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domingo, novembro 07, 2010

AMAR O ÓBVIO



Ao longo do tempo, miríades de deidades pessoais se têm interposto entre o óbvio e o escapismo, de forma a levantar ídolos de bronze onde apenas há o mais evidente – o que UNE E LIBERTA.

É fácil de AMAR um ideal abstracto, um qualquer guru iluminado que nos prometa mundos e fundos (sobretudo em época de pressão psicológica intensa);
Fácil de embarcar em viagens a lugares exóticos para a satisfação imediata da curiosidade e vontade do novo… mas – será que sou eu que decido ou algum sistema de marketing e consumo está a decidir por mim?



É fácil invocar a guerra do masculino contra o feminino, do feminino contra o masculino, dos árabes contra o mundo judaico cristão, das crianças maltratadas ou de qualquer outra “novidade” que “nunca existiu antes com tal intensidade e necessita da nossa atenção consciente imediata” e nos impeça de ver que os pilares que movem o mundo se mantêm os mesmos.



Lembrem: temos de salvar o planeta, os animais, as plantas, as florestas, a economia, a política – “hobbies” extraordinariamente importantes - sem dúvida…



E – para que estas cabecinhas pensadoras estivessem aqui, em primeiro lugar - e para aprender a amar conscientemente: deu-se o passo de fazer dois seres transformar-se num novo ser; deu-se a oportunidade para que esse novo ser cultivasse a opção consciente de amar um outro ser para além de si mesmo; de forma a que o ciclo de AMOR se perpetuasse.



O que vejo na fauna e flora diária e na ecologia moderna é uma ameaça ao "balance" do planeta: o pilar fundamental – o abraço humano – está em riscos de extinção.
O que vejo é o AMOR humano em riscos de entrar para uma nova dimensão paralela, de harry potters e varinhas de condão, “alienada” no abraço ao vazio e ao abstracto quântico como desculpa (desculpem – opção alternativa) para iludir o óbvio.



O que sinto é que dói cada vez mais a separação daquilo que é mais íntimo e puro na essência de estar vivo – o sentido de pertença, o carinho e ternura: paixão ancestral refinada à base de tempo, dedicação e entrega.
Tudo parece extraordinariamente importante para o MEU desenvolvimento como cidadão, como profissional, como homem, como entidade cósmica, como adjectivo qualificativo ou substantivo para além do genérico e – o óbvio – aquilo que se cultivou desde tempos imemoriais – parece ter-se deslocado do centro do campo de visão…

Pois o mais importante – para este ser humano – são as pessoas e, dentro disto – amar é prioridade.



Agora – cada qual com cada quem - arranje a sua forma colorida de preencher o mundo de cor, luz e alegria (ah! Às vezes dói que se farta mas – já alguma vez teve algum ciclo de vida no que a dor não estivesse associada à alegria, ou na que as dificuldades não antecedessem o bem estar?).

Talvez algum dia cheguemos a uma terra idílica onde apenas exista o verão – lá veremos que fazer com a fruta murcha no chão ou até ficaremos com saudades das flores de Primavera sem o Outono e o Inverno que as antecedem.


Sonho com o “óbvio” e cultivo o “prazer do imediato” pensando fazê-lo no futuro… um abraço ser humano lindo e maravilhoso!

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