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quarta-feira, janeiro 06, 2021

Caminhos incertos

 

Quando te amparas

Nessa crença sem amarras

Varada em porto seguro

Trespassando a distância

E o muro

Que te segura por dentro

Desse espaço cinzento

E te lanças

Saltas barreiras

Compões odes inteiras

E te deixas levar

A esse lugar de silêncio

Onde tudo o que flui é intenso

E suavidade a se encontrar

E nesses relatos viventes

Assim entre o clamor das gentes

Passas e te deixas ficar

Ouves os remansos

de águas passadas

Vês no horizonte

a luz já varada

E nesse ocaso,

em ti sendo por acaso

Entrevisto e sonhado

Veres nascer de novo

A esperança da alvorada

E o sonho que te é dado

a saber levar

Peito aberto

Através desse caminho

Que parece deserto

Destino tão incerto

Por dentro a desvendar

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