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sexta-feira, dezembro 04, 2020

numa praça de papel entre veredas de um dia qualquer



Era uma hora vazia, pelo meio desse meio dia, numa praça abençoada...

Pelo arvoredo que em segredo se despia, pelas crianças que passavam na despedida, de um dia de verdades repetidas, levadas pela mão ao passar, pelos seres gratos que as idealizavam, que dos seus feudos antigos ao lares velados levavam, ensinando caminhos entre rua e estrada... trilhos dessa terra que nem voltamos a pisar...


As árvores na cidade crescem entre amuradas, as muralhas antigas seguem de novo erguidas e os palacetes nobres ainda se recordam entre ricos e pobres que desviam assim o olhar...


e nesse lugar plantado, estrela desses que se têm admirado, lia e relia um pedaço de papel qualquer; escrevia pequenas palavras animadas, por montes e vales de letra desenhada, olhava e voltava de novo a escrever...


em nada parecia o ser que no ecrã se erguia e no entanto era tão igual... e ao olhar de mansinho, passo a passo - devagarinho - acheguei o meu ser ao seu bem estar... e lá começamos a conversa, meia palavra intenção imensa - de humanidades a se encontrar...


parou de descrever o que sonhava, de desenhar o que idealizava - e lá fomos humanos, simples e abençoados - por meia palavra de conversa em comum... de caminhos e estradas antigas, de rias e mares de maresia, desses lugares sonhados aonde ainda existem seres velados que se vestem de humanidade a se desprender...


lá ia escrevendo para quem seguia lendo, enquanto simples palavras voavam, a linguagem noutra linguagem desaguava - qual rio nesse imenso mar de se olhar - humanidades simples nesse dia a dia humildes - assim a se aproximar...


depois foi o deixar divagar, o ver e olhar e sonhar enquanto na simplicidade se afastava, num pequeno triciclo voltava, a ser qual ser criança nesse imenso lugar... dissera que bem se adaptava - que a sua alma voava, entre cenários de imensidão; no final encontramos um pouco do que idealizamos e nesses que representamos ainda vemos de volta o olhar...


encontrei Berlin por acaso, Pedro nesse ocaso - nos arvoredos dos palácios mais reais; estava aonde a gente passava, olhava e de novo sonhava e nem se limitava de vez em quando ao perguntar... ao ser ensonado que ia e vogava, do lugar aonde vivia e estava, até aos tuneis mais entrelaçados - se por acaso os que passeamos, tinham nome para se chamar assim...


gostei de encontrar humanidade, entre o sonho e a verdade e gostei de sonhar um pouco outra vez...

quem sabe volte a encontrar na cidade, quem estivesse - desapercebido - assim sem se ter investido, de uma qualquer missão idealizada, de um qualquer romance sobre o tudo e o nada - e simples - assim falava, enquanto um ora outro ouvia sem mais nada... tão bom encontrar presença aonde nem se pensava, e deixar de novo a praça abandonada para mais tarde - quem sabe -  assim voltar a aparecer...

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