Quando os teus sonhos se desprendem
Frutas maduras entre a estiva
E se deixam ficar nessa terra húmida
Ainda de si mesma despida
Nessa humidade que nos permeia
Que se sorve toda cheia
Desse primor mais humano
De se entregar o que é amado
Nessas lágrimas levadas
Nessas horas vagas
Nas que nos é permitido pensar
Em tantas maneiras de se entregar
O que se sente, o que se imagina
O que se sonha para esse novo dia
Sempre a se deixar escorrer
Até chegar esse algo anunciado
Que é o sonho mais bem descansado
Do artista poeta que se desprende
Do que é do que pensa
e se deixa ao som da corrente
Desse rio levando
ao mais amplo mar
Desse algo mais íntimo
que à tona quer aflorar
Entre o céu estrelado
Nesse porto varado
O barco dos sonhos repousa
Assim entrelaçado
Amarrado
Pelos fios de medo
que se tenham desfiado
Até um dia vogar
Nessa maresia a inspirar
Horizontes sempre renovados
E lugares longínquos
jamais almejados
E nesses momentos
de emoção
e pensamentos
Chegar a forjar
Uma nova aliança
Entre o que a mente subentende
E que o coração nos conta sem cessar
Até deixar em obra esse presente
Que nesta vida é dom para se partilhar
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