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sexta-feira, janeiro 01, 2021

A solidão

 


 

Vem em nós obrar

Para fazer espaço

para voltar a plantar

Vem em nós saber

Até onde voga à vontade

A vontade do ser

Vem em nós poisar

Nesses lamentos

Íntimos e sedentos

Para se cuidar e curar

Vem assim mostrar

Feridas antigas

Novas veredas

preferidas

Para se querer assim alcançar

Entre os momentos do estio

Na lama, na névoa

Na neve, no frio

Nesse calor estridente

Que poisa assim qual pingente

E se deixa cair

Nesses lugares ermos

Prolongados

Onde a planície

ou o monte se estende

Assim por todos os lados

Nesses momentos velados

Onde nem nos encontramos

Quando chegamos

e nos achegamos

ao recém chegados

Nesses tempos

nos que levamos

Armaduras de gelo

que assim deixamos

Ao voltar a caminhar

E nesse segredo

Ledo íntimo e ameno

Regressar

Lentamente

Trazer a semente

Que se vai plantar

E no campo assim arado

Desse sonho futuro

No passo presente

plantado

À espera desse tempo

anunciado

Vivido e bem prezado

Para dar frutos e se levar

E partilhar por ser bem-amado…

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