Nos dias nos que a pressão impressiona…
Como desenvolver o ser interno entre as linhas que marcam as
pautas – externas…
Um dia – uma certa sombra saiu para passear…
Caminhava – só…numa certa estrada… com linhas pautadas… com
medidas regradas… com as suas ondas – de cristas e cavas – definidas – ou buriladas
– pelas mentes rectilíneas de quem assim as concebia e marcava…
A sombra… ondulava… como era sua natureza- intrínseca – e assim
consagrada… passava por cima de tudo… e de nada… e nenhuma das linhas a prendia
ou encerrava…
A sombra subia… crescia… minguava… e as linhas rectas e
eqguias… a seguiam… por ser a sombra uma força própria entre as linhas que se
cruzavam…
A sombra procurava… não sabia muito ou mais nada… simplesmente
seguia… e vagava…
E as linhas – das estradas… dos sinais concebidos pelas
mentes humanas – davam respostas que a sombra nem questionava…
Seguia e seguia – pela longa estrada… por essa vereda
esquecida – pelas ondas da vida –que não mais termina ou acaba… e que mente
alguma concebia – que esta sombra, perdida – pudesse chegar um dia – à sua
origem ou casa…
As linhas se esmeravam, os cartazes assim anunciavam… os
vários desvios possíveis… as várias alternativas credíveis… as várias direcções
por outrem, outrora marcadas…
E a sombra seguia e seguia… um traço pautado
Por força maior
Anterior
E seguia ondulando
Subindo
Descendo
Crescendo
Minguando…
Enquanto a estrada
Assim traçada
Assim cravada
Entre as lombas
De um vale
Entre a vereda
De uma montanha
Entre as ondas de um mar
Que sobe
E desce
E não assim acaba
Seguia e seguia
E entre as sombras
Do mar
E suas ondas
Se misturava
E cadencia nova
E vida renovada
Assim ganhava
E passava
Pelas orlas
Das florestas
Antes tão sagradas
E subia
E descia
E mais não percebia
Ia sendo
A árvore…
Ia sendo
A erva
Que sem querer
Pisava
Como brisa que passa sem cor
Sobre o verde de uma nova estrada…
E seguia
Esta sombra
Esquecida
De onde morava
De onde partia a sua linha
E onde treminava esta
Que se tinha
Em si lavrada…
Seria onde tudo convergia
Seria nesses sinais que não lia
Seria entre as ondas do mar que já era
Entre as orlas das florestas
Que em si reverberam
Seria sobre a montanha
Sobre a que esticara
Ou seria nos vales
no profundo
das orlas
Nas que descansara?
Onde morava a sombra
Onde seria a sua casa
Onde comandavam as ordens
Daqueles que por aqui passam?
E depois se esvaem
E se deixam
E se esquecem
Como esta sombra
Nossa
Que se esvai
E vai
E vem
E não mais passa?...
Fica a lembrança
De definir
E reduzir
E mandar
E empoderar
Ou deixar ir
Quanta glória baça
Entre aquilo
Que o tempo diz
Que em si
Mais não passa…
Quanto de vida e de luz
Entre o mundo interior
Que por dentro
Sem mais consenso
Simplesmente sendo
Em
Ti
E em
Mim
reluz
Seja essa força
De origem
Desta nossa sombra
De história
Incerta
De pais
De País
E terra
Liberta
Que passa
Por onde passa
E o
Mundo
Inteiro
Em si mesma
Abraça…
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