Naquele lugar
Naquele monte em particular
Naquela montanha
que mais não posso lembrar
Entre o calor de timor
e a luz da lua a se
elevar
Entre a clareira antiga
E os ecos suspirados
das montanhas
de tempos sagrados
de casas de homens
e mulheres
consagrados
de gente que falava
com espíritos sábios
entre cantigas
e louvores
erguer de casas
os telhados
de folhas de palmeira
entrançados
para filhos
e filhas bem amados
mãos de trabalho
gente de vida curtida
entre o sol e a lua
o monte
e o mar solitário…
Uma ilha de gente viva
Entre gentes
que navegam na bruma
De um dia a dia
Que é partida
Sem regresso marcado…
São as rochas mãe
Que falam
São as figuras de luz
que se encarnam
Entre os fios que trazem
o rumor da lembrança
Da água que escorre
Sem trava,
que jorra
enquanto a terra
resseca
a engole
e a faz vida
de novo
renovada
Das gentes livres
Sem mágoa
Das montanhas
De uma outra margem
Como esta – outrora - consagrada
Com as lágrimas
de quem lá encontrou
A sua própria existência
Na vida de quem lá ficou
Marcada – em pedra,
em árvore,
em vida ali recordada
“Lifau” e a lágrima
Que conquistou um povo
Entre a espada
E a estratégia bizarra…
Foi a luz que une
foi a esperança partilhada
foi o que de melhor
esta humanidade tem
que faz da vida
flor além da mágoa
florescendo,
crescendo
se expandindo
latindo no interior
unindo
reunindo
num só abraço
de sol
e de cor
por dentro
o que por fora
aparece
como nevoeiro
d'uma noite velada
vida e louvor
de devoção impregnada
Liz que mais não diz
o que a sua memória
traz
entre a gente
de memória apagada
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