pub

quarta-feira, março 12, 2014

Carta Aberta à Formação e dinamização em Enfermagem - uma proposta para promover saúde em meio local









Fundamentação – enquadramento conceptual


Congregar pessoas e desenvolver focos de atenção pela positiva num espaço comum
– partilha de saber e saber fazer passível de  creditação interpares –
um passo em frente na direcção da integração e promoção de saúde no meio local;

No contexto das práticas anteriormente descritas, e tendo em conta o papel de dinamizadores em termos da comunidade, que os Enfermeiros também representam, aqui se manifesta uma proposta de simplificação de actividades através do movimento integral que permita:
-a salvaguarda das competências de Enfermagem ligadas ao cuidar e dar atenção como garante e fundamento pilar de um sistema de saúde que promova e proteja a vida como valor essencial (evocando a origem da nosso profissão – em termos de mulheres de virtude – assim inseridas dentro de contexto e meio local e rural e a sua respectiva evolução no tempo e na adaptação aos vários sistemas de saúde vigentes, trazemos assim a memória das raízes, como forma de dar a entender oque, na actualidade ,a Enfermagem a título local pode ainda desenvolverem termos de manutenção do foco de atenção e vitalização na pessoa humana integral – dentro de um contexto bio-psico-social, integrada num ciclo vital que implica várias idades cronológicas, várias estruturas sociais de enquadramento e que implica uma ferramenta – da parte de quem pode estar integrado neste mesmo sistema de promoção de saúde que seja- ao mesmo tempo:

-útil (movimento como vitalizador em termos universais);

-Flexível  - enquadravél ao longo de todo um ciclo vital e de acordo com as várias especificidades das pessoas alvo dos cuidados assim prestados (acção de enfermagem tida enquanto tal);

- De baixo custo em termos de aplicabilidade – o que limitaria as alusões a possível necessidade de aumento de custos e outro tipo de questões de gestão que não as directamente relacionadas como foco de atenção das práticas – a pessoa humana e a sua contextual condição;

Por integral entendemos assim  a respectiva contextualização (aplicabilidade) do mesmo ao longo de todo o ciclo vital, dentro de um contexto social e local.

Entendemos integral no sentido de integrador – de refinamento da consciência do ser, da integração dos vários aspectos do movimento – bio-mecânico, respiratório, sensório motriz, imaginação- visualização criativa, integração pela partilha via toque, desenvolvimento de integração em contexto via sentido de fluir em ambiente interno e ambiente “aberto” ou de cariz “natural” – enquadramento de Holismo tal como definido pelo modelo conceptual Rogeriano – Martha Rogers, modelos de desenvolvimento conceptual das práticas de Enfernagem;

Integrante – por ser o Enfermeiro parte integrante de uma comunidade específica
- pela adaptabilidade desde sempre evidenciada pelos Enfermeiros na adaptação das suas técnicas ao contexto local

– seja pessoa, seja familiar, seja institucional entre as várias vertentes de intervenção ligadas à prática da prestação de cuidados em contexto local ou até de  desenvolvimento conjunto das entidades locais;

A ligação efectiva, o enraizamento junto das suas famílias (Enfermeiros de família), o conhecimento das pessoas, das peculiaridades e dos recursos locais – pela vivência constante, intensa e directa da vida comunitária e da vida pessoal e familiar de cada utente ao seu cuidado posiciona o Enfermeiro como:

- promotor e como conhecedor - em termos de recursos locais, de pessoas carentes ou alvos latentes de atenção, e assim capacitado para o desenvolvimento das respectivas pontes de ligação que permitam a sua evidência como  elemento:

 Dinâmico – pela já referida pertença, integração nos vários pólos chave de desenvolvimento das comunidades locais e a sua efectiva presença em fases e momentos de vida que são de cariz interno e do domínio do mais íntimo que os seus próprios utentes, famílias e comunidade poderão alguma vez manifestar – neste papel, o Enfermeiro dinamiza momentos tão altos como o nascimento ou a morte, com a sua presença promove saúde em momentos álgidos como o desenvolvimento materno, como o acompanhamento de patologias crónicas e a recuperação de utentes oriundos de estabelecimentos hospitalares – momentos chave da vida humana –que – entre muitos outros o tornam como elemento vital e dinâmico a quando da aplicabilidade das técnicas que possam ser sinónimo de vitalização ao longo do ciclo vital que efectivamente abarca, conhece e contempla – ver simplificação de técnicas de abordagem para integração, manutenção de presença efectiva em termos comunitários;

 Dinamizador da rede local de saúde- por conhecer por dentro as várias instituições nas que presta cuidados, as pessoas que nelas assim se apresentam, as suas famílias e histórias pessoais além de compreender os vários recursos locais com os que habitualmente colabora – sejam estes os de cariz de “educação/ promoção de saúde” a colectivos – como escolas, associações locais (juntas de freguesia na formação” promoção de saúde sobre temáticas adscritas a patologias consideradas “crónicas” – como no caso da diabetes, hipertensão ou patologias cardiovasculares várias 

(aplicabilidade de índices de coagulação e seu controle em termos ambulatórios),Ipss (como lares da Terceira Idade (seja em protocolo seja em prestação directa de cuidados e promoção de saúde / informação/ formação a auxiliares de apoio e vigilância sobre temáticas ligadas a mobilização, posicionamento e higiene de utentes acamados), seja a colaboração com estruturas de cariz espiritual religioso  (como os centros paroquiais ) na formação/ informação a auxiliares de apoio e vigilância nestas mesmas dinâmicas e neste mesmo transfundo – seja na prestação directa de cuidados inerente aos enfermeiros integrados nos lares adscritos a instituições religiosas – tal como referido);


Entre muitas outras, que são as actividades potenciais dos Enfermeiros, integrados nas várias comunidades a nível local.

Assim, o facto de que os Enfermeiros representem um dos elementos de maior integração (como já demonstrado pelo facto de estarem intimamente relacionados com o mais profundo da vida e vivência dos comunidades adscritas ás suas listas de utentes como enfermeiros de família que são (ainda que o diploma da especificidade esteja em fase de desenvolvimento) e tendo em conta o seu cariz dinâmico (como já referido por circularem entre os vários pólos da comunidade – seus centros nevrálgicos) e dinamizadores dos mesmos  (por desenvolverem actividades de prestação de cuidados directa, de promoção de saúde de forma formal e informal e desenvolverem também actividades de interligação entre estruturas – inerente ao próprio périplo até aqui descrito).

O facto de se poder desenvolver a formação inerente aos conhecimentos técnico-científicos – dinamizados por escolas oficiais -  e que sirvam de elo de ligação comunitária para a continuidade, aprimoramento das funções em termos de prestação de cuidados actualmente desenvolvidas, tendo em conta a base e fundamento da profissão como ciência e arte de cuidar (assim mostrada na argumentação que se segue) e  a conjuntura actual.

Sabendo do risco que se corre em que a mesma estrutura se cristalize em redor dos valores económicos, como ponto de atenção focal da gestão do cuidar (seja pelos materiai e forma de contratualização de serviços inerentes ao modelo de gestão do SNS actuas, seja pelos sistemas informáticos que assim determinam o foco de atenção em termos efectivos e em termos de tempo dedicado aos registos científicos de trabalho), seja por modular as próprias práticas em função da programação prévia que os mesmos entrevêem 

(ex. escalas e classificação de feridas de cariz meramente administrativo ou de contagem de gastos para inclusão em termos de companhias de seguros e afins, contagem de matérias em injectáveis em termos de números e matérias envolvidos: questões que nada têm a ver com a qualidade dos cuidados desenvolvidos e que fazem – directamente parte – da responsabilidade de órgãos de gestão)

Vista esta perspectiva – real e integrada dentro do contexto da prestação de cuidados de saúde no SNS actual dentro da realidade contextual do Distrito de Viana do Castelo (à qual esta missiva se encontra vinculada) – cabe a possibilidade de se desenvolverem as devidas alternativas viáveis, para que Enfermeiros em ambiente comunitário e ligados a instituições locais – com outro tipo de dinâmica registo cientifico em termos de trabalho – possam também contar com elemento técnicos  – uma ferramenta técnica e científica ( válida e validada) e que possa ser enquadrada dentro dos focos de atenção actualmente vigentes pela CIPE.

Que sejam definíveis dentro do modelo de “Acto de Enfermagem” (como certas técnicas de relaxamento – toque terapêutico – são passíveis de ser enquadradas dentro do modelo profissional geral e com o precedente de muitos dos Enfermeiros actualmente optarem – de forma cíclica e sistemática – pelo desenvolvimento pessoal em áreas ditas “complementares” ou “alternativas” .

Em termos de simplificação – comparativamente – um curso de complemento que implique cinco anos ( ou três de formação) poderá ser adaptável contextualizando as devidas actividades modulares que tenham como fundamento o princípio bio-mecânico já comum nos conhecimentos intrínsecos ao desenvolvimento da nossa actividade – seja no posicionamento/ mobilização de utentes, seja nas questões ligadas às vertes psico-afectivas e emocionais que fazem parte do currículo de formação de base e que – quando aplicadas – por exemplo – em especificidade – como através das ESMO em ambiente de preparação psico-profilática para o parto) demonstram a sua eficácia e o inerente ganho em saúde em enquadramentos simplificados – tanto em termos de espaços como em termos de meios técnicos adjuvantes)


Assim, de forma a manter os pilares básicos e constitucionais, e desde um ponto de vista de “equidade”:

– equivalente a "justiça" em termos de distribuição de tempos, bens e valor – no contexto desta proposta, temos o valor humano como universal, e inalienável como declarado na declaração universal dos direitos do homem – e de forma a gerar a tão óbvia alternativa que permita que - efectivamente, e sem margem a subtilezas – exista uma forma viável, pragmática, acessível e equânime de que a saúde seja efectivamente gratuita ou assim sendo- tendencialmente – e que se já dinamizada por locais e para os locais sem saída de fundos próprios para fontes que não aquelas destinadas à melhoria e desenvolvimento da qualidade da mesma no transfundo que lhe corresponde.

Promover o Diálogo Interno no ambiente de ensino formal;

Tendo em conta que a Enfermagem – é e foi – uma parte da espinha dorsal de um sistema de saúde válido (falamos de uma continuidade em termos de carreira equivalente a trinta anos de desenvolvimento da profissão salvaguardando os valores a esta inerentes), até ao momento de se verem objectivos económicos além – antes – de se entreverem os fundamentos que e esses mesmos objectivos económicos obedecem:

a qualidade, a capacitação, o acesso universal a cuidados de saúde dignos e de qualidade – independentemente da capacidade de compra do indivíduo (princípio e isenção da Enfermagem em termos da prestação dos seus cuidados) e sabendo o potencial inovador, renovador, gerador de mudança que esta profissão (ordem com maior número de elementos a nível nacional) detém, apresentamos esta proposta como transfundo á devida discussão /diálogo em ambiente de formação dita “formal” para que se possa valorizar a possibilidade de inclusão de técnicas simplificadas em termos de promoção de saúde através do movimento integral (no contexto desta proposta – e pelo já referido – em ambiente comunitário, de conjuntura rural ou local) – como:

- sensibilização para alunos de base em relação ao potencial das mesmas no desenvolvimento futuro da suas actividades na prestação de cuidados – seja ou não associados a um sistema ou outro de gestão;

- formação/ desenvolvimento profissional de profissionais (sejam ou não graduados) que assim entendam estas ferramentas- em formação modular e assim assessorada e gerida pelas respectivas escolas de cunho oficial (nesta zona a ESS do IPVC e a ESS da Universidade Fernando Pessoa em P. Lima) para possível creditação/ complemento de prática regular de Enfermeiros dos cuidados de Saúde Primários (tendo em conta que a mesma pode ser realizada já com complemento de colegas da área da reabilitação e com o devido enquadramento das técnicas de relaxamento/ vitalização – como as representadas aqui pelo Qigong/ Taichi entre outras – que são do conhecimento das responsáveis pela formação e que possam ser facilmente protocolizada em termos internos e em termos de extensibilidade às organizações que alberguem a prestação de cuidados tal como referido até aqui);

- adequação ao perfil do novo Enfermeiro de Família como ferramenta válida, flexível e útil, recurso de integração de saber e saber fazer em conjunto com os utentes/ famílias a seu cuidado e integrado nas instituições/ organizações que os mesmos assim manifestam pelo seu vínculo cíclico e regular na comunidade na que se inserem.

Fundamento legal e prática segundo princípios de ética e deontologia cidadã
Esta iniciativa vai de encontro ás medidas que promovem o levar os cuidados de encontro ás populações, adaptar e personalizar as dinâmicas de atendimento e desenvolver o máximo de eficácia através de técnicas e meios que exijam dos utentes (verdadeiro referencial do sistema nacional de saúde – baseado na aportação que os mesmos podem auferir para que existe – efectivamente – um sistema dos utentes e para os utentes )* o mínimo gasto em termos de recursos (sejam estes de transporte, de tempo e de meios económicos para pagar uma consulta de Enfermagem – por definição em termos constitucionais – tendencialmente – gradualmente, ano a não – mais barata)

 temos em conta neste ponto que qualquer profissional de saúde é um utente e que qualquer elemento gestor também- se não o for – então estaria fora do sistema nacional de saúde;
lembramos neste ponto, que o art.64 a mesma constituição refere que cada cidadão (Enfermeiro e o utente inclusive) é responsável por fazer valer esta definição anteriormente descrita – ou seja  é activo, dinâmico e dinamizador para que a mesma assim se mantenha, preserve ou melhor – no tempo e no espaço que lhe é dada viver.

Artigo 64.º

Saúde
1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.
4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.


(sublinhado e negrito autoria do próprio)



Interligação com a Ética e Deontologia próprias á Profissão
Assim tendo em conta as prerrogativas inerentes à legislação e a sua consequente salvaguarda dos valores que mantêm a mesma vida que os Enfermeiros juram promover, defender – dentro do quadro de isenção que a profissão assim advoga, a proposta que se apresenta vai de encontro às várias linhas:

- sejam as emanadas pela própria Ordem dos Enfermeiros em termos da Reformulação da carreira e a inclusão da figura do Enfermeiro de Família como área específica de intervenção local e de gestão familiar e de transfundo de conhecimento que envolva saberes e saber fazer próprios das comunidades que os referidos Enfermeiros servem e integram;

- sejam as ligadas à dinâmica interna das Escolas de Saúde em termos da promoção dos valores de base que orientam a prática dos Enfermeiros em termos de futuro – para a salvaguarda da essência implícita no cuidar – dar atenção ao utente, foco de atenção ávida humana e preservar, aumentar o seu bem estar em consonância com as equipas técnicas vinculadas por juramento afim ao desenvolvimento desta vida humana causa e motivo da existência da profissão actualmente regularizada em REPE.

- sejam as próprias da ética e deontologia profissional – de forma permitir o maior número de ferramentas de trabalho que validem a devida isenção dos Enfermeiros e dos seus cuidados face aos vários contextos passíveis de albergar as suas práticas- dito e outra maneira –que ao mesmo tempo que se dispõem de regulamento e de exercício profissional, de legislação afim e de organizações que zelam pela garantia da qualidade dos cuidados prestados, se reúnam as condições de formação/ informação inicial para que os recém formados tenham uma maior consciência:

- do enquadramento laboral actual;

- da sua área de intervenção em termos factuais;

 - das dinâmicas e alternativas válidas para manterem a fidelidade à linha orientadora original que dá azo à profissão e assim garante a sua existência enquanto tal;

Complementar com consciência

– uma estratégia com fundamento para dar resposta ao desafio dos tempos modernos.

Estar consciente do ambiente dito “empresarial" e do materialismo que este mesmo ambiente em si determina e – ao mesmo tempo – estar ciente do valor e fundamentos intrínseco a uma profissão vocacional, de pendor humano e humanizante, apoiada em características técnico-científicas próprias .

Verificamos a complementaridade entre o biomédico e a arte e ciência de dar atenção ou "cuidar", 
Verificamos a evolução no tempo das práticas do cuidar e a gradual integração de técnicas que permitam manifestar esta mesma arte e ciência de cuidar dentro do contexto social- nos diversos tempos e nos diversos lugares –

Tomamos a devida consciência e damos a devida tenção ao óbvio sem cair na falácia da sua inversa:

 –a causa inicial da Enfermagem é a pessoa humana enquanto tal.  

O seu desenvolvimento, capacitou as diversas teorias e enquadramentos teóricos (modelos de Enfermagem) e as restantes actividades hoje definidas em termos de fenómenos e actos de Enfermagem.

– ver de outra maneira – seria inverter a linha das coisas e deixar a pessoa humana subsequente, subsidiária e dependente dos meios técnicos e das técnicas para essa mesma pessoa assim desenvolvidas (por ela assim desenvolvidas, tendo em conta o/a Enfermeira com pessoa humana em primeiro lugar e como profissional por subsidiária consequência);

Considerar a pessoa humana como um objecto, considerar a eficácia das práticas fora do contexto humanizante das mesmas ou considerar o profissional fora do contexto humano no qualo mesmo desenvolve a profissão pode ser uma ideia fácil de refutar e - ao mesmo tempo - difícil de definir no tempo actual.

Conscientes desta “falácia dos tempos modernos” – e apontando o foco de atenção das práticas de novo á sua origem, lembramos ainda:

Que a origem da enfermagem e que a origem em termos de contextualização de cuidados de saúde ditos primários advêm como pólos paralelos – enraizar os cuidados primários (por serem de cariz inicial, determinante na posterior elaboração dos diferenciados ou até da inclusão reinserção de utentes na sua comunidade inicial - paralelismo de enraizament em termos de origem/ busca de inspiração/ nutrição do sentido da prática da ciência e arte de cuidar).

Vemos aqui uma simplificação de recursos e uma redução de gasto (considerando como elemento primordial - ao referir 2ganhos" ou gastos/desgaste" a pessoa humana já referida e nesta definição englov«bando o profissional de Enfermagem como tal:

Em termos de coerência;

Em termos de princípio de verdade;

(ver continuidade de texto)


Sem comentários: