As linhas apresentadas de seguida
implicam que o potencial em termos de aplicabilidade, os ganhos em saúde, as
mais-valias em termos de profissão (seja pela adaptabilidade das mesmas, seja
pela capacidade de chegar mais perto das populações alvos potenciais destas
temáticas ainda passíveis de desenvolvimento) e a potencialidade de
desenvolvimento em termos de simplificação das práticas permitam – tal como
referido no boletim anexo à mensagem deste ano da Ordem – (que muito apraz em
receber na forma da agenda anual) – a “resiliência” ou a atitude flexível e ao
mesmo tempo determinada para passar estes tempos de “austeridade”, mantendo a
coerência inerente à prestação de cuidados e ao juramento evidenciado na
integração à profissão, através de iniciativas que demonstrem a criatividade e
o bem fazer de uma profissão que – tendo a sua origem na mulher de virtude e no
meio rural – permita voltar ás raízes da mesma de forma adaptada e consequente.
Lembrar que as “empresas” ou
empreendimentos modernos implicam mobilização dos funcionários em termos de
dinâmica corporal como forma de vitalização e activação dos mesmos e do seu
potencial.
(em termos específicos, ainda que a
contextualização destas práticas se possam implementar em diversos ambientes –
como o de transfundo hospitalar – falamos do contexto dos Cuidados de Saúde
Primários e da sua aproximação e adaptabilidade aos meios e pessoas que – por nomenclatura
ou vocação - assim servem);
Cuidar implica o “Dar Atenção”, e
as diversas práticas inerentes ao mesmo ”Cuidar” implicam o desenvolvimento
(aprofundamento – tanto em termos pessoais do próprio profissional, como da
profissão ou dos locais onde a mesma se desenvolva – Promoção de Saúde em Ambiente
Laboral) em temáticas que – aplicando nomenclaturas internacionais ou
simplesmente utilizando referenciais já validados – traduzam técnicas eficazes
de relaxamento ou promoção de “Bem Estar” – no contexto deste documento,
utilizamos o termo “vitalização”.
Dar atenção, desenvolver um foco
consciente e opcional com cariz de desenvolvimento integral implica mobilizar –
seja o próprio profissional, seja a forma e meios necessários para que essa
mesma mobilização seja – racional, eficaz ou simplesmente adaptada em função das exigências laborais – seja pela carga
horária, seja pelos rácios de atendimento – Enfermeiro/ Utente, seja pelos
condicionalismos inerentes ao desenvolvimento das práticas (desde o stresse
inerente a lidar com a morte ou degenerescência dos pacientes alvo de cuidados,
seja pelo simples facto de que – em ambiente ambulatório – a maioria das
consultas impliquem tempo em frente a métodos informáticos e o respectivo
padrão de mobilidade parcial que a posição sentada assim determina.
Outras formas de adaptabilidade
desta temática implicam os condicionalismos e as noções inerentes ao
posicionamento e mobilização de utentes em contexto de cuidados de saúde
Primários – todos eles passíveis de serem alvo de atenção, ou simplesmente de
serem desenvolvidos desde o ponto de vista das dinâmicas de base biomecânica e
posteriormente adaptadas às necessidades específicas do tempo moderno em termos
de stresse, gestão de ansiedade e as questões com esta relacionada (que como
bem indicam alguns estudos relativos ao desgaste profissional inerente à nossa
área, são factores de influência nas questões de absentismo laboral e de
rendimento em termos de padrões de eficácia).
Como promotores de Saúde, e desde
um ponto de vista de Cuidados de Saúde de base ou “Primários” – não entrando em
questões ditas “diferenciadas” inerentes ao sector secundário, nem nas que se
referem em texto seguido – como de atenção terciária ou de “reabilitação” – e
aplicando o transfundo de conhecimento do todo holístico do ser humano integral
e integrado – seja no seu contexto local, seja no contexto do contínuo vital,
seja no contexto de famílias e as respectivas inerências evolutivas no
desenvolvimento do “cardápio” de opções válidas para as diversas titulações
inerentes a este perfil, poderia ser opção viável a inclusão de dinâmicas
simplificas e de aplicação directa em termos de comunidade local – sem que para
o efeito fosse necessário desenvolver espaços próprios dentro das estruturas de
saúde (dispondo – por exemplo – de espaços para a ginástica de preparação
pré-parto e de profissionais de Enfermagem que desenvolvem exercícios afins sem
entrar em crivagem nem com a preparação física inerente a profissões via
ensino, nem com vertentes de reabilitação ou outras de cariz diverso – adianta-se
aqui – que devido à capacidade de se integrarem os cuidados de saúde em
contexto local, estas mesmas actividades poderiam ser desenvolvidas em
contextos como as juntas de freguesia, organizações humanitárias como Bombeiros
Voluntários ou outras afins que disponham nos seus fundamentos – de especificidade
para permitir o desenvolvimento destas práticas e de afinidade a áreas de
promoção de saúde enquanto tal.
O Contexto acima referido (da
promoção de saúde em meio local através de dinâmicas de movimento/ relaxamento
reconhecidas e em desenvolvimento na actualidade dentro do território nacional
debaixo da égide de associações/ legislação própria ou que assim possam ser
desenvolvidas por creditação em termos de compatibilidade com creditação
semelhante desenvolvida em países terceiros), tendo em conta o desgaste e o
stresse inerente às praticas de Enfermagem actuais (tida como profissão d
regime “especial” e sendo das posicionadas no topo das profissões de maior
desgaste, logo a seguir a profissionais do ensino), tal como referido nas
exigências que os novos desafios apresentam ao desenvolvimento e manutenção dos
valores inerentes à nossa actividade (seja o cuidar, seja a cautela do desgaste
do cuidador – tantas vezes assim desenvolvida e tramitada como parte integrante
das competências a aplicar em contexto de cuidados de saúde primários em
contexto de cuidadores informais) poderão ser motivo de encorajamento que se
refere na mensagem que acompanha a nova agenda deste ano em termos de
actividades de Enfermagem e que fazem parte dos conteúdos de motivação – ou foco de atenção neste caso – endereçados pela Ordem aos Profissionais.
Internacionalmente falando a “International Nursing Association” –
reconhece nos termos das dinâmicas ditas complementares as técnicas inerentes
ao relaxamento – seja em práticas inerentes à nossa profissão – como o “Toque
Terapêutico” seja em outras de vertente dito “alternativo” – como “Reiki” e
afins, tal como a própria Organização Mundial da Saúde Reconhece.
Sabedor de que muitos
profissionais de Enfermagem, seja em contexto de cuidados oncológicos ou á
pessoa em fase terminal – desenvolvem competências nestas áreas, ao abrigo das
diversas convenções e da legislação actualmente vigente, venho por este meio
propor a inclusão de actividades de relaxamento ou vitalização, de origem dita “oriental”
(Como o Qigong ou o Taichi) como passíveis de desenvolvimento e/ ou creditação
(seja dentro do curso de base, seja – como se descreve de seguido – dentro da
abordagem curricular das áreas de opção nos currículos de Enfermeiro de Saúde
Comunitária ou dos Enfermeiros de Família, tal como anunciado por diversas
vezes ao longo dos três anos de preparação destas especializações ou complemento
de actividades em termos curriculares e profissionais.
Acresce lembrar que na listagem
de titulações contravenientes ao desenvolvimento da arte e ciência do cuidar em
Enfermagem, não se refiram as actividades inerentes a promover saúde com base
em técnicas de base com cariz dito “oriental”.
Dentro destas premissas, e de
forma a poder contribuir de alguma maneira com a experiência pessoal adquirida
no contexto destas temáticas complementares e no desenvolvimento formal das
mesmas em contexto próprio:
-seja em ambiente de lares da
terceira idade, seja na promoção de saúde em termos de associações locais –
IPSSs.
Seja no contexto de professorado
em localidades com potencial de isolamento em termos de acessibilidade à
diferenciação ou a actividades diferenciadas nesta área – como as representadas
por aldeias e lugares com forte risco de isolamento/ desertificação e que representam
a grande maioria do nosso território Nacional em termos de demografia-
envelhecimento progressivo das pessoas e das “aldeias” ou lugares anteriormente
tidos como de meio e contexto rural e em termos de localidades com forte
distanciamento dos núcleos urbanos – seja por falta de transporte colectivo,
seja por questões orográficas que traduzam esse mesmo distanciamento.
O facto de simplificar técnicas de
promoção de saúde em termos locais, aliando creditações várias dentro do
contexto de promoção de saúde de forma integral, poderá ser objecto de
actividades de diversificação ou preparatório de desenvolvimento de cursos ou outras
formas de complementar as actividades de promoção de saúde em Enfermagem e que
melhor permitam a adaptabilidade da mesma em contexto de Cuidados de Saúde Primários.
Aqui lembramos a especificidade
do contexto primário em contraste com outras “especificidades” inerentes ao
desenvolvimento em áreas de especialização própria:
- como as que existem em ambiente de contexto
hospitalar ou as que se desenvolvem em áreas como a da reabilitação, nas que a
nossa profissão também participa de forma activa.
sem entrar na especificidade da reabilitação
típica do sector terciário – e sendo assim passíveis de ser integradas nas linhas
de base das competências de Enfermeiros – como os precedentes existentes na
Universidade Abel Salazar em termos de Currículos alternativos em Ciências
Orientais;
– sejam estes Enfermeiros já graduados como
forma de aprofundamento em termos da diversidade e variedade inerente à prática
diária (referimos de seguido a mobilização, o posicionamento, a formação de
prestadores de cuidados informais e a formação de pessoal adscrito a entidades
como as já referidas IPSSs e que – de forma habitual – são protocolarmente e de
forma simples – assumidas por Enfermeiros locais;
– como alternativas de variedade
do currículo associado aos Enfermeiros (futuros) de Família;
- ou as respectivas actividades de formação
permanente, creditada por módulos, e que impliquem a diversidade inerente à
promoção de saúde em contexto local.
Estas são algumas das
perspectivas potencias de inclusão destas dinâmicas dentro do contexto regular
das práticas de Enfermagem.
Tendo em conta o enquadramento
actual das práticas, e tendo em conta o desgaste inerente ás mesmas, que as
actividades possam até ser dinamizadas intra-institucionalmente (como poderá
sugerir a digníssima Ordem dentro do contexto da garantia da qualidade de
prestação de Cuidados de Enfermagem, tendo em conta o desgaste inerente ás
mesmas e as respectivas repercussões nos cuidados assim prestados – seja uma
forma de Promover Saúde, de – antecipadamente - prevenir a doença e desenvolver os “ganhos em saúde”
inerentes à própria programação de actividades, tal como consta na metodologia
de trabalho – ou registo científico de trabalho determinado pelo sistema
actual.
Conseguir que a Enfermagem, como
profissão, desça no “ranking” de profissões caracterizadas como de maior "stresse" poderia ser uma tradução eficaz destes mesmos "ganhos em saúde" –
desde o ponto de vista “interno” e tomando como referência que o Enfermeiro é
ao mesmo tempo utente e alvo de cuidados como pessoa Humana.
Dito de outra forma, venho por
este meio sugerir – que as mesmas actividades – uma vez não entram em conflito
com as competências de Enfermeiro, prestador de cuidados na comunidade ou
dinamizador – enquanto elemento activo da mesma – das actividades de
vitalização inerentes à promoção de saúde desde um ponto de vista integral – e que
possam assim ser disponibilizadas em termos oficiais ou desenvolvidas como
alternativas viáveis na creditação modular ou curricular de base – como áreas
nobres e passíveis de opção e desenvolvimento da Nobre Profissão de Enfermagem
na sua vertente de promoção de saúde em Cuidados de Saúde Primários.
Espera-se reflectir que nos
tempos modernos, os desafios que Enfermagem
(e a população que a mesma cuida – em geral) implicam uma versatilidade e uma
adaptabilidade que simplifique técnicas e – ao mesmo tempo – ofereça as
dinâmicas de base para a melhoria:
- do próprio Profissional- seja
como pessoa humana, seja em termos de desempenho, seja em termos de creditação
e possibilidade de escolha profissional;
- do ambiente e contexto de
trabalho no qual o Profissional de Enfermagem desenvolve as suas funções (a sua
prestação de cuidados) – interpretando para tal o Enfermeiro como elemento
activo, dinâmico e gerador de alternativas viáveis, utilizando os canais
pertinentes e sugerindo as mesmas através das entidades competentes para fazer
valer propostas ou alternativas válidas;
- da comunidade local, em termos
de adaptar as técnicas desenvolvidas, a sua especificidade em função das
necessidades dos utentes alvo dos cuidados - tal como bem sabem os Enfermeiros
em geral e as pessoas que desenvolvem cuidados em contexto de Família - (no
próprio domicílio dos utentes e fora de um contexto de prestação de cuidados
ditos “formais”) ou interagindo e promovendo saúde dentro dos vários contextos
passíveis de desenvolvimento dos mesmos (sejam escolas, lares de terceira idade
entre outras estruturas da comunidade, habitualmente alvo da prestação de
cuidados/ actividades de promoção de saúde);
Espera-se que estas propostas
possam traduzir-se em termos de consideração, apreciação ou partilha em termos de opinião.
O simples facto de poder
partilhar este tipo de experiências e de propor temáticas de diálogo dentro do
contexto da profissão – seja nos fóruns próprios, seja nas várias actividades
que habitualmente a Ordem dinamiza, seja através do Boletim Informativo à mesma
adscrito, já seria – em si mesmo – um ganho em saúde.
Apontar o foco de atenção ao
potencial humano e a capacidade do mesmo melhorar é algo intrínseco às linhas
orientadoras da nossa profissão – promover
e ajudar sem substituir.
Os Enfermeiros, aquando da
promoção de saúde, observam e dinamizam as capacidades próprias dos utentes,
previamente a desenvolverem actividades ou dinâmicas que possam anular esse
mesmo potencial de mudança ou potencial Vital;
Certo de que a atenção dispensada
a este documento poderá, de maneira positiva, influir de alguma forma na
orientação e dinamismo que a profissão de Enfermagem tem demonstrado ao longo
dos anos.
Certo também, de que poderá ser acrescento
para a aplicação da legislação inerente à nova carreira de Enfermagem e aos
graus “Simplificados” que a mesma entrevê (tendo em conta a anterior estrutura
hierárquica).
Neste sentido, simplificar
implica que se mantêm as capacitações, a qualidade dos cuidados é promovida –
seja no próprio prestador, seja através da instituição que albergue as práticas
referidas no contexto profissionalizante, seja pela diversidade de aplicação
inerente às mesmas e o recurso a ganhos em termos económicos, pelo aplicar da
base simples de que:
promover saúde reduz gastos em termos de doença (morbilidade).
promover saúde reduz gastos em termos de doença (morbilidade).
Atentamente
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