Entregar-se
Nessa paixão que arde
Nesse frenesim inquieto
Nesse algo mais que seleto
Que nos eleva o peito
E nos levanta o alento
E acende o olhar
Nesse algo
Indiscreto
Esse fogo secreto
Que nos permeia
por dentro
se ateia
estremece
O tempo e o lugar
No que se estava
a viver…
a passar…
Assim sedento
A se avivar
Água no lume
Que se some
Nessa névoa
que nos consome
Para se poder entregar
E nesse intento desmesurado
Nesse portento que nos é dado
A se lançar
Nesse infinito
opaco
Baço
e chato
que mora na rotina vazia
Desse dia que nos confina
Assim nos pretende entregar
E essa luzinha
Essa ave que não definha
E nasce no cinza mais cinzento
E prende lume ao momento
E dá dimensão ao lugar
Ao estar-se atento
Ao querer divagar
Poisar devagar
o olhar
Em alguém
Não sabemos quem
E nos põe a pensar
Nesse algo a passar
Nesse inciso incidente
Que rasga o coração da gente
E nos põe de alegria a sangrar
Essa melodia que se pode levar
No sentimento
Nessa palavra de alento
Nesse elemento secreto
Na harmonia do tempo
Suspenso
Diluído entre a bruma e o vento
Que nos arrastam sem cessar
dos labirintos de emoção
Ao alucinar da razão
No desatino mais pristino
Dessa composição
Do ser sereno
Calmo e ameno
Que desata assim
confusão
Paixão e moção
E desse coração
ressequido
Pelo maior desatino
Volta assim a insuflar
Esse sopro divino
Esse algo ardido
E nessa cinza
Renascido
Para poder voltar
a voar
e quem sabe
Se rimar
Por ventura
S a ber
A
M a r
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