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sábado, março 01, 2014

Carta Aberta aos Responsáveis a nível da Enfermagem Nacional


As linhas apresentadas de seguida implicam que o potencial em termos de aplicabilidade, os ganhos em saúde, as mais-valias em termos de profissão (seja pela adaptabilidade das mesmas, seja pela capacidade de chegar mais perto das populações alvos potenciais destas temáticas ainda passíveis de desenvolvimento) e a potencialidade de desenvolvimento em termos de simplificação das práticas permitam – tal como referido no boletim anexo à mensagem deste ano da Ordem – (que muito apraz em receber na forma da agenda anual) – a “resiliência” ou a atitude flexível e ao mesmo tempo determinada para passar estes tempos de “austeridade”, mantendo a coerência inerente à prestação de cuidados e ao juramento evidenciado na integração à profissão, através de iniciativas que demonstrem a criatividade e o bem fazer de uma profissão que – tendo a sua origem na mulher de virtude e no meio rural – permita voltar ás raízes da mesma de forma adaptada e consequente.

Lembrar que as “empresas” ou empreendimentos modernos implicam mobilização dos funcionários em termos de dinâmica corporal como forma de vitalização e activação dos mesmos e do seu potencial.
 (em termos específicos, ainda que a contextualização destas práticas se possam implementar em diversos ambientes – como o de transfundo hospitalar – falamos do contexto dos Cuidados de Saúde Primários e da sua aproximação e adaptabilidade aos meios e pessoas que – por nomenclatura ou vocação -  assim servem);

Cuidar implica o “Dar Atenção”, e as diversas práticas inerentes ao mesmo ”Cuidar” implicam o desenvolvimento (aprofundamento – tanto em termos pessoais do próprio profissional, como da profissão ou dos locais onde a mesma se desenvolva – Promoção de Saúde em Ambiente Laboral) em temáticas que – aplicando nomenclaturas internacionais ou simplesmente utilizando referenciais já validados – traduzam técnicas eficazes de relaxamento ou promoção de “Bem Estar” – no contexto deste documento, utilizamos o termo “vitalização”.

Dar atenção, desenvolver um foco consciente e opcional com cariz de desenvolvimento integral implica mobilizar – seja o próprio profissional, seja a forma e meios necessários para que essa mesma mobilização seja – racional, eficaz ou simplesmente adaptada em função das exigências laborais – seja pela carga horária, seja pelos rácios de atendimento – Enfermeiro/ Utente, seja pelos condicionalismos inerentes ao desenvolvimento das práticas (desde o stresse inerente a lidar com a morte ou degenerescência dos pacientes alvo de cuidados, seja pelo simples facto de que – em ambiente ambulatório – a maioria das consultas impliquem tempo em frente a métodos informáticos e o respectivo padrão de mobilidade parcial que a posição sentada assim determina.

Outras formas de adaptabilidade desta temática implicam os condicionalismos e as noções inerentes ao posicionamento e mobilização de utentes em contexto de cuidados de saúde Primários – todos eles passíveis de serem alvo de atenção, ou simplesmente de serem desenvolvidos desde o ponto de vista das dinâmicas de base biomecânica e posteriormente adaptadas às necessidades específicas do tempo moderno em termos de stresse, gestão de ansiedade e as questões com esta relacionada (que como bem indicam alguns estudos relativos ao desgaste profissional inerente à nossa área, são factores de influência nas questões de absentismo laboral e de rendimento em termos de padrões de eficácia).

Como promotores de Saúde, e desde um ponto de vista de Cuidados de Saúde de base ou “Primários” – não entrando em questões ditas “diferenciadas” inerentes ao sector secundário, nem nas que se referem em texto seguido – como de atenção terciária ou de “reabilitação” – e aplicando o transfundo de conhecimento do todo holístico do ser humano integral e integrado – seja no seu contexto local, seja no contexto do contínuo vital, seja no contexto de famílias e as respectivas inerências evolutivas no desenvolvimento do “cardápio” de opções válidas para as diversas titulações inerentes a este perfil, poderia ser opção viável a inclusão de dinâmicas simplificas e de aplicação directa em termos de comunidade local – sem que para o efeito fosse necessário desenvolver espaços próprios dentro das estruturas de saúde (dispondo – por exemplo – de espaços para a ginástica de preparação pré-parto e de profissionais de Enfermagem que desenvolvem exercícios afins sem entrar em crivagem nem com a preparação física inerente a profissões via ensino, nem com vertentes de reabilitação ou outras de cariz diverso – adianta-se aqui – que devido à capacidade de se integrarem os cuidados de saúde em contexto local, estas mesmas actividades poderiam ser desenvolvidas em contextos como as juntas de freguesia, organizações humanitárias como Bombeiros Voluntários ou outras afins que disponham nos seus fundamentos – de especificidade para permitir o desenvolvimento destas práticas e de afinidade a áreas de promoção de saúde enquanto tal.


O Contexto acima referido (da promoção de saúde em meio local através de dinâmicas de movimento/ relaxamento reconhecidas e em desenvolvimento na actualidade dentro do território nacional debaixo da égide de associações/ legislação própria ou que assim possam ser desenvolvidas por creditação em termos de compatibilidade com creditação semelhante desenvolvida em países terceiros), tendo em conta o desgaste e o stresse inerente às praticas de Enfermagem actuais (tida como profissão d regime “especial” e sendo das posicionadas no topo das profissões de maior desgaste, logo a seguir a profissionais do ensino), tal como referido nas exigências que os novos desafios apresentam ao desenvolvimento e manutenção dos valores inerentes à nossa actividade (seja o cuidar, seja a cautela do desgaste do cuidador – tantas vezes assim desenvolvida e tramitada como parte integrante das competências a aplicar em contexto de cuidados de saúde primários em contexto de cuidadores informais) poderão ser motivo de encorajamento que se refere na mensagem que acompanha a nova agenda deste ano em termos de actividades de Enfermagem e que fazem parte dos conteúdos  de motivação – ou foco de atenção neste caso – endereçados pela Ordem aos Profissionais.

Internacionalmente falando a “International Nursing Association” – reconhece nos termos das dinâmicas ditas complementares as técnicas inerentes ao relaxamento – seja em práticas inerentes à nossa profissão – como o “Toque Terapêutico” seja em outras de vertente dito “alternativo” – como “Reiki” e afins, tal como a própria Organização Mundial da Saúde Reconhece.

Sabedor de que muitos profissionais de Enfermagem, seja em contexto de cuidados oncológicos ou á pessoa em fase terminal – desenvolvem competências nestas áreas, ao abrigo das diversas convenções e da legislação actualmente vigente, venho por este meio propor a inclusão de actividades de relaxamento ou vitalização, de origem dita “oriental” (Como o Qigong ou o Taichi) como passíveis de desenvolvimento e/ ou creditação (seja dentro do curso de base, seja – como se descreve de seguido – dentro da abordagem curricular das áreas de opção nos currículos de Enfermeiro de Saúde Comunitária ou dos Enfermeiros de Família, tal como anunciado por diversas vezes ao longo dos três anos de preparação destas especializações ou complemento de actividades em termos curriculares e profissionais.

Acresce lembrar que na listagem de titulações contravenientes ao desenvolvimento da arte e ciência do cuidar em Enfermagem, não se refiram as actividades inerentes a promover saúde com base em técnicas de base com cariz dito “oriental”.
Dentro destas premissas, e de forma a poder contribuir de alguma maneira com a experiência pessoal adquirida no contexto destas temáticas complementares e no desenvolvimento formal das mesmas em contexto próprio:
-seja em ambiente de lares da terceira idade, seja na promoção de saúde em termos de associações locais – IPSSs.

Seja no contexto de professorado em localidades com potencial de isolamento em termos de acessibilidade à diferenciação ou a actividades diferenciadas nesta área – como as representadas por aldeias e lugares com forte risco de isolamento/ desertificação e que representam a grande maioria do nosso território Nacional em termos de demografia- envelhecimento progressivo das pessoas e das “aldeias” ou lugares anteriormente tidos como de meio e contexto rural e em termos de localidades com forte distanciamento dos núcleos urbanos – seja por falta de transporte colectivo, seja por questões orográficas que traduzam esse mesmo distanciamento.

O facto de simplificar técnicas de promoção de saúde em termos locais, aliando creditações várias dentro do contexto de promoção de saúde de forma integral, poderá ser objecto de actividades de diversificação ou preparatório de desenvolvimento de cursos ou outras formas de complementar as actividades de promoção de saúde em Enfermagem e que melhor permitam a adaptabilidade da mesma em contexto de Cuidados de Saúde Primários.

Aqui lembramos a especificidade do contexto primário em contraste com outras “especificidades” inerentes ao desenvolvimento em áreas de especialização própria:

 - como as que existem em ambiente de contexto hospitalar ou as que se desenvolvem em áreas como a da reabilitação, nas que a nossa profissão também participa de forma activa.
sem entrar na especificidade da reabilitação típica do sector terciário – e sendo assim passíveis de ser integradas nas linhas de base das competências de Enfermeiros – como os precedentes existentes na Universidade Abel Salazar em termos de Currículos alternativos em Ciências Orientais;

 – sejam estes Enfermeiros já graduados como forma de aprofundamento em termos da diversidade e variedade inerente à prática diária (referimos de seguido a mobilização, o posicionamento, a formação de prestadores de cuidados informais e a formação de pessoal adscrito a entidades como as já referidas IPSSs e que – de forma habitual – são protocolarmente e de forma simples – assumidas por Enfermeiros locais;

– como alternativas de variedade do currículo associado aos Enfermeiros (futuros) de Família;

-  ou as respectivas actividades de formação permanente, creditada por módulos, e que impliquem a diversidade inerente à promoção de saúde em contexto local.

Estas são algumas das perspectivas potencias de inclusão destas dinâmicas dentro do contexto regular das práticas de Enfermagem.

Tendo em conta o enquadramento actual das práticas, e tendo em conta o desgaste inerente ás mesmas, que as actividades possam até ser dinamizadas intra-institucionalmente (como poderá sugerir a digníssima Ordem dentro do contexto da garantia da qualidade de prestação de Cuidados de Enfermagem, tendo em conta o desgaste inerente ás mesmas e as respectivas repercussões nos cuidados assim prestados – seja uma forma de Promover Saúde, de – antecipadamente -  prevenir a doença e desenvolver os “ganhos em saúde” inerentes à própria programação de actividades, tal como consta na metodologia de trabalho – ou registo científico de trabalho determinado pelo sistema actual.

Conseguir que a Enfermagem, como profissão, desça no “ranking” de profissões caracterizadas como de maior "stresse" poderia ser uma tradução eficaz destes mesmos "ganhos em saúde" – desde o ponto de vista “interno” e tomando como referência que o Enfermeiro é ao mesmo tempo utente e alvo de cuidados como pessoa Humana.


Dito de outra forma, venho por este meio sugerir – que as mesmas actividades – uma vez não entram em conflito com as competências de Enfermeiro, prestador de cuidados na comunidade ou dinamizador – enquanto elemento activo da mesma – das actividades de vitalização inerentes à promoção de saúde desde um ponto de vista integral – e que possam assim ser disponibilizadas em termos oficiais ou desenvolvidas como alternativas viáveis na creditação modular ou curricular de base – como áreas nobres e passíveis de opção e desenvolvimento da Nobre Profissão de Enfermagem na sua vertente de promoção de saúde em Cuidados de Saúde Primários.

Espera-se reflectir que nos tempos modernos, os desafios que  Enfermagem (e a população que a mesma cuida – em geral) implicam uma versatilidade e uma adaptabilidade que simplifique técnicas e – ao mesmo tempo – ofereça as dinâmicas de base para a melhoria:

- do próprio Profissional- seja como pessoa humana, seja em termos de desempenho, seja em termos de creditação e possibilidade de escolha profissional;

- do ambiente e contexto de trabalho no qual o Profissional de Enfermagem desenvolve as suas funções (a sua prestação de cuidados) – interpretando para tal o Enfermeiro como elemento activo, dinâmico e gerador de alternativas viáveis, utilizando os canais pertinentes e sugerindo as mesmas através das entidades competentes para fazer valer propostas ou alternativas válidas;

- da comunidade local, em termos de adaptar as técnicas desenvolvidas, a sua especificidade em função das necessidades dos utentes alvo dos cuidados  - tal como bem sabem os Enfermeiros em geral e as pessoas que desenvolvem cuidados em contexto de Família  - (no próprio domicílio dos utentes e fora de um contexto de prestação de cuidados ditos “formais”) ou interagindo e promovendo saúde dentro dos vários contextos passíveis de desenvolvimento dos mesmos (sejam escolas, lares de terceira idade entre outras estruturas da comunidade, habitualmente alvo da prestação de cuidados/ actividades de promoção de saúde);

Espera-se que estas propostas possam traduzir-se em termos de consideração, apreciação ou partilha em termos de opinião.

O simples facto de poder partilhar este tipo de experiências e de propor temáticas de diálogo dentro do contexto da profissão – seja nos fóruns próprios, seja nas várias actividades que habitualmente a Ordem dinamiza, seja através do Boletim Informativo à mesma adscrito, já seria – em si mesmo – um ganho em saúde.

Apontar o foco de atenção ao potencial humano e a capacidade do mesmo melhorar é algo intrínseco às linhas orientadoras da nossa profissão – promover e ajudar sem substituir.

Os Enfermeiros, aquando da promoção de saúde, observam e dinamizam as capacidades próprias dos utentes, previamente a desenvolverem actividades ou dinâmicas que possam anular esse mesmo potencial de mudança ou potencial Vital;

Certo de que a atenção dispensada a este documento poderá, de maneira positiva, influir de alguma forma na orientação e dinamismo que a profissão de Enfermagem tem demonstrado ao longo dos anos.

Certo também, de que poderá ser acrescento para a aplicação da legislação inerente à nova carreira de Enfermagem e aos graus “Simplificados” que a mesma entrevê (tendo em conta a anterior estrutura hierárquica).

Neste sentido, simplificar implica que se mantêm as capacitações, a qualidade dos cuidados é promovida – seja no próprio prestador, seja através da instituição que albergue as práticas referidas no contexto profissionalizante, seja pela diversidade de aplicação inerente às mesmas e o recurso a ganhos em termos económicos, pelo aplicar da base simples de que:

 promover saúde reduz gastos em termos de doença (morbilidade).

Atentamente


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