Nessa musicalidade sem idade
Pairando em nosso redor
Nesse algo de amor
Jorrando desde o interior
Desse ser maior
Desse olhar melhor
Desse reconhecer
Alegria e dor
A dançar
Nessa música interdita
Nesse algo que se agita
Em cada recanto
do teu ser plantada
Nessa tua
mais íntima morada
Qual berro de parto
Ao se ver o ser farto
Assim a saber entregar
Vida em vida renovada
Que se entrega
e não se acaba
ao se deixar desfilar
perante a luz do teu olhar
E nesse desatino
Nesse algo tão pristino
Cristalino e bem burilado
sendo encontro mais fino
Entre o ser já sonhado
O caminho percorrido
E o trilho não andado
E nesse encontro de vidas
encruzilhada que animas
A se desatar em nós
Assim qual a tempestade
Descarregando à vontade
Lampejos desse desejo
Furor desse amor
Trovão do coração inquieto
Água viva desse novo dialeto
E mar em marés que se elevam
Que rasgam a aveludada treva
E chegam às tuas margens
Onde lambem sem coragem
Os pés mais agradecidos
Descalços e não feridos
Desse teu ser a pairar
Nessa harmonia de alegria
Nesse algo de magia
Que te atreveste a entregar
A quem via
A quem te lia
A quem sabia
Que um dia
Irias cá voltar
E essa página em branco
À espera de se anunciar
Nesse tempo calmo
Onde a tempestade
Dessa tua vontade
Não deixa de se animar
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