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segunda-feira, janeiro 11, 2021

A tempestade

 

Nessa musicalidade sem idade

Pairando em nosso redor

 

Nesse algo de amor

Jorrando desde o interior

 

Desse ser maior

Desse olhar melhor

Desse reconhecer

Alegria e dor

 

A dançar

 

Nessa música interdita

Nesse algo que se agita

 

Em cada recanto

do teu ser plantada

Nessa tua

mais íntima morada

Qual berro de parto

Ao se ver o ser farto

Assim a saber entregar

 

Vida em vida renovada

Que se entrega

e não se acaba

ao se deixar desfilar

perante a luz do teu olhar

 

E nesse desatino

Nesse algo tão pristino

Cristalino e bem burilado

sendo encontro mais fino

Entre o ser já sonhado

O caminho percorrido

E o trilho não andado

 

E nesse encontro de vidas

encruzilhada que animas

A se desatar em nós

 

Assim qual a tempestade

Descarregando à vontade

Lampejos desse desejo

Furor desse amor

 

Trovão do coração inquieto

Água viva desse novo dialeto

 

E mar em marés que se elevam

Que rasgam a aveludada treva

E chegam às tuas margens

Onde lambem sem coragem

Os pés mais agradecidos

Descalços e não feridos

Desse teu ser a pairar

 

Nessa harmonia de alegria

Nesse algo de magia

Que te atreveste a entregar

 

A quem via

A quem te lia

A quem sabia

 

Que um dia

Irias cá voltar

 

E essa página em branco

À espera de se anunciar

 

Nesse tempo calmo

Onde a tempestade

Dessa tua vontade

Não deixa de se animar

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