eclipse mais não velado
poder unido
mais não separado
que se desfaçam as paredes erguidas
erigidas
um dia
por simples memória esquecida...
num eclipse que durar
seja noite
ou seja dia
seja amor a nos (re)encontar
Abraço dado, povo de novo – reencontrado… despedido mais não
perdido – simplesmente achado – voltará o dia do seu eterno fado – no que os guardiães
dos dias ouçam as litanias que o rio nos tem contado, que a pedra fria de
aspecto rachado – escondia – bem a nosso lado, que o carvalho e o sobreiro
tinham em si velado e a luz da árvore de lua nos mostre assim – nua – bem lado a
lado…
Quem veja a luz que cega - não veja o que amor almeja nem a devoção que
nos reja… quem veja além do que se vê e sente além do que crê….
Se esvai em mil
pedaços para ser de novo encontrado entre mil e um abraços
qual o ser
qual o cálice
qual o graal
qual a luz
qual
qual o Ser
que concentre
a estrela candente
que numa certa noite
entre nos se esvai...
Quem será a menina – qual – que encontre a luz de um anjo –
pairando na palma da sua mão – será ela dama ou corriqueira – será quem a vida –em
si mesma – queira…
Vêm as ordens e as mensagens de outras aras – de outras
paragens – anunciar os dias do eterno retorno – escolhidos a dedo entre quem –
em si e em seu entorno – protegido como belo “retoño” – cresce além fronteiras,
além de verdades meias e se mostra – em Verão – num novo e vivo e puro São João
– formas diferentes de dizer o mesmo – formas diferentes de comunicar –
verdades meigas – contadas a meias – que juntos poderemos assim – aqui – decifrar…
quem tem a flor branca no peito
tem algo além do leito
tem no seu jeito
em luz branca
refeito
o caminho da alvura
da luz branca
a amais pura
caminho de altura entre a noite do verso lento
entre o que povo disperso vai escrevendo
em músicas perdidas e em litanias antigas
assim de novo cantadas
assim de novo evocadas
assim de novo celebradas
entre fogueiras
apagadas
nos trilhos de leitos
de rios de luzes marcadas
Como essa luz que nos faz cantar – e soltar amarras e asas e
pode de novo voar – como esse ser que não chega mais ao mar – e que a aragem que
vem do Norte traz em asas . como consorte – para assim poder de novo levantar –
as histórias contidas em hinos velhos – para que os velhos se possam orgulhar –
dos valores finos e fortes – guardados – mais não em cofres ou fortes –
guardados entre as árvores que mais ninguém se atreveu a desterrar…
e entre as
pedras – firmes – que ninguém se atreveu a deslindar…
São essas histórias antigas – Presentes de Vidas –que estamos
hoje aqui a relembrar
procuro
entre a noite esquecida
uma melodia
antiga
uma voz
unida
um cantar
que
em peito se abriga
e em luz maior
se transforma
e motiva
a chegar além do que a treva
pretende
ainda
em si ocultar...
Uma força – amiga – que poder dentro – por mais do que se diga
– sendo nossa – nos acariciando de forma conhecida – nos aproximando além do
medo, da dúvida ou da despedida – nos encontrando além da saída por confiança
de saber o que estamos aqui a fazer e como aqui perseverar – em vez de procurar
o Norte como se fosse um alinha a salvar- sentir a orientação além da sorte que
vem por dentro nos despertar…
Sem comentários:
Enviar um comentário