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segunda-feira, fevereiro 08, 2021

Nesse primeiro olhar...

 




Se nesse sentido levado

Nesse algo procurado

Nesse lamento

Nesse sustento

Nesse canto

Suave e lento

Desenhado

Por dentro

Esse quadro

Essa tela

Vazia

Que no dia

Se estendia

Para ser tocada

Lavrada

Pela luz

Desenhada

E se rasgada

Assim

Deixar entrar

Como na janela aberta

Essa luz do teu lar

A irradiar

Rua afora

Entre os que chegam

Os que se achegam

Os que chegaram

a ir-se embora

E nesse apelo

Simples aconchego

Ver de novo

 O voltar

A esse estranho

Segredo

Olhar

Sem saber olhar

Ver

Sem descrever

E crer

Sem saber

A mar

Esse algo

De água sal

Entretecido

Entranhado

No humano vestido

 

Tão bem levado

E sendo assim

qual na areia

sem fim

tempo

qualificado

dentro de

ti e de mim

 

Assim contado

Até esse jardim

Que jaz em ti e mim

Baixo céu estrelado

Ainda ancorado

o barco

Que nos é segredado

Pelas vagas

Sempre silentes

Dessas humanas palavras

Que na gente

Ainda são ecos candentes

Dessa memória viva

Quase avivada

ao se entre-tocar

Essa letra comovida

Que se desprende e anuncia

Ao bem se chegar a achegar

 

Desse lume

Fogo brando

Estranho pranto

De se alumiar

Esse faro

Nesse estranho claro

Que se desvanece

E se estremece

à luz do luar

Essa melodia

Que jamais se esquece

e mais se enriquece

Quando nos voltamos

A encontrar

 

Primeiro olhar

Primeiro abraço

Quando te deixaram

No materno regaço…


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