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segunda-feira, dezembro 21, 2020

Oceanos sem voz...

 




Oceanos de saudade

Vivem em ti qual vaidade

Essa que se recatou…

 

Qual onda que não chegou

A praia alguma… a suspirar

 

Nesses teus sonhos

Entre labirintos medonhos

À espera de se libertar

 

E quando acedes

E se fazem mais leves

 

Quando entregas

Determinada cena

A algum tempo ou lugar

 

E dás corda solta para poder voar

 

Até algum trilho ou rota

Que ainda não se atreveu ninguém a tocar

 

Assim pé ante pé aparece

Sem contar acontece

E sem mais se deixa assim alcançar

 

Até ao momento de ser

No teu ser

 

Até ao evento assim suceder

E alimentar

Outros olhares

Parecendo distantes

 

Outras chamas

de vida…

Que até parecia

Assim se eclipsar

 

Ora baça, bafejada

pelo frio do estio

Chamarada

Eco bem forte

Desse algo que não sorte

Que nos foi dado a partilhar

 

Ora por ventura

A semente segura

Que em solo consagrado

Pelo tempo e teu agrado

Assim cresceu e se deu

 

Tendo alimentado

Quem dela assim colheu

 


Desse teu campo tão soletrado

Desse poema tão ousado

Desse tema que te tem falado

 

Vez a pós vez ao passar

Nessa praça depressa

Nessa correria que cessa

Quando assim consegues chegar

 

Ao local sem espaço nem tempo

A esse estranho silêncio

 

Cheio de som – melodia

Estranha antiga sintonia

 

Que até a criança mais pequenina

Sabia cantar sem ensaiar

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