrar o lugar
Perdido
Esvaído
Esqucid+
Prometido
Para quem assim
Souber e quiser e puder
Perseverar..

Sabes tu
Quem sou eu afinal
Saberei
Eu te reconhecer
Um dia
Num certo horto
Num certo lugar
A encontrar
Entre carvalhos
E rpochas
E madeiras antigas nossas
A habitar
Para outros ajudar a passar
Além do riacho vivo
Que é em nos contido
E prometido
Para se  ser e partilhar
Por enquanto medidto o que digo
Partilho
Contigo
Amiga
Amigo

E me deixo levar

Esquecer
Sabendo que é sse o lugar onde podemos ser
E este  tempo de começar a fazer vingar a semente que por dentro deveremos plantar

Os ventos se paroimam e esvaem
Os tempos correm e descaem
Novas vitórias e derrotas esperam
Ou simplesmente novas metas
Para partir
E deixar atrás
Os ventos de tempestade
E as gentes sem idade
E o srios
E os vales
E tudo o que em nós mais não cabe
Para depois poder transformar
Nesse npovo lugar
E reaprendera vero que nos ensinaram a esquecer

E assim reviver
De novo
O eterno
Por dentro
Por fora
Em qualquer lugar~e assim abarçar
O que por dentro
Por fora
Sem tempo
Ou hora
É para ser
Ser
E ASSIM SABER VIVER
e
Abraçar

Canto de andar - daqui a aquele lugar - que só tu... e eu... sabemos que poderemos - um dia - encontrar






Quando encontrar
um elemento
que partilhe a prática
de forma a assegurar

o seu fundamento?

Como encontrar
quem assim possa partilhar,
assim possa viver…
e assim possa perseverar

no caminho de se transcender
– reconhecendo por dentro –
o verdadeiro valor
a se reconhecer
e assim fazer valer?

Como se pode encontrar
– seja homem ou mulher –
que transcenda
o que se vê e acenda
 e ajude a encontrar

– esse caminho que se percorre a pé –
esse que se passa ao ritmo interno
– aquele que mais ninguém vê?...

Onde encontrar
esse sereno lugar
– onde ensinar

e ao mesmo tempo aprender…

e onde plantar
essas sementes
que nos são dadas a partilhar

– sem ninguém mais ver,
sem ninguém mais saber?...

Onde o lugar,
qual a pessoa ao transparecer…

como transformar
esse ideal
– real –

O que por dentro,
dia a dia – se faz querer,
se transforma e me faz
nos faz crescer?

Como seguir essa via
– que por dentro se anuncia –
que trespassa a noite
e acende o dia
– e como seguir e prevalecer –
nessa meta que nos guia,

que por dentro é mais-valia
– e por fora espera o lugar

onde se enraizar,
a árvore firme e viva
por onde nos fazer voltar

 – sendo ao mesmo tempo esquecida –

de todo e qualquer lugar banida
– velada para assim poder continuar…

Desenvolver sua labor
 – por devoção e por amor –
sem mais se dar –
do que o tempo e atenção
qualidades para assim continuar

– e em qualquer idade –
Além da idade
a perseverar…
a treinar aprender e ensinar

E caminhar – para a imensidão
Do amplo Mar
 que se acende no coração

Para o lugar
que – por devoção –
nos foi dado a conhecer

e assim
depois
Ser

E assim
Depois
divulgar


És tu o amigo ou amiga
que me pode acompanhar

És o esteio de vida
que assim
se possa assegurar

De Que todos os que recorrem
Os que à sombra da árvore acorrem

Assim se mantem fiéis
E sem mais
Continuar…


És tu quem

Saiba gerir
Quem poderá
Estar e ir

E quem poderá depois voltar

Se “ali”

Com quem
Não encontrar ninguém
Nem encontrar seu lugar?...

És tu quem ajudará
A caminhar

E a levar

Quem houver a levar

Para esse
Nosso outro lugar?

És tu
Quem perseverará

E esperará
Até receber notícia

De onde
Esse
Nosso lugar estará?

És tu
Quem
Já em mim está?

És tu
Quem
entende
Vive
e sente

E respira e vibra o nosso mesmo ar
Na mesma forma de andar
Na mesma ânsia desmedida
De se fazer voar

Asas de vento e sonho
Em mãos a entrelaçar





Ou

Vivas e livres
e puras e limpas

Asas devidas
Revividas
Para de novo
Nos libertar

Aprender
a se soltar

E se entrelaçar
Em espirais
Que pairam

Além do que se mostra
E aquém do que estar
Em mal ou bem

Mundo nosso novo
Mundo de pequenas gotas
De água

Que são novo povo

Garças
ainda
por se encontrar

E no ar se espalham…
Por todo e qualquer lugar

Onde tu estas
eu hei de estar

Onde tu e eu
Nos havemos
de encontrar

Será esse o lugar
Lembras?

Como eram
As eras
Antes de aqui chegar?

Lembras
Como se torna
Lenta
A quimera
De nos voltar
A abraçar?...



Pausadamente

Nesse
O nosso
verdadeiro
lugar

De novo… novo povo
Além do que o espelho
Nos pretendia mostrar

Consegues
me
Ver
E mais não duvidar?...


Nem novo nem velho
 A essência que te procura
A que tu aqui vieste encontrar?

Lembras
o nosso primeiro olhar?
Lembras o primeiro passo
Que juntos
Ousamos dar

Lembras como foi
o mergulhar

E como prometeste
Que juntos
Iriámos nos erguer
E regressar?...

Lembras a ameaça que pairava no ar
O som do trovão
e a máquina pesada a pairar?

E a fria e fina espada

Na minha mão a pesar

A atitude certa
E a opção a tomar?...

Lembras que subi
Por ti
E seguir
E sai…
E olhei
Sem crer no que vi
E tu me disseste
Mais não vás!

E eu fui
E subi
E segui



E desafiei a sombra
da máquina medonha
que chegava para imperar?...

Lembras como foi
o relâmpago que nos veio cegar?...

Como foi a tua essência
da minha separar

Lembras a luz de sempre
No veludo de um poente
Em purpura a nos embalar?

Eu lembro o canto ridente
Das chamas douradas
Desse outro poente
Que se encontra além
Aquém
Do que alguém
Possa mais recordar

Criança latente
Eterna
Presente

Para



No momento certo
Se evocar
E (nos) libertar…

Encontro abraçado
Abraço irmanado

Sol e luar

Eclipse de vida
Em NOVA VIDA

Se transformar




Doar

Lembras porque nos lançamos
Porque neste plano entramos

Para aqui
Desde aqui
PODER
Voltar?

Lembras onde estará o lugar
De onde se eleve
Aquilo que a voz teme
Aquilo que o tempo cede

Aquilo que por dentro
se atreve
A desafiar
Os limites que nos são ditos
Serem pauta deste lugar?



Lembras além da imagem
O que se encontra
Por encontrar?

Lembras a essência viva
Que nos anima e convida
A perseverar?

Lembras a arte Viva
De devoção singular

Marcial por opção
A que aqui
Nos fizeram descobrir
e encobrir

E a ti e a mim
E no silêncio deixar…

Latente coração presente
Promessa a se manifestar

Um dia certo
Cuja data e tempo
Não sei eu lembrar



Pois caminhos fizeram
Para nos descobrir devagar?

Lembras como entrelaçar
O sopro do vento
Com o teu a ser a esvaziar

E depois preencher de eterno
O que o tempo
E o vento e a gente
Não consegue mais evocar?...


Lembras como sentir
e desatar

os nós do vento
e do tempo

e ir
e depois voltar?...

E voar
Entre a rocha silente
Esta que te apoia

Sempre presente
Além de toda
E qualquer memória

Entre a vaga a chegar
E a areia silente
Com a água do mar salgado
Corrente

A se entregar
Palavras vivas

De vidas entrelaçadas
Assim sem se notar

Sibilos de areias finas
De vozes esquecidas

Em ti e em mim reflectidas
Para bem mais poder abraçar


Do mar
o ruido estridente

Voz do Amar 
interno



Grito inteiro
Grito vero
Verdadeiro
Que ecoa
sem se querer
mostrar

Inteiro
Sedente
Dessa vida eterna
Para nós PRESENTE
A se manifestar

E entrelaçar
A vaga
A rocha o mar

E o seu cantar

Em dança
Que é do Universo

E acender a vera luz no final
A subir assim te esvais
Além do medo
E sem mais…

Desde ti a fluir
E subir
Em espiral

E nevoa te ocultar
E assim
Em voo de novo
Regressar

Entrelaçada
Entre o eco distante
De todo um povo
Que te pretende cantar
Encantar e evocar

Ao abrir sua boca
E com coração recordar…

Quem se entrelaça e abraça
O teu e o meu ser
num cântico final

Quem se mostra
Sem se declarar

Que se demonstra
Entre nós
Além de toda a posta
Que quem não crê
Possa fazer ou marcar

Que a força
Que é nossa

Nem se esquece
Nem se pertence

Nem pretende
Se deixar notar

Se deixa ir
Se esvair
Para voltar

Como brisa
Água
Sol e mar
E luar

Reflexos perdidos
Em ti e em mim contidos

Entre ecos perdidos
Entre florestas revividos
Para nos evocar

O eterno retorno
E o nosso avançar
sem cessar

E ir além “mar”
E nessa costa
de morte

Encontrar
o lugar

Perdido
Esvaído
Esquecido

Assim guardado
Assim velado
Prometido

Para quem assim
Souber, quiser e puder
Perseverar…

No procurar
No recordar
No levar
por dentro

A chave

Da porta
Que nunca
se ousou fechar

Sabes tu
Quem sou eu afinal
Saberei
Eu te reconhecer
Se divagar?

Um dia
Num certo horto
Num certo lugar

Encontrando
perseverando
Entre carvalhos
E rochas

De um outro lugar
As madeiras antigas
Nossas

Nosso fogo
Lar a habitar

Para outros ajudar
Para que descanse
Que por ali esteja a passar

E quem vá
Além do riacho vivo
Que é em nos contido
E prometido

Para ser
e partilhar


Receber, albergar
Os peregrinos antigos
Que vagam ainda
Procurando o eterno vale



Por enquanto
medito
o que digo

Partilho
Contigo

Amiga
Amigo

Um sonho
que me foi dado
a “escutar”

E depois
Ainda
me deixo levar



Se me esquecer
Estarás tu lá
Para me recordar…


Sabendo que é esse o lugar
onde podemos ser

E este tempo

de começar a fazer vingar
 a semente que por dentro
deveremos depois plantar

Os ventos se aproximam e esvaem
Os tempos correm e descaem

Novas vitórias e derrotas esperam
Ou simplesmente novas metas



Para partir
E deixar atrás

Os ventos de tempestade
E as gentes sem idade
E os rios
Destes vales

E tudo o que em nós mais não cabe
Para depois poder transformar

Nesse novo tempo
Nesse nosso lugar
E reaprender a ver
o que nos ensinaram
a esquecer devagar

E assim reviver
De novo
O eterno
Por dentro
Por fora
Em qualquer lugar

e assim abarcar
O que por dentro
Por fora
Sem tempo
Ou hora
É para ser
Ser

E ASSIM

SABER 

VIVER



Abraçar
Além do temer
do duvidar

Um momento
além do tempo

Em qualquer tempo

e em todo o lugar