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domingo, janeiro 10, 2021

Entre as ondas

 

Navegar

Nas asas do vento

Nesse momento ao relento

Que entra bem dentro

E nos faz divagar

 

Nesse recanto sedento

Desse algo de portento

Que nos eleve no tempo

E faça o espaço sangrar

 

Dessa formosura desmesurada

Dessa desmesura entre tudo e nada

Dessa fagulha na madrugada

Que foi acesa quando se levava

Assim esse outro olhar a brilhar

 

Nesse sal mergulhada

Vendo como deslizava

Nessa face perfumada

Nesse rosto sendo gravada

A letras de prata lavradas

 

Pelo teu querer

Sem se ver

Seu princípio final

 

E nesse algo

Entre banal e fenomenal

Que se pensa estar a mal

 

Com essa linha comezinha

Entre ocaso e a manhãzinha

 

Que se fez estrada fiada

Por pontos de luz bordada

Assim no ébano aveludado

Desse teu rosto velado

Pelo cabelo mais amado

Que se possa assim tocar

 

E voltar a mergulhar

Nessa tua madrugada

Nessa palavra velada

Suspiro desse cetim

Avermelhado

Assim no rosto orlado

Nessa estela orvalhada

Que se espalhava

por todo o teu ser

Assim a se deixar

Entrever

 

Na areola

Desse sol renovado

Que paira ao teu redor

Em todo o lado

 

E nesse aroma tão lavado

Flor silvestre em campo arado

Por esse algo que se quer tanto

Isso que nos inspira o encanto

Desse momento ofegando

Para to sibilar devagar

Segredar sem cessar

Entregar devagar

Até ser todo teu

O que estou a pensar

 

O lugar que era meu

E que se deixou vagar

 

Nesse tempo

Que passava

nessa imensidão

que ficava…

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