Navegar
Nas asas do vento
Nesse momento ao relento
Que entra bem dentro
E nos faz divagar
Nesse recanto sedento
Desse algo de portento
Que nos eleve no tempo
E faça o espaço sangrar
Dessa formosura desmesurada
Dessa desmesura entre tudo e nada
Dessa fagulha na madrugada
Que foi acesa quando se levava
Assim esse outro olhar a brilhar
Nesse sal mergulhada
Vendo como deslizava
Nessa face perfumada
Nesse rosto sendo gravada
A letras de prata lavradas
Pelo teu querer
Sem se ver
Seu princípio final
E nesse algo
Entre banal e fenomenal
Que se pensa estar a mal
Com essa linha comezinha
Entre ocaso e a manhãzinha
Que se fez estrada fiada
Por pontos de luz bordada
Assim no ébano aveludado
Desse teu rosto velado
Pelo cabelo mais amado
Que se possa assim tocar
E voltar a mergulhar
Nessa tua madrugada
Nessa palavra velada
Suspiro desse cetim
Avermelhado
Assim no rosto orlado
Nessa estela orvalhada
Que se espalhava
por todo o teu ser
Assim a se deixar
Entrever
Na areola
Desse sol renovado
Que paira ao teu redor
Em todo o lado
E nesse aroma tão lavado
Flor silvestre em campo arado
Por esse algo que se quer tanto
Isso que nos inspira o encanto
Desse momento ofegando
Para to sibilar devagar
Segredar sem cessar
Entregar devagar
Até ser todo teu
O que estou a pensar
O lugar que era meu
E que se deixou vagar
Nesse tempo
Que passava
nessa imensidão
que ficava…
Sem comentários:
Enviar um comentário