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quinta-feira, maio 22, 2014

Residuais - partes antigas dos projectos originais

Os residuais – padrões de comportamento entre o “projecto original”…



mergulhar além do sol e do mar
e além
perseverar
e por amor
e devoção regressar


Tal como um carpinteiro, que talhando a peça que antevê no coração – vai retirando – camada a camada, como um artista de uma arte que nunca acaba: as birutas que se entrelaçam, que espiralam, pelo chão da oficina amada… assim também a pessoa humana, no seu caminho de regresso “a casa” – essa obra pendente ainda não terminada – prometida e entrevista – assim começada (dizer adorada seria alvo de se pensar que entrediga o que a rima descrevia deforma airosa e não airada )…

A imagem do “carpinteiro”, a paisagem do artista, a imagem de um oleiro que com suas mãos de coração dá forma a algo que neste lateja – através da intenção que a sua arte almeja… para que se veja a obra consumada – contém as suas imperfeições – ditas pequenas pedrinhas no barro que se trabalha… pequenas coisas que fazem a massa que estala… se se retiram ou se vêem a tempo – assim se reduzem a nada…
Com agua, calma e serenidade… com o tempo que exige a obra que assim comanda a vontade… com a imagem que se leva por dentro – por vezes fiza – por vezes um inteiro firmamento – colocado em tela de noite estrelada- reconhecida muitos anos depois por quem – no tempo – não via nada…
São residuais do que se fala – esses algos “ainda não fixos”… ainda não trabalhados pela Vontade Maior – pelo algo que fala desde dentro daquilo que é o sustento do alento interior.

Nos tempos que correm, ainda não se vê – que a essência humana representa a obra inacabada nas mãos do artista escultor, do pintor de vidas em telas vazias – cheias de tudo o que manda o primor… que implica abrir-se ao que vai além da escrita, da métrica da poesia erudita e passar além da “dor” da separação aparente a época anterior e – transcendendo – assim “ascendendo” – reunir-se com a meta ansiada, a casa nunca abandonada – esse algo que nos chama – e que em nós clama em cada obra de louvor….
Seja assim uma mensagem antiga, uma forma viva – de se dizer – Amor (e tudo o que rima e que se possa traduzir de forma própria… como passo em corda bamba – de funambulista que não se engana - poeta, escultor, atleta de Causa Maior…

E cada biruta – um residual – que faz parte da madeira original.. e que se junta à obra… mesmo quando se parecia acabar – como uma peça de música que se toca e se aprecia desde o cenário principal – toca a sinfónica, toca o maestro, toca o publico que a música toca… e juntos são harpa que o Grande Ser evoca- quando assistem à harmonia e amam o que viam, o que sentem, o que lhes fica por dentro além da mente que repete como uma cotovia aquilo que o coração em si sustente…

Harpas assim viventes – com ecos de sintonia – em cada acerto de primor
Em cada liberdade maior – que mais não prende – que assim liberta o verdadeiro Amor – de estar abraçando a eternidade – esse caminho – peça ou destino – entrevisto pelo artista Maior… que se faz – a simples vista – em movimento melhor, em texto de louvor, em sintonia que nos faz sinfonia de algo que ecoa e se reflecte… que a alma “jamais” compromete – por evocara sua Causa Maior – essa que repete, que ecoa . o que por dentro a Voz do Maior ressoa e que por fora se reflecte – como uma pela de bombo que ribomba, como uma corda de fina harpa que repete – essa harmonia no seu próprio tom, na sua própria forma específica – seja grave seja acusticamente erudita… seja parte da obra que nos grita sem nos ferir “acredita”!

(P.S – residuais são birutas, são partes da parte original – nem melhores, nem piores que a obra que nos é dada a celebrar… são resíduos que se deixam ao caminhar – são os próprios abraços que o artista depois reserva – para demonstrar o que é louvor – tempo e dedicação, perseverança e opção – interior maior – se se expande a alma e se acende a luz do amor – em cada recanto que clama essa viva chama – que por dentro se proclama e que por fora se mostra discreta – na voz do poeta atleta… na sua forma estranha de dizer tudo sem dizer nada…

em cada palavra que mais não encaixa… por haver uma palavra que lá marcada – seria a ideal para a rima cruzada… seja esse o residual.. por vezes – tantas inconsciente, por vezes “original”… como tapetes de "cachemira" com falhas para quem admira, deixadas de propósito para mostrar- um certo trabalho – por vezes intencional – por se deixar espaço a que cresça o abraço entre o ser que caminha e o seu Ser original… caminho meta ou via - esse de onde se parte e onde se pretende chegar afinal…

"Os residuais" - enquanto tal - manifestam algo que vai além do ser original - assim sendo - apenas lhes dando atenção e concentrando o fino sustento da nossa devoção - na arte que nos é dada como caminho de crescimento e transformação, crer todos os dias, praticar de forma amena... amiga - e desenvolvera máxima antigo - meio Alquímica, meio Benitina - "Ora, Ora et Labora - Solve et Coagula"... projecta a intenção, mantém a intenção, desenvolve a intenção de forma pragmática, dissolve o que já não faz parte desse centro, concentra o teu novo alento e prepara uma nova fase de projectar um sonho que se transforme em realidade - escada antiga e fidedigna para o Ser que por dentro anima - ao mesmo tempo nos esperando...
talvez …


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