pub

quinta-feira, janeiro 07, 2021

De par em par

 



Se te deixas esvaziar

Se dás de ti o sentido

Desse algo no centro ferido

Esperando se abrir devagar

Para dar

Sem sentido de tempo

Sem se chegar assim ao centro

Desse lugar mais profundo

Dessa luz

No confim do teu mundo

Sempre entre névoas

Plantado

Assim quais nas sombras

Desenhado

Assim descrito

À margem

Desse requadro

Dessa aragem

Dessa brisa

De passagem

Tua face acariciando

Assim indelével

Desenhando

Teu verdadeiro rosto

Cantando

Ao se ouvir passar

Essa melodia

garrida

Essa cor

mais quente e viva

Essa que entregas

 

Por o sentir

Viver

Prosseguir

 

Nessa vereda

entre águas

deixada

 

Nessa fluidez

Que planeja

Entre as asas

Imaginadas

 

Quando abres

Braços

E abraças

Oferecendo

o teu peito

Aberto

À alvorada

 

E essa luz

Ancorada

Nessa enseada

Ondulada

Pelas marés

Temperada

Acariciada

Pelas mãos

Que se abrem

para dar

assim

de par em par

Cuidada


Sem comentários: