Os residuais – padrões de comportamento entre o “projecto
original”…
mergulhar além do sol e do mar
e além
perseverar
e por amor
e devoção regressar
Tal como um carpinteiro, que talhando a peça que antevê no
coração – vai retirando – camada a camada, como um artista de uma arte que
nunca acaba: as birutas que se entrelaçam, que espiralam, pelo chão da oficina
amada… assim também a pessoa humana, no seu caminho de regresso “a casa” – essa
obra pendente ainda não terminada – prometida e entrevista – assim começada
(dizer adorada seria alvo de se pensar que entrediga o que a rima descrevia
deforma airosa e não airada )…
A imagem do “carpinteiro”, a paisagem do artista, a imagem
de um oleiro que com suas mãos de coração dá forma a algo que neste lateja –
através da intenção que a sua arte almeja… para que se veja a obra consumada –
contém as suas imperfeições – ditas pequenas pedrinhas no barro que se
trabalha… pequenas coisas que fazem a massa que estala… se se retiram ou se
vêem a tempo – assim se reduzem a nada…
Com agua, calma e serenidade… com o tempo que exige a obra
que assim comanda a vontade… com a imagem que se leva por dentro – por vezes
fiza – por vezes um inteiro firmamento – colocado em tela de noite estrelada-
reconhecida muitos anos depois por quem – no tempo – não via nada…
São residuais do que se fala – esses algos “ainda não
fixos”… ainda não trabalhados pela Vontade Maior – pelo algo que fala desde
dentro daquilo que é o sustento do alento interior.
Nos tempos que correm, ainda não se vê – que a essência
humana representa a obra inacabada nas mãos do artista escultor, do pintor de
vidas em telas vazias – cheias de tudo o que manda o primor… que implica
abrir-se ao que vai além da escrita, da métrica da poesia erudita e passar além
da “dor” da separação aparente a época anterior e – transcendendo – assim
“ascendendo” – reunir-se com a meta ansiada, a casa nunca abandonada – esse
algo que nos chama – e que em nós clama em cada obra de louvor….
Seja assim uma mensagem antiga, uma forma viva – de se dizer
– Amor (e tudo o que rima e que se possa traduzir de forma própria… como passo
em corda bamba – de funambulista que não se engana - poeta, escultor, atleta de
Causa Maior…
E cada biruta – um residual – que faz parte da madeira
original.. e que se junta à obra… mesmo quando se parecia acabar – como uma peça
de música que se toca e se aprecia desde o cenário principal – toca a
sinfónica, toca o maestro, toca o publico que a música toca… e juntos são harpa
que o Grande Ser evoca- quando assistem à harmonia e amam o que viam, o que
sentem, o que lhes fica por dentro além da mente que repete como uma cotovia
aquilo que o coração em si sustente…
Harpas assim viventes – com ecos de sintonia – em cada
acerto de primor
Em cada liberdade maior – que mais não prende – que assim
liberta o verdadeiro Amor – de estar abraçando a eternidade – esse caminho –
peça ou destino – entrevisto pelo artista Maior… que se faz – a simples vista –
em movimento melhor, em texto de louvor, em sintonia que nos faz sinfonia de
algo que ecoa e se reflecte… que a alma “jamais” compromete – por evocara sua
Causa Maior – essa que repete, que ecoa . o que por dentro a Voz do Maior
ressoa e que por fora se reflecte – como uma pela de bombo que ribomba, como
uma corda de fina harpa que repete – essa harmonia no seu próprio tom, na sua
própria forma específica – seja grave seja acusticamente erudita… seja parte da
obra que nos grita sem nos ferir “acredita”!
(P.S – residuais são birutas, são partes da parte original –
nem melhores, nem piores que a obra que nos é dada a celebrar… são resíduos que
se deixam ao caminhar – são os próprios abraços que o artista depois reserva –
para demonstrar o que é louvor – tempo e dedicação, perseverança e opção –
interior maior – se se expande a alma e se acende a luz do amor – em cada
recanto que clama essa viva chama – que por dentro se proclama e que por fora
se mostra discreta – na voz do poeta atleta… na sua forma estranha de dizer
tudo sem dizer nada…
em cada palavra que mais não encaixa… por haver uma palavra
que lá marcada – seria a ideal para a rima cruzada… seja esse o residual.. por
vezes – tantas inconsciente, por vezes “original”… como tapetes de "cachemira" com falhas para quem admira, deixadas de propósito para mostrar- um certo
trabalho – por vezes intencional – por se deixar espaço a que cresça o abraço
entre o ser que caminha e o seu Ser original… caminho meta ou via - esse de onde se parte e onde se
pretende chegar afinal…
talvez …
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