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quinta-feira, fevereiro 18, 2021

Mundos e barcas de sonhos de encantar - seguir - vogar - e voltar a trazer o que se bem se chegar a pescar

 


Encontrar a pausa

Tocar o silêncio

Deixar-se elevar

 

O que vai por dentro

Ver pelo mundo afora

Esse tempo que voga

Sem hora

 

Marcada

 

Entretecido

Em cada pisada

Que bem-amada

 

Se caminha

Nesse longínqua estrada

Que vem desde o nada

Que se avizinha

E voga além da alvorada

 

para a orla bem amada

Entre o nevoeiro ancorada

Copa de árvore abençoada

 

Balançando ao vento

Do ser mais subtil

 

Essa nova barca

Ancorada

Esperando

Que o teu olhar

Que repousava

Se ilumine

Ao chegar bem ali

 

Onde os sonhos são refeitos

Onde os caminhos são direitos

E as curvas sinuosas

Entre flores bem fermosas

Te agasalham

Te enlevam

Mas não te prendem

No bem voltar

P’ra ir

E levar

essa semente

de vida

Que estas pronto

A chegar a plantar

 

Essa alegoria

de alegria

Que vieste

Para levar

 

E entender

E deixar crer

E voltar

A partilhar

 

Esse reduto distante

Onde brilha

o fiel diamante

Arvore a seu tempo

Renascida

 

Esse algo

que te atrai

Farol

de luz viva

Que cintila

E contigo

sempre vai

 

E se desfaz

Em cores

Mil

 

Despedidas

Lançadas

Entre as cores da alvorada

No ocaso que se desfaz

 

E nesse tempo

Sem fundamento

Ancorado no teu peito

Vivendo por ti adentro

 

Voltas a vogar

 

Puro

Cristalino

Perfeito

 

Como essa harmonia

Antiga

Tão presente

E tão viva

Que é ser constante

No teu vagar

 

Que umas vezes te chama

Outras se deixa apagar

 

Umas bem alto

Em ti proclama

Treme e vaga

E depois volta

de novo ao seu lugar

 

Essa melodia

Escondida

Recôndita

Inaudita

 

Que pretendemos

Alcançar

 

Poetas artistas

Gente do mundo normal

 

Que cremos

Que sabemos

Que existe sempre

algo mais

 

E nesse perseverar

No avançar

Nesse trilho solitário

Encontramos

A magia no ser diário

 

A inspiração

O Som

dessa alegre melodia

Canção do coração

Que se refez um dia

 

Para nossa

mais fadada união

 

E nesse abraço

Ainda escasso

Pelo que passo

E atravesso

Uma e outra vez

Procurando

 

Nesse espaço

Que ainda não vês

Convés

Dessa barca

Que voga e navega

 

Se entrega na fina vereda

Desse rio preenchido

Pelo que é bem mais querido

 

Pelo que ainda esta por conhecer

Fonte de inspiração insólita

Que nos preenche devagar

Poorto de abrigo imaginado

 

Entre mundos

Ao que se tende a chegar

 

Essa barca voga

E volta a ficar

 

Ancorada

 

Na mente desperta

Na chama certa

Para o coração

Voltar-se a inspirar

 

Vela sempre cheia

Dessa brisa de suavidade

Leme que aponta

Sempre

A essa linha cristalina

Entretecida na harmonia

Da mais elevada cidade

 

Desde aonde

Choram

Anjos sem cessar

 

Gotas de harmonia

Terna melodia

Sinfonia

Que temos

de aprender a partilhar

 

Lágrimas que deixam

O nosso solo

Fecundo

Húmido

Mundo

Que se pôs a navegar

 

Unindo-se num canto

De sonho

Que pretende

 

Unido

 

Voltar a chegar a cantar


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