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terça-feira, setembro 04, 2012

Como é Possível?!?!?


Como é possível que o amor humano tenha sido vencido pelo sistema concebido para dar ao seu criador o espaço e tempo necessários para se elevar para o seu Ser Redentor?

Como é possível que as prioridades se tenham invertido ao ponto no que um relógio comande e determine a prioridade humana?

Adoramos a Morte na forma do trabalho que nos rouba e nos leva o melhor tempo da nossa vida… uma religião de morte a tal ponto divulgada que se torna “normal”, “normativa”…

Números clausos de soldadinhos de chumbo marchando: defendendo um credo ronco que os esmaga e que eles – satisfeitos – louvam e impõem ao que são e ao que amam… coisa doentia que sorri com máscara óssea num esgar sem graça…


Como é possível que milhões de pessoas – despertem o seu dia – sem louvar o Amor na pessoa da pessoa amada? Que com eles desperta lado a lado nessa mesma almofada?

Existe mensagem escrita em forma mais clara? Com olhos, nome, sentir e falar de forma tão igual que resultaria impossível negar que está ali - mesmo ali na frente?

Que estranha cegueira ataca a humanidade a este ponto?...

Como é possível que o amor, na forma, calor, textura… na voz, presença toque e essência… no espaço ocupado pelo ser adorado - se tenha tornado tão cinzento, tão invisível… tão vazio: que um qualquer relógio, uma qualquer rotina… uma outra qualquer outra "prioridade" o faça invisível e o expurgue da nossa vida?

Como é possível que não desperte, olhe ao lado o ser que amo – ainda inerte – e logo que abre os olhos para o novo dia que nasce a não abrace, beije sorria e nela mergulhe o olhar para lhe confessar que é a luz do amor que nos une que dá sentido ao dia, ao despertar, ao existir, ao levantar… que tudo o resto são estruturas vazias, repetições de colagens mentais pretendendo ter a vida do humano Deus que temos que adorar – o Deus “Vida”, o deus “Luz”, o deus “Calor” - que se mostra a mim em forma humana, concreta e definida – em cada dia e que – por força da rotina vazia e de um exército de escravos que escraviza seus semelhantes – começo a deixar de ver?

Como é possível jurar fidelidade ao amor – e no dia seguinte ter já uma outra luz, um outro olhar - uma outra voz - que limpe completamente do meu ser a vontade de estar: o querer que ainda uns dias atrás me fizeram olhar para ver: verdade e querer ao caminhar na luz da seriedade que me estende a mão para a verdade na forma humana que amo e venero?

Como é possível que a humanidade se desumanize neste ritmo frenético, suba por sobre os cadáveres caminhantes que preenchem lugares de trabalho, ruas e estradas e não se precate – na sua cegueira – que caminha oca e seca e vazia de vida: apenas seguindo a batida ritmada de um tambor eléctrico, de uma lata criada para gerar autómatos:

 quando o verdadeiro coração, o verdadeiro ritmo - o verdadeiro tempo – lhes late no corpo e no centro do peito?

Que aconteceu neste planeta, que vírus mortal foi largado, que exterminou a vida humana e no seu lugar gerou escravos?... 

Que aconteceu?

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