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terça-feira, maio 03, 2005

O Adeus

Que posso dizer?...

O tempo chegou ao seu fim.

Nas ruas – mesmo sendo uma da manha – musicas varias entrelacam-se com canticos religiosos enquanto a “manif” - teoricamente suportada pela igreja local - segue na sua “teimosia” de nao abandonar as ruas enquanto reivindicacoes imprecisas nao forem respondidas...

Temos outra vez arame farpado nas ruas, temos de novo ameacas sobre as multidoes... mas desta vez sao Timorenses frente a Timorenses – a de o mundo ser redondo algum dia ou estaremos num planeta de seres e ideologias quadrados?...

Deixo esta terra sem quase tempo de respirar (e tambem eu rezo para que – amanha – nao se confirmem os receios de confusao e possa recolher o meu visto e passaporte no ministerio do interior local). Mas – em cinco minutos de tempo para respirar - senti um vazio e uma saudade tamanha... so de pensar em partir daqui, em regressar para la...

Daqui levo as raizes deste povo. A admiracao por quem sabe ser quem e, onde pertence e – sobretudo – o que e a independencia (e nao falo de politicas ou paises, mas a independencia, o orgulho e ousadia de se ser ainda humano).

Daqui levo sorrisos de crianca como nunca vi, liberdade como nunca vivi. Levo o ter estado longe dos grilhoes de um dia a dia conhecido durante o tempo suficiente para ter entendido que ainda existem seres humanos livres...

Agora resta o conformar-se com a ideia do regresso a Portugal e ir acarinhando o sonho de voltar aqui.

Talvez algum dia... talvez.

1 comentário:

Micas disse...

Foi concerteza uma experiência única. Imagino a saudade que já sentes mesmo antes de partir. Pelo menos não acabes com este espaço. Fica bem.