voa pensamento voa
nas asas de imaginação
voa para onde é tua casa
aqui o nosso eterno coração...
Brasão de Santa marta - coração e rosas
algo que se leva "na casa portuguesa"
e num certo galo de "Bar Cellos"
Nos dias que se maldiga:
Nas noites mal prezadas
Essas… relações antigas:
Que voltam entre romarias
Nas nossas festas sagradas;
Nesses dias, eternos…
Sol algum as pautava…
Nessas noites em seu luzeiro:
Cobriam céus e dias inteiros:
Luz nossa em forma humana
desde o lugar mais afastado
ao seu ponto mais prezado
esse algo que nos é dado
nem vendido
nem comprado
Correntes nessa Luz que nós Somos…
que entre a noite dos
dias cintilavam
Nós assim dentre as veredas seguiam
procurando assim as nossas vidas
entre horas por outrem pautadas:
esses dias entre horas
essa a noite anunciada
essas veras horas marcadas
essas as nossas horas livres
essas, por sempre sagradas
esses os lugares antigos:
dessas antigas passadas;
como esses ecos… vivos
veras vozes lembradas…
Vivos aqui ainda avançam;
ainda assim vida alcançam
Entre sua voz de menina, mulher e criança:
Como vida que se alça na voz da esperança
Coros de vidas, Vida assim abraçam:
Coros da Vida essa em mesma graça;
Coros das flores vivas
De Invisíveis louvores
esse lugar
a norte plantado
onde é nascido
e não esquecido
o que falo
esse país
onde se fazem os rios
e os verdes prados
e o mar´seja Atlântico
seja a norte
a morte
que mais não se vai nomear...
das lareiras
das corredouras
de vida tão cheias
seja esse o tal fazer
o tal lembrar
o não esquecer
a luz do lar
entre o rapaz mais pequeno
e o velho a acompanhar
as lendas e marés bem fazejas
das costas de cruzes tão cheias
como se fosse o mesmo mar
de lágrimas e sal
uma folha que se esvai
num carvalho de lés a lés
a se demostrar
(carvalho sobreiro ou azinheira
mesma voz, mesma força
mesma fala
mesma maneira
de ser pátria
tantas vezes honrada
tantas vezes
de novo esmagada)
umas vezes empolgado
outras esquecido "olvidado"
umas vezes crendo
em fogo de lume lento
outras vezes duvidando
entre as cinzas de um Lume
vivo
esperando
Se passam
Como vivas flores
Que falam
A quem assim souber
…Tomar…
E Tocar
Em si acolher abraçar…
Cuidar, ajudar a renascer
E a viva vera a bem viver;
onde se possam proteger
De quem as quiser cortar;
Espinhos cravados nessa nossa mão viva deixados;
Assim ferindo todo, quem não souber bem mentir
Assim esvaindo, toda vida que nos foi dada a gerir
Vertendo o sangue, onde era para ser vivida;
Rasgando a vida ali onde poderia ser garrida;
Estando livre, exultante e protegida… assim plena em si
mesma;
Assim plena em nós mesmos assim de nós, em nós preenchida;
Plena nos tempos que nem temos,
Nem no que somos, nem sabemos;
Não vilipendiada nem demarcada ou vendida:
Feita vida escrava de entre mãos desprendida
se não és terra guardada
se não és terra amada
se deixas que levem
a tua mesma vida
para onde ela não
seja reverenciada
o medo como bandeira
separada
assim um credo de morte
como se fosse vida anunciada
pinhais de outrora
plantados neste mesmo lugar
para suster a onda
que nos poderia arrastar
Nossas vozes que assim calam
Para quem se atreva as cortar…
que antigos mais não vivos
nos dizem em seus abrigos
com peles de cores baças…
por sete caminhos
se vão achegando
em cores subtis
assim chegando...
que própria vida, que passas
deixou poema para se rever
para que pudesses ser tu
de novo, a voltar, e a ler:
as portas da água da vida
que banham estas costas
de vida florida
as mesmas águas
puras
que nos guiam
e iluminam
três as figuras
que assim
nunca
por eles
entre eles
se viam
esperando a aurora
desse tal lugar
esperando o tempo
PRESENTE
que se pode
e deve
se se quiser
assim
anunciar
que própria vida, que passas
deixou poema para se rever
para que pudesses ser tu
de novo, a voltar, a o ser;
Assim de novo sendo:
Tendo deixado de ser
por ti essa própria vida a cantar:
por ti mesmo essa vida desvelar
vida sem ninguém a poder mediar
Essa vera via, vida que apenas tu
poderás viver, sentir, experiênciar
fazer assim
rir chorar...
ir ou voltar
despindo a terra
despindo a lágrima da sua água
despindo o coração de um povo
do calor que clama
do calor que por amor se chama
É da torre mais alta
Que eu canto este meu pranto
Que eu canto este meu sangue,
Este meu povo
Dessa torre maior
Em que apenas sou grande
Por me cantar de novo,
Por me cantar de novo.
Cantar como quem despe
A ganga da tristeza
Como quem bebe
A água da saudade,
Chama que nasce e cresce
E vive e morre acesa
Chama que nasce e cresce
Em plena liberdade.
Mas nunca se dói só
Quem a cantar magoa
Dói-me o Tejo vencido
Dói-me a secura
Dói-me o tempo perdido
Dói-me ele de lonjura
Dói-me o povo esquecido
E morro de ternura
Dói-me o tempo perdido
E morro de ternura.
Que eu canto este meu pranto
Que eu canto este meu sangue,
Este meu povo
Dessa torre maior
Em que apenas sou grande
Por me cantar de novo,
Por me cantar de novo.
Cantar como quem despe
A ganga da tristeza
Como quem bebe
A água da saudade,
Chama que nasce e cresce
E vive e morre acesa
Chama que nasce e cresce
Em plena liberdade.
Mas nunca se dói só
Quem a cantar magoa
Dói-me o Tejo vencido
Dói-me a secura
Dói-me o tempo perdido
Dói-me ele de lonjura
Dói-me o povo esquecido
E morro de ternura
Dói-me o tempo perdido
E morro de ternura.
Sem comentários:
Enviar um comentário