Nessa linha desenhada
Pela mão sendo traçada
Amada
Delicada
Fina
Suave
Perfumada…
Por sonhos de alvorada
Pela seda mais fina
Transparecida
Pela luz da madrugada
Assim em traços
cintilantes
Desenhada
Qual estrada
No firmamento
Periclitante
Nesse alento
Algo sedento
Dessa água salgada
Que nos anima e nos afaga
Que nos fulmina para ser lavrada
Entre gotas
Dessa tinta
Íntima
Tão amada
Deixada
À solta
Nessa volta
Do destino
Que dá brilho
E equilíbrio
A esse princípio
Não nascido
Assim recriado
Pelo artista
Mais Divino
Em graça
Que se não passa
Se entretece
E se abraça
Se doa
Ainda que a mágoa
Esteja instilada
Entre cada pincelada
Dessa tela esbranquiçada
Esperando ser rasgada
Pela realidade mais amada
Ou ainda
Bafejada
Qual imagem espelhada
Assim sendo esbatida
Qual aquarela renascida
Nessa orla orvalhada
Onde se deixava
Prendada
Em gotas
pingentes
Transparentes
Frio fio fino
Que se destilava
Entre o suor
Bem quente
Que em areolas
Perladas
Se elevava
Calor de quem se amava
E nessa folha
Tão suavemente poisada
Na palma da mão
Sendo levada
No coração
Ainda guardada
Esperava
A palavra
Verbo distante
O ser substrato
Nesse solo
humidade
humanidade
sorvida qual apelo
pela pele sem segredo
revelada
nesse mais fino facto
Que se sonhava
E na realidade
A barca varada
Que se imaginava
E nas margens
Dessa fina folha
Ainda vogava
O mar de amores
Que se preparava
Nessas areias
Sendo aquecidas
Pelas peugadas
Assim levadas
Pelo som
Desse emoção
Quais vagas
Densas
Perfumadas
Pelo som da maré
a teu pé
nesse sopé
cume sem nome
Sendo lavrada
A imagem
Em ponto claro
Desse algo
Que se tenha amado
E nessa transparência
Doce sentença
Que se disfarça
Aparecem
Arcos de volta
E arcadas
E nessas letras
Sonhadas
Sem se deixar
Assim desenhar
Abraçadas
Nesses olhares…
Se chegar a entrever
Olhares de crer
E mais bem querer
Nesse voltar
Sem se saber
Nesse descobrir
Sem querer
Assim tanto
Se vai voltando
A escrever
O por enquanto
O momento
Que vai ficando
E entre tanto
Se vai passando
Esse fio
Mais fino
Que o cabelo
Mais pristino
Orlado
Dessas gotas
De mais puro cristal
que se têm emanado
Suor desse amor
Que se tem prezado
Calor dessa imensidão
Qual maior união
Nesse abraço dado
E nessa orvalho
Qual flor silvestre
Em pétalas de vestes
Que se tenham
assim desenhado
Nesse teu ser
Que veja sem ver
Nesse algo
Que ainda
chegará a o ser
E nesse veludo
Mais bem calado
Que fala e nos diz
O que nos tem contado
(…)
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