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quarta-feira, junho 06, 2012

Sou amado... logo existo II





Emovere... emoções... partículas voláteis nas membranas celulares do nosso Ser... dendrites, conexões... explosões químicas que alimentam o ser vital com presenças...

Sou cego... admito-o...
Este cérebro (vibração electromagnética definida como "massa cinzenta" e cheia de vibrações electromagnéticas particularizadas com funções de alta especialização) capta comprimentos de onda de outros emanações electromagnéticas que transcreve e reproduz como sons, imagens... estímulos sensoriais... e até sensações ou estímulos endógenos: como sonhos, intuições...



Tanta parafernália e jerga científica para - simplesmente - admitir que não temos ideia acerca do que somos, de onde vimos e para onde vamos...

O geógrafo cartografa o seu jardim de recreio com tal precisão... dá tanto ênfase aos detalhes que termina por crer no seu mapa mais do que na "realidade" que mantém o seu fluxo... um dia - nariz enfiado no mapa - embate de frente com uma árvore jovem que não constava do seu "conceito" da realidade...

"Impossível"! - clama o benemérito cientista... e - contornando a árvore recém nascida - continua a caminhar distraídamente pelo seu mapa representativo da suposta realidade que ele interpretara tão bem...



A muitos de nós (e ao método científico em geral) aconteceu algo semelhante: endeusamento, orgulho, arrogância.. cegueira...

Todos os dias recebemos sinais de que algo não caminha no sentido correcto, de que há padrões de sofrimento/ dor cada vez mais marcados e - o nosso sistema/ciência - como se encontra separado da realidade que pretende traduzir - mantém as suas premissas e definições: remando contra os ventos e as marés - à custa da felicidade das existências compondo a barca na que a nossa identidade cultural navega...



Emoções... emanações solares que descarregam cargas electromagnéticas para o espaço... fibras da membrana celular vital que apelam à quimiotaxia das outras células em redor para a ela se juntar... compondo o todo harmónico do Ser em geral...

Separação implica dor...

Quanto mais longe do centro e dos outros, mais a célula humana se dói... esmorecendo ou adquirindo padrões de comportamento cada vez mais semelhantes à neoplasia... padrões suicidas que drenam os recursos do todo biológico para a capacidade bruta de se repetir e abastecer sem haver propósito, princípio, finalidade ou padrões de harmonia no processo...

Das fibras móveis que circunvalam a periferia do ser .- emoções - partem as conexões electromagnéticas que apreendem outros campos electromagnéticos circunvalando a unidade cerebral que as traduz em imagem "pessoa" (persona - do grego - máscara)...


Numa civilização condicionada pelas imagens parciais de mudança contínua induzidas pelas média (ao contrário da imagem fixa e contínua que vivcenciamos na experiência do mundo real - na que não mudamos de enquadramento geográfico num abrir e fechar de olhos e na que as personagens não alternam de 5 em 5 segundos no plano de visão do espectador) temos a variação de estímulos constante que leva à geração emocional...

Campos emocionais que se tocam, de forma excitada - como se a célula vital humana tivesse sido injectada na sua membrana celular com substâncias que acelerassem o seu metabolismo e o seu processo de tempo/ espaço...

Sem tempo: condicionados pelo estímulo emocional... as células humanas perdem gradualmente a capacidade de estabelecer pontes de ligação estáveis.

As pontes de ligação ao núcleo humano: residência dos seus sonhos e albergue dos dons a despertar para desenvolver a sua obra no sentido da existência, estas pontes constam de sentimentos...



Como arco-íris que traduzem uma aliança entre o núcleo imóvel no que palpita o ágape ou amar maior, as pontes sentimento necessitam tempo, devoção, atenção e - talvez - uma grande vocação para o seu desenvolvimento sólido e real...

Sem pontes (há ainda "pontifex" - construtores de pontes no nosso mundo "real") sólidas de ligação, as células humanas perdem a capacidade de se agregar num todo harmónico e diluísse a visão holográfica da realidade que compõe - o organismo ou SER...

A separação do núcleo humano relativamente ao Ser Total gera discordâncias, padrões dissonantes, atrito, ruído, dor...



Tempo é medida de qualidade... não de quantidade...

Não importa muito que se tenha vivido 80 vezes a mesma experiência se, no entanto, não houve intensidade  no seu aprimorar... o tempo utilizado para o efeito é tempo "morto"... no sentido de desperdiçado, vendido, perdido...

O tempo para estabelecer pontes que levem ao centro da célula humana é um tempo providencial - um Kairos que, complementando o Chronos (o tempo comum) lhe dá sentido na medida em que aponta para a Verdade do ser...



Sabemos que estamos no caminho certo quando o tempo é Kairos... momentos únicos, providenciais: nos que a realidade converge para o centro do vivente e nos que a beleza, a harmonia, o sentido da vida aparecem de forma clara na mente virtual... depois vem o afastamento do centro.. a memória indelével esvai-se... penetra-se no distanciamento... no ruído... e a sintonia universal fica num plano velado - sempre a nosso lado - mas oculta pela aparência que a mente virtual recria pelo seu condicionamento colectivizante...



Quando amo - liberto...

Passando as flamígeras descargas eléctricas da periferia da célula humana, passando as pontes de arco íris dos sentimentos trabalhados a tempo e vontade... chegamos perto da cidade esmeralda da alma... o centro irradiante para onde o ser converge... o ponto de fulcro em sintonia idêntica à grande Harmonia Universal...

A isto, os termos e definições virtuais utilizados no protocolo colectivo de consciência chamam de relação Ágape/ Santidade... noutros caminhos culturais tem nomes curiosos como Buddha/ iluminação, Satori, Nirvana...

Esta vibração gera completamente as cores do arco íris sentimental... Branco que emana as várias sintonias, pentagrama musical contendo as notas e acordes da melodia...



Estando isento de medo está isento de falta... dador incondicional, centro imóvel, "cor" da anima é o ponto em redor do qual orbitam as várias facetas do ser virtual...

É o observador, a relação entre a consciência observada e o observador universal...
Para alguns a ponte entre Atman e Brahman...

Porque ama - liberta. Porque ama - não interfere - apenas É e ESTÁ... é o ser desprendido do seu centro que pode procurar, é a nota fora de sintonia que busca o seu lugar na melodia universal...

Por isso ama e não se intromete no mundo fenomenológico virtual... simplesmente porque é não necessita ser. Ao Ser dá origem - porque ama - a tudo o que se move: às parcialidades da sua existência que ora caminham para o centro ora se movem para a periferia...

O caminho não tem névoa... névoa é o caminho

Há um caminho que é traçado pela força de vontade virtual: existe para exercitar as potencialidades no mundo virtual e de nada mais serve a não como ferramenta de trabalho para servir a célula humana no seu processo de maturação...

Há um caminho que é revelado pela entrega: quando o ser aspira, confia e ouve a voz da sintonia universal, a sua entrega implica o alinhamento com os pólos que o integram no seio do canto sublime, da harmonia oculta para os que vivenciam o mundo da vontade...



Coexistindo no mesmo plano, estas duas formas de estar formam o complemento que traz o equilíbrio ao todo: uma vivenciando por inteiro o plano virtual, a outra sendo atraída para o plano transcendental...

Emanações que se projectam na periferia e emanações que regressam à sua fonte... num ciclo vital contínuo e imutável...

O caminho da determinação é claro, conciso, preciso e guardado pelas forças que orientam o universo virtual tridimensional.

O caminho da entrega é potencial, difuso, inespecífico e particular para cada centelha de luz humanizada...


Podemos concluir de forma lógicamente virtual, que o ser universal cresce, no sentido em que investe maior expansividade no processo de definição do mundo virtual por intenção do que no processo de retorno através do mundo de entrega seguindo a Voz Interna...



Por isso - abracemos enquanto podemos... sem poupar esforços num sorriso, num toque de mão...
Tudo formas libertadoras de entrar em sintonia com aquilo que Une e Liberta... pois se dão, ninguém possui a patente e libertam o ser do medo (o que dá e o que recebe)...







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