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quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Flor de Luz....





Naquele lugar
Naquele monte em particular
Naquela montanha
que mais não posso lembrar



Entre o calor de timor
e a luz da lua a se elevar

Entre a clareira antiga
E os ecos suspirados
das montanhas
de tempos sagrados

de casas de homens
e mulheres 
consagrados

de gente que falava 
com espíritos sábios

entre cantigas 
e louvores
erguer de casas
os telhados
de folhas de palmeira
entrançados

para filhos
e filhas bem amados

mãos de trabalho
gente de vida curtida

entre o sol e a lua
o monte
e o mar solitário…



Uma ilha de gente viva
Entre gentes
que navegam na bruma


De um dia a dia
Que é partida
Sem regresso marcado…



São as rochas mãe
Que falam
São as figuras de luz

que se encarnam
Entre os fios que trazem
o rumor da lembrança

Da água que escorre
Sem trava, 
que jorra
enquanto a terra 
resseca 



a engole
e a faz vida 
de novo
renovada



Das gentes livres
Sem mágoa
Das montanhas
De uma outra margem
Como esta – outrora - consagrada



Com as lágrimas 
de quem lá encontrou
A sua própria existência




Na vida de quem lá ficou
Marcada – em pedra, 
em árvore, 
em vida ali recordada



“Lifau” e a lágrima
Que conquistou um povo
Entre a espada

E a estratégia bizarra…



Foi a luz que une
foi a esperança partilhada

foi o que de melhor 
esta humanidade tem
 que faz da vida
flor além da mágoa 

florescendo, 
crescendo
se expandindo

latindo no interior
unindo
reunindo

num só abraço
de sol
e de cor

por dentro
o que por fora
aparece 
como nevoeiro
d'uma noite velada

vida e louvor
de devoção impregnada

Liz que mais não diz
o que a sua memória
traz
entre a gente 
de memória apagada

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