Zona bela para se passear - parque de S. Domingos...
porque não se pode iluminar?
Porque o teatro está vazio...
cheio de sacos e garrafas e algo mais?
Porquê ?... porque somos tu… eu… e todos os que viveram… e
lutaram… e pereceram… sem o saber…
Porquê… porque esta “lacra” é uma besta que se não mata –
com prisões… com policias e ladrões… somos tu e eu… e todo o que soube e não
deu… de si… para mudar…
São os jovens que se perdem, são os espaços nobres que se
pervertem… são as pessoas que passam… que desviam o olhar…
São os momentos nos que se apagam… as janelas… se fecham as
portas… se esquecem as veredas… e se adormece á frente de um ecrã…
São os que consomem… os gritos jovens… vendendo bebida e
folia a preço de grão… e sabem… e aceitam… e enriquecem sem pedir licença… pois
têm licença da deputação…
percursos de a pé... na noite dos "jovens" patrocinada por tecnologias... bares, concelhias... algo mais acontecia... eram as casas de banho ao ar livre... era o lar de"ancianos" que gramava a "pastilha" de receber os troosters de som que rebentavam contra as paredes de betão... e eco por dentro faziam... respeito pela idade e pela experiência de vida merecida?... Respeito pela autoridade marítima- trancada dentro da garita?... respeito pelo espaço verde do rio?... respeito pelos "columpios para nenos"?... respeito por todo o que temos?... patrimónios que caminham juntos em cada espaço conjunto... e que vendemos assim ao degredo?...
São as festas organizadas – para por fim ao “botelhão”… deixamos
guardas nas entradas… vendemos nós as bebidas brancas… e estendem eles a
confusão…
Seja a zona consagrada… senhora da cabeça com desporto,
lazer, cultura… que se faz pista para que todo o ser durma… entre as garrafas
vazias… e os vómitos no chão…
Seja a zona do rio… zona adorada… por ser pedestre trilho,
caminho de santiago alternativo… zona de convívio de pais e filhos… por ser o
mundo novo confluindo no antigo… sem ninguém para o guardar…
E quando confluem os ventos… e se partem… os fundamentos…
quem será que esteja lá para ver… para lembrar… para dizer “NÃO”… ou “BASTA” ou
“FAÇAM ISTO NOUTRO LUGAR!”…
águas tratadas... meninos e meninas entre as paredes de guardanapos pintadas...
Não faltam zonas industriais.. pavilhões pré-fabricados onde
tudo é possível e nada é vedado… onde as coisas já lá estão… onde se pode
estar, beber, curtir.. partir… no fundo ninguém quer ver… saber… quem está lá…
porquê…
O Importante é deixar correr… bolas de fogo que consomem o
povo… que lhes dão um triste e breve prazer… no fundo… algo que não espera um
segundo… está constantemente a acontecer…
Algo que nos compromete.. a ti e a mim… e aos que depois de
nós aparecem… aqueles que serão o futuro garrido que esperamos ver crescer…
por muito que se recolha o lixo...
o espectaculo fica...
fica a voz que o autoriza...
fica o sentir que tudo vale...
que não há limite...
que é esse o caminho aseguir...
beber, dnçar... curtir até cair...
e depois passar uma vida inteira a levantar...
um ser humano... ou um lugar venerado...
Por isso… vale a pena… começar a pensar… ou deixamos… a bola
de neve correr.. ou despertamos… com iniciativas vivas e novas perspectivas…
E lá nos plantamos.. nessas folias… gentes adultas, serenas…
conscientes que é ilegal menores a beber… ou a charrar… ou meninas e meninos de
primaveras poucas pelos cantos a vomitar…
Ou fazemos os nossos olhos os olhos velados… e abrimos as
pálpebras enquanto lá passamos… e deixamos de fazer de conta que não notamos… e
começamos assim todos a ver…
A denunciar… a actuar… passear de noite o cão… a fazer com
que os espaços em volta sejam geridos por pessoas com coração.. por gentes que
creiam que vale a pena prevenir antes de que aconteça… o perder a cabeça… deste
nossa nova geração…
Mesmo ao lado...
águas públicas e outras águas...
Há lugares onde as coisas têm sentido...
há idades nas que pode ser consentido....
e há idades e lugares nos que não...
Ou lutamos… com tudo o que temos… e somos tantos… pode ser
estar lá e gravar… fotografar… divulgar até que caia o triste homem da barraca…
os que recebem os tustos e assim se enganam… os que deixam e não fazem nada.. e
aqueles que – sabendo ainda patrocinam mais confusão…
Fazendo… estando… participando… que fiquem pessoas aos
sábados – a jogar sueca, tute… qualquer coisa- nas mesas que ocupam os jovens
na sombra que não cessa enquanto passam cigarros enrolados de mão em mão…
Passeio fluvial… parque de crianças… caminho de santiago…
zona ecológica…. Lugar consagrado – pelo amor e devoção… dos que lutaram por
ele, dos que suaram… dos que acreditaram… dos que amam e preservam e não gostam
de ver a merda que deixam esses em cada noite nas que berram a sua própria
indignação…
e - ao virar da esquina...
gente que se não via...
vias estranhas...
Há tanto monte por ai fora… tanta pastagem para os que assim
choram… nós.. humanos – assim não…
Nós os que amamos – preservamos, cuidamos, zelamos e
denunciamos… e se for preciso – o fazemos outra vez…
Lar da terceira idade... ancianos a repousar... e não havia outro maravilhoso lugar... para colocar o botelhão que se via chegar... e a música tecno para despertar... anciões que precisam de animação cultural... pode ser que os jovens da noite queiram um dia... após outro dia... lá passar... e se voluntariar... quem sabe seja essa aintenção do botelhão e da festa tecno: ajudar quem não tem ninguém para lembrar... a uns metros onde tudo se concentrava para saltar.. e curtir... e partir... e berrar...
Haja DÓ...
Erros e enganos – existem de vez em quando… aprendizagem…
consciência… actos de coragem – são constantes… se não.. nem tu… nem eu…
estaríamos aqui.. irmã… irmão…
Flores brancas de alvura e flores negras
- que brancas parecem no dia enquanto o dia dura...
e de noite são sempre as mesmas...
Sejam galego ou minhoto… este texto diz-te tanto ou tão
pouco como tudo aquilo que se passa na terra onde tu cresceras… a terra que te
viu nascer… a que chora enquanto tu choras… que te espera – para viver… e que
se entenda – que essas crianças… são entre nós a esperança… que deveria estar a
florescer.. e não a ser paga… para se perverter…
Não haja dúvidas de que a rede separou o barulho e quem bebe de quem deveria ter direito de repousar...
Não haja dúvidas de que há quem pense e há quem SAIBA PLANIFICAR...
Entendes – amigo – amiga – o que te estou a dizer?...
às oito da manhã já quase não se via... se olhares bem - encontras o que te dizia - degredo... garrafa partida, saca vazia... dinheiro... gasto sem fundamento em época de contenção orçamental... e ainda dizem que estamos mal... estamos... nas ideias... do que podemos vir a celebrar.. que não sejam umas canoas esculpa.. para mais uma noite de discoteca e de bar... e misturando jovens desportistas com bailarinas e coristas... misturando nacionalidades e regiões com gentes que passam a noite inteira em botelhões... parece estranha a aliança entre o que se deve e o que se deve negar...
Entendes porque somos todos os que estamos nesse barco sem
rumo… se não seguramos firme e a prumo… o leme daquilo que queremos ver
acontecer?...
visto de cima... tudo tem outra sintonia... falta saber se quem planifica estava lá a saltar.... a bolir... a ver as crianças beber... a fumar... a curtir... a sentir que a vida é prazer... a vender... sem ver... o que se estava a perverter... estaria ali?... até romper o dia... estaria ali?...
será que não se via?... que as autoridades trancadas por grupos que lhes berravam não zelavam pela segurança do património local?... será que se não sabia? que era a repetição cosntante dos Sábados aberrantes e das coisas direitas feitas tortas da noite para o dia?...
será que se não via?...
Entendes?
será que dá para ver... que se não pode confundir.. o que é lei... e o que não é... o que é lugar de lazer... do que não o é... o que é senda botânica... o que é praia... o que é lugar para andar... e passear... partilhar com crianças... não é lugar para beber... até cair... e vomitar... não é lugar para se estender... e curtir... e deixar a vida rodar... até o sol nascer... ou até a tasca fechar... esses eram os lugares de degredo dos que falavam os nossos pais... agora - esperamos - sem medo - que possamos aprender antes de errar...
APRENDER ANTES DE ERRAR...
se é porto... é jacobeu... não é lugar de quem bebeu... fumou... ganzou... saltou aos pulos e partiu os muros... as garrafas no chão... não é lugar para a tentação... de se estar num café ao ar livre e ver putos de copos na mão... não é lugar para o fazer... como não seria uma catedral... sitio para esquecer... que a vida tem um sentido COMO A COERÊNCIA o seu brio e cada qual no seu lugar...
e - este lugar à beira rio - NÃO É LUGAR...
se é parque... e infantil.. que fazem os marmanjos de carros artilhados... com crianças ao lado.. até às quatro da manhã?... se é parque que celebra a arte - do caminho mais antigo que a Europa se lembrou de evocar... que fazem as sacas vazias... as garrafas partidas... os vómitos entre as ruas esquecidas... que fazem os das noitadas acampados ao fim de semana...nesse nobre lugar? que fazem? quem os deixa... quem os patrocina.. quem os alimenta... quem os incita... quem deles se aproveita... que fazem todos esses lá?...
mesmo por baixo... tão baixo que nem se vê... flechas amarelas pintadas novas entre gentes velhas... falta saber quem para os das bebidas brancas entre as crianças... quem para as farpas... as picas... os vidros partidos entre meninos de calções vestidos... separados por duas ou três horas... sem mais nada para lembrar
as ruas com as sacas nuas.. ficam despidas da sua história singular... ecos de pisadas.. milhares de vidas passadas... transformadas em nada... por uns velhos que já não se interessam de ver o que anda a malta a fazer ao luar... por uns pais que deixam tudo rodar... por umas gentes que despertam pela manhã... passeiam sem olhar... levam as crianças a brincar e nem protestam pelos vidros que as podem crotar.. pelos que sorriem e até dizem que sim ao que as serve nesse mesmo lugar... esse lugar onde - à noite - vai tudo para curtir... saltar... e se emborrachar... que raio se passa nas gentes que não despertam da Televisão e saltam fora do sofá em cada vez que os putos acendem os holofotes dos "coches" e ligam a músca para a vizinhança acordar?... que raio se está a passar?...
e se é espectáculo puro.. que fazia uma mãe e o seu puto.. às nove horas ali a comer?... meias no meio da relva do lugar onde se mantinha a esperança... e agora se deixa ... asim... criança... perecer?... que raio andamos aqui a fazer?... que raio andamos ali a fazer... pela manhã?.. simplesmente passear... e deixar andar... sem nada dizer?...
eu gosto de ver as árvores e as flores... sentir a brisa... ouvir as ondas enquanto deslizam... ver o sol nascer.. caminhar na noite simples... brisa que me envolve... folhas a abanar e a adormecer... gosto de ver... os risos das crianças.. brincando livres com os seus pais.. nesse espaço pequeno que reza na entrada "é de todos... tens de opreservar"... só não entendo como se pode continuar a brincar... sabendo da noite e do seu degredo... e deixando assim o mundo rodar... não entendo... e por isso escrevo.. para me despertar... e te despertar...
Amigo.. amiga - qe lês este nosso "mal"... sejas Tudense... Valenciano... sejas da Galiza ou do seu outro lado... é um algo que nos toca e provoca - a ti e a mim - num e noutro lado do rio que nos calhou partilhar...
a terra verde é a mesma... ajuventude dispersa - caminha de ambos os lados da ponte... que vai estar lá para os orientar?... quem vai estar lá?...
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