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terça-feira, novembro 27, 2012

Flor de Névoa


Peregrina: da vida, das emoções (“emovere” - o que nos "move") que são a vela do leme da temperança - nossa firme vontade, fiel da balança - no compromisso de rumar ao centro da esfera que habitamos... através da qual nos entre-trocamos… que é residência virtual do ser consciente que é através deste "mim" afinal:

 Uma nota de atenção.

Neste universo para-virtual: recriado à imagem do grande outro no que pairamos na ilusão do tempo e do espaço que pintamos na tela do ser-coração e que define o verdadeiro traço como caminho e devoção - existem muitos "seres criança" que - como tu e eu - se inspiram e divertem fazendo frases de palavras soltas, trocando cores de sentir em palavras moucas que podem dar azo a atenções dispersadas por estarem noutras ondas ou estradas que não aquela dos peregrinos conscientes do seu vagar - sereno, lento e consciente: com todo o ser que a sua alma alimente - em direcção a esse centro ansiado, esse lugar mágico em devoção velado: o trono escondido onde habita o mais alto de nós...

Traduzindo por miudinhos conceitos as amplas ondas dos poéticos jeitos - tem cuidado ao te expor - a rede é sempre lugar de "pesca" - e não sabemos qual o pescador, qual o seu primor, qual a sua dor e qual a cor do seu ser para além da face rosada, divina, aperaltada - que se nos apresenta no brilho de uma lua sem face obscura ou esburacada a conhecer.

Senti a tua presença num determinado tempo e espaço e o doce abraço do teu sorriso aconchegado - peço, não te exponhas - são mais de mil os olhares que me olham em segredo - não deixes que todos os que passam te vejam - rebento de flor nesta vida de seres que comungam da graça e primor de crerem na verdade, no que une, na virtude e num caminho recto para os cultivar neste "amiúde" que é estar com os nossos passos dentro - caminhando sedentos, desse nosso "eterno lar" e - ainda por vezes - escorregar... distraídos, no mundo dos humanos ruídos, perdendo por momentos a melodia sagrada da nossa casa amada - e, no intento - regressando ao centro e voltando a começar: avançar...

Há irmãos de caminho, que escolhem o estreito destino - de caminhar na dor... os que procuram o ruído na sua revolta pensando ser esse o caminho melhor... os que ainda estão dormentes perante a sua verdadeira força ou vontade... e se deixam iludir no mundo do espelhismo cansado de uma vida sem rumo ou fado maior do que servir os instintos: esse caminho que descende aos abismos e a todos aqueles que com eles são arrastados...

Tu - ser humano - que sorris com a luz do olhar iluminado - pela vida que em ti late: que ecoa a nossa vida viva - eterna – voz materna… paterna – nos embalando em todo o lado... tu caminha pelo caminho sagrado:

Esse - desde sempre percorrido pelos antergos, por nós: os despertos, guardado; e vai - para o teu ninho verde... a confluência das águas da vida... o lugar onde pura - a tua luz irradia... o lugar de onde emanam teus verdadeiros sonhos - muito mais altos e subtis que os terrenais anseios e seus medos medonhos...

Tua alma viva disfarçada de ave garrida pairando sobre os seus estéreis desertos - areias acumuladas entre dias e horas vagas - sem maior ventura que acumular contas de vidro num jogo no que todos perdem jogando a sós com todo e qualquer um que passa nesse seu chão de devassa;

Tu - recorda tua juvenal virtude! - acende vivo esse teu lume - facho de verdade na noite escura dos tempos que correm e - caminhando segura... sem pressa ou premura - vai olhando o mundo em ti plantado – o eco dessa vida para ti anunciado: e – se plantar puderes - planta sementes de verdade; para mais tarde recolheres - quando regressares;

Desse teu primeiro salto no oceano do amor, da vida e do primor… e nelas te sacies - da felicidade veraz - ao sentir o sereno contento, o cálido alento do abraço antergo do teu sólido rapaz: da mão doada, comprometida e solidamente afiançada pelo reconhecimento – além do sentimento – do sentido de a dois caminhar:

Seja esse o momento, o ser e entendimento - que recolha a tua vida - como água divina entre as palmas das brancas e pulcras mãos - a ti... só a ti - estendidas...

Saúdo peregrino - nesta estrada de Santiago - via láctea para a eternidade;

sábado, novembro 24, 2012

Um caminho feito de Flores


O que uma rosa... um sorriso e uma criança têm em comum?...

Os espinhos de cigarros que se pretendem rasgar em gargantas rasgadas por gritos contidos e palavras travadas?...

De certo que não...

Uma palavra rude numa boca amarga ou um sentir profundo num mar de ondas de prata - que se eleva e embala - aquele que por suas ondas passa?...

Talvez...

talvez...



 Anjos... "mensageiros"... entre o ruído da vida diária despertando-nos com o som de harmonia num ecoar surdo de rotina diáfana... vida do dia a dia - preenchida mais do que vazia: em sentir e sentido profundo - como esse mar, esse mundo - cheio de cores garridas - como as cores do azul desses olhos e do vermelho da sua face acendida na emoção não contida e no sonrosar meigo que nela desperta...

Mais perto - desses poemas de vida cantados por um amor que se não confina - nos espaços que pela vida que nos contam nos deixamos e encaixamos... pelo tempo no que nos conformamos: que tem a rosa o sorriso e a criança em comum - esse algo pelo que tanto ansiamos - que efectivamente vemos quando as olhamos - ainda que sem ver o vejamos?

Já lá vamos... antes passar pelos espinhos e pelos momentos menos claros - que são os que inspiram certos momentos de dor - como tantos que se viveram em Timor... são esses lamentos de noites em claro... de suspiros em almofadas húmidas por anseios abafados e lágrimas escorrendo - sujas - pelo pó da estrada destes pés descalços que lento - todos nós - caminhamos...


Como vês - ser humano e singular - não és tão diferente - nem da rosa - com seus espinhos temíveis, nem do sorriso - face solar de uma lágrima prateada - como prata tem o luar - nem de uma criança - entre o pó do caminho de um mundo além mar... todos - todos - estamos aqui a caminhar....

Nesse caminho: neste nosso destino - que nos leva - para subir e entrar - nessa torre escondida nesse céu particular: em peito ardente acendida, com luz de Sol a irradiar... ou a desesperar.. em noites na que a esperança é perdida e tudo parece cinzento ou sem rumo para onde orientar o olhar...


Assim - que mais se vê nesse teu céu - estrelado - de esperança semeado - com sorrisos "estrela" nele pendurados - todos eles a cintilar?

Vê-se a ansia de se entregar... a vontade de se encontrar - noutros braços - o mesmo abraçar: pois esse gesto - o abraço - é o mais simples e fácil de amar.... não há poder... não há quem dê não há a quem entregar - são dois que são um- num gesto que - sós - nunca poderiam executar...

Parecido a caminhar... o tal caminho das estrelas... a estrada de "santiago"... a via láctea que brilha nesse tal olhar iluminado... é caminho de vida - e vida que é viva!... vida Boa! feita de duas mãos entrelaçadas que se reconhecem e se apoiam em cada curva dessa estrada desconhecida - pintada e recriada - em cada passo dado em harmonia neste espaço desenhado pelo Eterno artista de face escondida...

Dai um Sol... que brilha em cada sorriso que plantas... como a rosa que anima, como a alegria da criança... como a tua presença neste nosso mundo neste nosso tempo... nesta nossa jornada na luz escrita e na semelhança protegida;

Dai uma Lua - dessas imagens perdidas - dores distantes de estar "rasgada" e "fria" - como dizem certos poemas seus em certas partes distantes... não que a Lua seja vazia, por estar ferida - sua prata menos brilhante do que a mesma luz que a alumia... só sofre quem muito sente e a luz se reflete apenas na límpida transparência de uma mirada digna...

Assim, é isto apenas - é apenas o que é simples: o Inverno é a promessa da Primavera Perene tal como o Outono mostra a folha de um Verão que se levanta ao nascer da Aurora...

Agora - amiga Peregrina - neste espaço desconhecido, neste mundo vazio - como o reflexo que se mostra a outro espelho:

pintar os dias com alegria - fazer dos sonhos magia - e subir a montanha do teu ser em busca do caminho desse teu viver; percurso que passa por confrontar a tristeza, a melancolia e a dor... a raiva contida de não controlar os passos deste vida que ensina: a aprender... a crescer... a caminhar com devoção...

Assim - sorrir para a rosa... para as rosas que passam e para os seus espinhos - mesmo os que nos sangram - de mão dada!

Assim - abraçar a criança - como se abraça a pessoa amada - e sentir o latir da vida a ressurgir em cada lágrima com sentimento e vida contida - em verdade derramada...

Cantas tu noites perdidas... falas de paragens escondidas e horas veladas... até - num último poema.. vermelho entre o azul sereno e o verde esperança - falas do sonho de um desconhecido... de um outro espelho que te mostre o caminho - que é o TEU num outro rosto mostrando Tua verdadeira face revelada...

As sombras se convocam para te convencer da dor.. da natureza dúvea deste misterioso espaço de primor... deste tempo que habitamos entre a alegria e a dor....

Falam as sombras - nossa resistência a "ouvir" - a voz da harmonia em derredor... no interior - a suspirar e a bolir... falam as sombras da natureza também subvertida desta vida que parece vazia - de sentido, de destino... como se uma viagem no acaso na que faltam marcos que mostrem a verdade da estrada, a profundidade desse amor que é o mar em foto tua pendurado...

E é verdade - a vida tem sentido... tão verdade como é puro, intenso e sentido esse teu sorriso com simplicidade oferecido...

Poderemos forçar tudo com a força de vontade... poderemos ser artistas pintores - inventando novas telas e novas cores... ou actores fingidos - encenando novas cenas em filmes de horrores...

Mas - de certo... bem certo - seremos mais fortes se formos melhores... se formos - SIMPLESMENTE tão verdadeiros e puros como essas flores...

Que - olhadas com deleite no caminho - nos demonstram - de mansinho - a verdadeira tonalidade - o verdadeiro sentido - das nossas verdadeiras cores...

Assim: a rosa, o sorriso e a criança - mostram o que demonstra o teu sorriso em cada dia - no que - erguendo-te de entre a rotina - ofereces o azul do mar, o vermelho da vida e o irradiar de um sol a raiar com um sorriso simples dessa tua face a iluminar um espaço de convívio - tão original e banal - como a mesa deste bar... na que escrevo para te despertar - para o mundo belo a descobrir e com teu ser colorir... e essa vida - que vale a pena! Com passos serenos e pose amena... de descobrir pouco a pouco... de mãos dadas e abraço forte!

Tudo espelhos amiga peregrina - tudo espelhos: obrigado por mostrar o mais simples - aquilo que se vê por dentro reflectido na face que o demonstra assim - como mo mostras a mim - de forma amena, alegre e não contida...

Seja no lugar onde te moves - dia a dia - seja no espaço de segredo onde essa tua alma de lua mora e nas noites perdidas escreve a memória dos sonhos que foram tesouros outrora...

E - mais uma vez - obrigado por existires: como diria o sereno sibilo das árvores - que juntando ramos nos contam histórias que se erguem de seus troncos fortes... suas profundas histórias na terra fincadas com poderosa essência agarradas: Juntos Somos Mais Fortes

Assim - ser mulher... obrigado por existir e por - do ser - ser quem és: esse sorriso de mar... essa Lua espelhada a brilhar.... esse vermelho incontido de um sentir tão singular - e a simplicidade de o dizer sem duvidar.

ULTREYA! Procura o caminho dos PONTOS DE LUZ!

quinta-feira, novembro 22, 2012

PER-ERGUE-HINOS

A Firmeza de uma decisão...

O Rio Flui... determinado - para o seu Mar...

A gota de Chuva - cai - determinada... para o seu rio.... neste Nosso... Teu chão...

A Reta - numa esfera - corre - determinada - para o seu lar... início perfeito quase imperfeito: não fosse a vista enganar o cego que vê o ponto sem ver o segmento;

A determinação de uma decisão pode ser vista como uma rua - que converge - para a cidade em seu centro;

Num determinado momento - nesta vida - podes negar... caminhos tortuosos que levavam a outro tempo: no que te deixavas enganar por visões ilusões e aúreos pálidos entre outros reflexos... ver decisões vergar quando outros pareciam levantar monumentos...

E essa estrada ou rua na que circulas... podia apresentar alternativas para avançar... e mantendo forte a visão - firme o leme da determinação - escolhes direita ou esquerda - consciente - das dificuldades ou virtudes que vais encontrar - e assim as encaras de peito aberto...

E assim é avançar o que fazes quando escolhes a esquerda ou a direita... mantendo firme o teu propósito de seguir em frente... diferente do triste cão - cioso do osso e em cadeias preso... entretido na causa - sempre a rodar - em volta do seu pobre e seco eixo...

Visto desde o monte sobranceiro... o teu percurso errático é o mais simples - entre dois pontos que se encontram no interior dessa tua ESFERA EXISTÊNCIAL... um mundo de cores novas a estrear - entre tantas outras cores deste mundo sedento: da vida que tens para dar - e de tudo aquilo que te move por dentro

Ou seja - quando o mundo côncavo se apresenta estranho - lembra que as curvas fazem parte desse mesma esfera que habitas... como conchas desse tal Mar - que no "A"lfa ganha sentido como "Om" eGa imperfeito...

Quand as ruas da cidade pareçam estranhas... lembra: foste tu quem colocou lá os sinais... para te servir de espelho no caminho que percorres com tento... e todos os momentos menos geniais... são os tais sinais vermelhos... que te convidam a pausar - ou ponderar - qual o lugar que te parece mais belo e qual aquele que ousaste passar - nessa tua tua ânsia de azul "cielo"...

Sem te atreveres a ver - a te precatar - que entre o coração terreno e o céu ameno - há um verde a conhecer - Verdade a estrear - esse verde que é vida e alento... livre de Ser e ecoar - neste Preciso Momento: a tua essência a palpitar... desse suave conhecimento:

Pára... vai devagar - se já fixaste o rumo em teu firmamento... é como recomeçar - neste sólo jacundo que é nosso sustento...

Assim - vai devagar: lembra o que te vai dentro - que o mundo reflete o coração a palpitar e- nele está o teu chão, o teu mundo... o teu alento...

Umas vezes fecundo sólo a germinar... outras vezes duro pão como alimento...

Por isso - vai - firme em cada passo: sedento - dessa água que no rio cai... desse mar que te ruge bem dentro...

Por isso - sai - desse fluxo - círculo imperfeito afinal: que te diz em sombras que não estás - o teu próprio caminho correndo... Vai - em cada passo encontrar - o teu ser no espelho;

Pára! Por isso vai devagar... aprecia cada momento... é o mundo que te atreveste a recriar - em cada som que evocaste com o teu sopro do vento... notas geradas ao passar - palavras feitas passos neste teu caminhar - o teu pisar pela Eterna estrada deste rumo ao Centro...

Existência humana - caminhar - teu caminho... caminho Nosso... peregrinos do Tempo...

quinta-feira, novembro 15, 2012

Caminhos e palavras plantadas ao vento... semeadas por dentro em cada pessoa que lê...

Os caminhos

Existe uma força que unifica e prevalece... se chama em termos banais... comuns: vida;

Existem desvios... tendências laterais - que levam curso dessa vida que se estende - rumando de forma natural - para o seu rio... do seu rio: para o seu Mar...

Neste sentido - é bom acompanhar - como a forma que definimos não tem sentido sem o conteúdo que lhe dê lugar ou como a vida sem um eixo específico se espalha e assim fica - como um pântano - que não avança prevalecendo em vida que se tende a estagnar...

Assim - sem querer dar margem a dúvidas... sem querer duvidar - há forças que espalham chamas e forças que tendem a essas chamas acalmar...

Há desvios de guerras antergas - como cicatrizes que ficam num corpo que se quer amar...

Opções de passados escritos à moda dos povos - que hoje em dia se podem recuperar: aprendendo dos enganos feitos e regressando ao curso de vida que a própria vida nos quer contar...

Hoje - mais do que nunca - Adão e Eva podem aprender a cooperar: pois o desafio é bem simples - é a própria vida em ameaça - a vida que lhes foi dado a guardar...

Tal como a imagem de uma criança - levada pelas mãos pela mãe e pelo pai - também o destino das nossas vidas: do rumo das águas desta vida que nos é dado a partilhar - depende das consciências despertas... das mentes abertas - para o desafio que se nos está a apresentar...

Não é porque o feminino prevaleça... ou porque o masculino se deixe dominar; não é porque eles ou elas tenham maiores qualidades para fazer, ser ou governar...

É - simplesmente - porque as regras do jogo mudaram - e os que nelas se entretecem devem parar

Sentir, ouvir: ponderarde novo - qual o seu rumo, caminho e lugar...

Imagina um intervalo - num jogo eterno e singular - no qual a equipa adversária levasse vantagem em golos e a nossa equipa tivesse  de realinhar...

Que ideais simples... que palavras evocar - para lembrar a estrutura inicialmente proposta - para que a equipa pudesse finalmente triunfar?...

Como numa dança singela, ou num combate espectacular...
Se a coreografia se desalinha, se a linha de escudos se desfaz...

Toca e congrega - realinha - a estrutura: para que a dança possa seguir e a batalha não termine em arremesso de vidas sem igual...

Assim - pondera: que te faz sentir ao ouvir...

Que os desistentes desta vida aumentam... que o amor se separa e já não se consegue unir?

Sente... na alma: que às crianças falta quem as defenda - porque medo nos média pretendem servir...

Invoca - a tua própria vida - e recorda... agora que olhas para um presente que te quer fugir...

Vês teu leito... teu corpo imóvel... só... num quarto asséptico... sem ninguém a teu lado para te abraçar, beijar ou ungir - de cuidados - doce calor humano - de quem ama e não apenas - de funcionários - para o efeito pagos - e que pretendem sair do turno para regressar a suas casas e fazer mais uma refeição?...

Vês os sem abrigo - avançando como exército vil? Teus irmãos semelhantes transformados em legiões de escravos de uma tirania vil e servil...

Como é possível - amigo - que deixasses comprar o teu passado - que era firme e sereno... no que podia não haver tanto dinheiro para aparelhos vários e marcantilismos mil -mas havia tempo para os que se conhecia e - não haviam - filas de desalojados de prato em mão prostrados às portas dos vários "exércitos de salvação" que nos mostram essas torres brancas: de marfim erguidas sobre poços humanos de despojos destroçados - entre guerras de mil anos e desigualdades sociais sem por-vir?...


Somos parte do problema ou sua cura - somos gente sem honra e sem raiz ou cerviz - que pensemos que a nossa cultura, a nossa vida e o nosso caminhar pausado - não são bem singular a conservar neste país?...

Queremos ruas de nomes em parede, queremos fatos bonitos para luzir... desigualdades cada vez maiores e pensamento de que nada da desgraça alheia nos vai atingir?... de que o que dorme no banco é outro que não o semelhante e que isso nunca aconteceria a ti ou a mim?...

Pois é esse o negrume que vem avançando... a nuvem obscura que sobre nós se pretende cingir...

Pensa - sente um bocado - que seria do humano sem o humano porvir? Seria a máquina por ele criado ou seria o sistema de compra que o abraçaria assim?...

Seriam os sofás de uma casa - que não tens tempo de usufruir... seriam as contas bancárias que com tanto esmero te atreveste a gerir?...

Seria o trabalhador delegado ao que - num negócio - sabes mentir.... ou talvez a família aos retalhos - que crias entre o café das cinco, o spa, o ginásio e os mil e um contos que te fazem crer e ouvir?...

Quem amigo - quem... quem pode substituir? O verdadeiro abraço humano, o verdadeiro amor que se faz sentir - pelo tempo e as batalhas juntos... pelos caminhos a dois trilhados... pelos gigantes e marés ultrapassados - pela devoção e compromisso firme de gerar prioridade naquele ser que é tua contraparte e em todos aqueles - que sendo diferentes partes - de ti são o  mesmo ser neste eterno devir?...

Como anular a verdade - que se faz em ti sentir - em cada latido, cada gota de sangue - na história que livro algum poderá algum dia reproduzir?...

Como anular a verdade - daquilo que és - sem nunca te atreveres a duvidar - que as raízes que crias nesta vida.. as que descobres neste teu eterno divagar - são verdadeiros pilares que irradiam - calor e vida a os invocar?...

Verdade: Honra...
Justiça, temperança, coragem e fortaleza ao avançar... prudência... paciente e de passo constante - nesse objectivo de vida a trilhar...

Agora - lembra - todo e qualquer Pilar... apenas existe como templo se o templo tiver - lá dentro - um coração PURO a palpitar...

E que templo se pode erguer - sem mãos que dão as mãos - sem braços a abraçar?

Que templo - qual tempo - terá existido sem as vidas que lhe são dadas a guardar?

Que casa tem sentido... sentimento - se não há risos, alegrias... vidas para o habitar?...

Pergunto agora - peregrino neste lugar...

Se as gentes importam ou se são os valores de cobre, latão e papel tingido - os que pretendes salvaguardar...

Agora pergunto - guerreiro sem espada, mulher sem filho a guardar: quais as linhas que recobrem tua alma -qual a linha que comanda a vontade que te vai a elevar?...

São as rotinas que tu mesma criaste - para a vida amparar - são os relógios que geraste para que a vida pudesse estar no centro deste divinal lugar?

São os esteios frios que as ruas recobrem e que as parecem fazer refulgir ao luar?...

São os valores negros... poços vazios... degredo desse "querer é poder" do "bem" material?...

Então - se a todas estas perguntas encontraste resposta já - agora é tempo sublime para encontrar caminhos que deiam nova vida à vida neste NOSSO lugar...

Uma delas passa por reconhecer: a cultura que te ajudou a aqui estar... honrando os passos... com os seus acertos e desvios - que te ajudaram a ti a aqui chegar...

Outra passa por questionar - esse teu ser que se move em corpo - copo belo e singular para quê tanto tempo morto a fazer o brilho brilhar - se não sobra tempo nesse tempo para o dar a abraçar?...

Finalmente - explica - como poderás avançar... se os Lobos se estendem por onde quer que olhes e o dia cedeu o seu brilho à noite sem Luar...

Se assinas teu nome em contratos - que a ti e teu SER não procuram honrar - distribuindo teus tempos entre tempos que não voltarão para te alimentar... vendes assim tua alma num vazio destino... vendendo os teus e tudo o que te foi dado a amar?...

Terra, vida, coragem... tradição, bandeira... as margens - do teu amado rio e do teu jacundo chão?... vendes o sangue derramado por tantos outros que lutaram todas as seguranças que tu entregas assim de mão?...

Ensinas as gerações futuras - a terem digno orgulho - amor a este chão - através daquilo que dizem demonstrado naquilo que são?

Tens tempo para lhes contar por ventura - a história dos seus dignos egrégios avós?

Ou contas mil e uma noites... cinemas, pipocas... e "shopingas" na lama toda a herança que se te legou?...

heróis e gigantes de celulóide para que novos e não tão velhos creiam que a nossa vida assim começou...

Pergunto - a ti que juraste - defender uma ideia, uma terra - bandeira ou nação...

Ou como tu - que de branco pintaste - teus sonhos - tua vida... teu coração?

Como jurastes - pelo mais sagrado da vida que nos dias de amor encontrastes... e que agora - como essa jura se estende neste frio chão?...

De dias de rotina e distância vazia... de orgulhos velados, horários apertados e escolhas vis - como facões afiados - entrando na manteiga do vosso terno e uno coração...

Evoca a certeza anterga - a razão primeira - que te levou ao altar: dos teus valores, dos primores que te foram dados a plantar - em dias de outrora - passados de boca em boca: herança de sangue, de vida que tu te atreveste a abraçar...

Lembra - eis ai a verdade - que as aparências vão procurar ocultar...

Detras de cada escolha errada - vem a aprendizagem singular... e - ainda assim evoca - qual o caminho de regresso... que dia a dia - leva de volta ao teu lar...

Essa eternidade feita gente... esse sagrado feito terra ou lugar - é caminho vivo - para toda a gente - fácil de reconhecer e amar...

Depois - lembra - evoca - esses sonhos que te querem fazer abarçar- se se comparam eles aos verdadeiros: esses que tens em frente.. basta abrir os braços e nesses abraços voar!....


Vai - vai mais fundo - em todo o anseio terrenal... evocando, no entanto, a consciência - de que são eles teus caminhos de vida e de paz...

Os valores são o ouro que te foi dado a guardar... não apenas aquele - que na vergonha - te estão obrigando a empenhar...

São as histórias vividas - de um povo bem real... são a tua própria linhagem vendida na praça deste triste tempo a passar... pois - de certo - não crês tu nem ninguém - que seja certo esta forma de andar e rumar... precisamos de homens do leme - rijos e despertos... e de padeiras ou marias da fonte que os ajudem a navegar...

Precisamos dos "antigos" - agora cobertos - pelo pó da histórias que nos querem contar... precisamos dos avós rijos pela aprendizagem de muitos anos neste nosso sagrado lugar...

Precisamos de mulheres fortes - não apenas porque aguentem o peso de um trabalho e de um lar - mulheres firmes e decididas que saibam quando as estão a ludibriar...

Sejam imagens, cremes, pasmaceiras - histórias de "faz de conta" que cedo tendem a acabar - pois as pontes que ligam aparências são como vidros pintados que se quebram na primeira queda no chão...

Enquanto os sonhos verídicos - são como sementes de emoção - finas flores no coração plantadas - esperando tempo, vida e devoção... essas - como lírio do campo - não necessitam se disfarçar - quem tem virtude É virtude... e brilha de dia, de noite ou ao Luar...

Trinta e seis anos de uma vida é muito tempo a entregar - a um estado que é empresa ou a uma carreira que nos vai nesse estado dar um lugar...

O que vendemos são filhos e filhas... noras... cunhados... famílias e amigos por cultivar... vendemos companheiros de vida e as mil histórias que os nossos teriam para contar... vendemos os avós internados em lares para terceiros ocupar... vendemos os filhos de relação incerta aos seis meses para outros criar... vedemos - não é só para o ouro que nos fazem entregar - vendemos tudo - as mãos e as jóias - que outrora esse coração de Viana fazia Brilhar...

Vendem os homens sua honra - pois há tanta coisa boa a comprar - há caras lindas nas histórias que as feces de livros nos pretendem de mão beijada arranjar... e há lugares cimeiros em empresas, carros novos, viagens caras... novas epopéias a conquistar - já não a glória de um nome nem o compromisso com o apelido a guardar...

E - para esses que - incipientes - se deixam levar: pelas modas que o povo engana - pelas vagas de um horrendo mar - recordem que navegamos todos em barca sem remos - apenas um leme e uma vela para nos fazer avançar...

Se peso colocamos e nada temos para o barco vogar.. mais cedo ou mais tarde teremos - tanto lixo e penedo - neste barco a arrastar - que será difícil ver entre o degredo desse lodo todo empilhado em nada servindo terra, vida ou o lugar...

Por isso - com apelo ameno... com evocação da vida que nos foi dada a trilhar - que companheiros queremos e que estrada queremos pisar?

Uma de curvas e contratempos, enevoada e de sombras a iluminar.... uma de vida e verdade: de sonhos partilhados... de caminhos de mãos dadas e a cantar... de cantos gigantes com vozes clares - timbradas pela confiança e o sereno som da vida em peito a palpitar... fazes morenas... rosadas... de quem é livre em terra próprio e não escravo além mar...

Aqui fica mais uma memória - mais um apelo para este tempo cão: no que se vendem valores em casas de penhora, se vendem pessoas a preçõ de grão... sejam os maiores e as suas memórias, sejam as crianças e o seu sorriso canção... sejam as experiências dos mais velhos... seja a vida e os sonhos dos mais jovens neste chão...

Vendemos o tempo no que criamos alianças... e as alianças retiramos da mão - seja por soberba, desígnio ou vergonha - ficamos assim livres sem compromisso... sós...

E assim podemos ir e vir... até sós terminar: no banco de jardim em dia de inverno ou no anonimato em lar ou hospital...

Placas frias ecoando... entre nichos de um cemitério qualquer...
Sem ninguém que honre e visite... a memória de quem lá morou... em vida e coração marcado.. apenas sementes verdes pairando no nada da memoria deste tempo cão;

Nichos vazios - como os prédios andares que se nos dados a habitar - cubículos estéreis que rápidamente podemos entregar... como pratas de plástico e comida a condizer... como aviões no espaço e rastos de fumo a desvanecer...

Eis a marca para a etrnidade que nos querem fazer comprar - sejam filmes nos que o violino toca... sejam novelas nas que tudo é simples e acaba bem...

As vidas e as memórias - daqueles que as não têm... são ecos, são histórias: que ninguém honrará no além...

E - além - como sabes - é o eco singular - dos teuis passos... derrotas e vitórias... que - quem te ama - aprendeu a reconhecer, guardar... e respeitar...

Honra assim teus ancestros... tua memória imemorial... honra tua vida - teu valor interno - teu carácter e sentido nacional:

Nação é "natus" - e provém de algo normal - provém da vida concebida para ser vida - com valor, honra, princípios, caminho, estrutura, sentido e com gente firme e graúda - verdadeiros esteios - de virtudes para a resguardar...

Se vender vendes a gente - não vendas ainda teu coração - nem tua honra ou coragem - nem tua côr - oh nação!...

Não por separatista, nem por modelo de ocasião - simplesmente porque: sem raízes: não há tronco firme nem ramos abundantes que deiam as flores belas e os frutos importantes que nos alimentem na nossa humana condição;

Fica assim o diálogo - desta voz neste nosso ar... espaço de virtudes (virtualmente falando) como tudo aquilo que nos vendem nestes tempos em turbilhão...

Caminho depressa - sem rumo - e vou dar de caras no chão... ou caminho sereno - sem pressas - de volta ao eterno coração;

Saúdo de quem te saúda - em cada dia ao passar: homem, mulher - criança - ancião neste nosso e antergo lugar...

Todos - palavras num vento, todos notas de uma melodia sem par... que - ou queremos seja pura, singela... de harmonia singular... ou queremos seja torta... ruído de fundo de um mundo ainda por germinar...

Abraço amigo... até já!






segunda-feira, novembro 12, 2012

O Cego e o Vidente


Éra uma corrida injusta... todos viam... todos sabiam...

A Multidão observava... contemplando de forma parcimoniosa, como aquele pobre homem seria humilhado naquela praça... naquela estrada... naquela vida;

Aceitara o desafio: de rumar contra a corrente de uma forma... digamos... desastrada;

Mas os tempos se não escolhem e estes eram os ares dos tempso de hoje em dia...

Que faria - um cego... UM CEGO!... contra um de vista fina e mente adestrada?

Que faria um homem... um triste e desalinhado contra um que corre como forma de vida?

Como todos diriam... como todos fariam... absoluta - impunemente - NADA!

Então a corrida começou... o tambor ribombou... o chão estremeceu com a espectação da multidão a ver o que iria acontecer - mais um tombar, mais um a naufragar - no mar da vida: pois assim tem de ser!... está escrito... matar ou morrer

O Cego - correu... a bom correr - como lhe foi dado a um cego fazer...

O outro - marchou... simplesmente - marchou... nada a temer - é a vida - como se pode de outra forma vencer?...

"É a vida" - meditava o atleta da treta - é a vida... "vencer ou perecer"...

E lá foram os dois: dando a volta ao povoado... um alvo de chacota de toda a gente... o outro vitoreado;

Assim... chegou a corrida ao fim... ainda o tal cego vinha no adro...

E levaram o vencedor em fragor... e comes e bebes... tudo pago!

E - do outro - ninguém lembrou: pois é a sina do parvo... neste mundo trengo - algo covarde e sem fundamentos -  que permite cegos concorrendo com os de vista aberta para que os tais fiquem de sábios e gestores do mundo que lhes foi entregue por tiranos e traidores...

Mass- como boa fábula de encomenda - a história não acaba aqui... pois - na noite: quando tudo fora dormir - o cego visitou seu rival... e assim o desafiou a novo duelo singular...

Desta vez - sem ninguém para ver... sem noticiosos a documentar: "apenas para alguém entender pelo que estamos aqui a lutar" - dizia o cego sem se ver, entre as sombras de um escuro luar...

E o outro - altivo - sem pensar - lá se comprometeu a ripostar - guardando sua reputação de campeão sem par e deixando mais uma vez incólume o seu ego desolador...

Assim se lançaram, os dois protagonistas desta nossa história de ficção... um - nas névoas da noite escura e fria, o outro baixo o Sol do dia que conhecia desde o dia em que nascera e assim reconhecera na sua estranha sina...

Certo é que - baixo lua Nova tudo importa - seja som, seja odor, seja brisa que acaricia ao de leve... seja inclinado terreno seja burburinho breve que anuncia uma sebe, árvore ou torre de castelo...

ou rebanceira que leve ao rio do Inverno onde todo aquele que é escuro se perde para sempre...

Desta vez - sem ninguém para vêlo... o Cego chegou único, o cego chegou primeiro... pois do outro - tão "nobre" companheiro - não se falou mais desde então...

Se caíra numa ravina e arrastado pela enchurrada da vida e se foi a um grande e eterno Mar, se perdido entre as névoas pelas feras se deixou apanhar, comer e desgarrar...

O Certo, é que o cego regressou para contar - a história destes tempos sem par...

Quem dita as regras comanda a partida - se cada qual corre com sua forma e força e lugar - de nada tem medo;

Se convencido fica a correr como a lutar - como outros correm - depressa ou devagar... cedo ou tarde perde o zêlo... perde a tradição e o lar... perde tudo no degredo: de se ter deixado levar - por todos aqueles que vendem histórias e que este povo de gente boa já muito se deixou enrolar...

Seja "à grande e à francesa", seja vida de "Lorde"... o certo é que ficou o nosso cantar - contado talvez por algum qualquer cego que recorde - quantos por aqui já se "dignaram" a passar...

Com nobres honras nos tratam - para depois deixar a gente na sua triste sorte - levando o que havia a levar e deixando de sua marca - o vazio de nunca mais cá pousar...

É tempo de tornar obrigatório aprender o HINO NACIONAL - o de verdade e a completo - e investigar cada linha e cada estrofe e saber porque esta nossa fala milenar se mantém viva e com apreço mesmo entre tanta adversidade aparentemente "casual"...

Certifiquem-se estas gentes - que as guerras entre ententes, que as frias que já passamos ou as quentes de catorze anos - tinham mais adversário do que o solo colonial... eram determinações dos novos patrões que os novos mapas queriam criar...

As regras da banca pertencem aos povos que inventaram as artes das trocas douradas... das joias endinheiradas e das tramas económicas como linhas finas e fortes que engoliriam palavras escritas com sangue e mortes na nossa constituição como Nação Milenar...

Os outros - os tristes fantoches que se fazem seus algozes... os outros - os de voz branda e fala mansa... os outros - que se ajoelham e humilham por uma côdea de pão da mesa do patrão... esses que voguem no mar: do "João sem terra", de traidores que tudo ou nada poderiam engendrar com tal de manter sua riqueza, seu estatuto, sua fama internacional... seu lugar de assento - como personagens sem mérito - no teatro das sombras dos que REALMENTE se atrevem a nos governar...

E - esses - vão mais longe das estrelinhas de bruxelas, das conspirações vermelhas ou das barras e estrelas de Ultramar... são aqueles que sempre estiveram - e hão de estar - infiltrados como semelhantes - nesta caverna imensa que nos calhou partilhar...

sábado, novembro 10, 2012

Nunca... nunca... nunca

Nunca desistir: mantendo reserva de HONRA e BOM-SENSO: seja o adversário temível... seja a tua força imparável...


NUNCA NUNCA NUNCA DESISTIR...

quinta-feira, novembro 08, 2012

ás armas! ás armas! contra os Dragões - marchar... marchar...

Nos tempos que correm a superficialidade substitui a vivência profunda da vida que me é dado a viver...

Correr através do mundo da ideia e da imaginação, alternar horários encaixados de forma cada vez mais agressiva apaga a imagem intensa da experiência humana profundamente assumida...

Num mundo de contra relógio ficamos com o mais pobre dos três tempos gregos: se Chronos corre, se kairos providencialmente fala sobre um momento de enlevo no que a mente do mundo se separa... então sobra Aeon... o tempo "divino" que nunca mais acaba... reservado apenas a alguns que escolhem caminho com calma e - na sua determinação - fazem do ser a porta, via e estrada...

Escolha agora quem queira - poder podem todos se assim se precatam - que há caminho que leva ao obscuro de se ser escravo da agulha ou ponteiro que te pauta... e que há caminho - já o dizia Agostinho - numa frase condicionada: "SE AMARES - farás o que queres"...

Recorda amigo - no entanto - que "amar - também tem três "persona"... três máscaras... para que o abstracto possamos "ver"... nos aperceber... e saber - em qual das esferas se desloca a nossa "alma"...

Se Eros - amor pungente, foco definido... tempo ausente;

Se Philos... amor amigo... braço, mão, humano... em actividade ou dedicação a uma arte expandido... tempo providencial;

Se Ágape... o grande AMOR, o grande MAR... tu - gota perfeita... diluída na tua fonte... e da tua fonte parte integrante... parte... par... Aeon... tempo REAL...

...para além da ficção de sequências gravadas ao som do projectista da câmara que acelera ou atrasa o filme que ainda vemos na tela do nosso existêncial...

Escolher é parte da obra... o caminho é sua meta... o destino é subir montanhas cada vez mais altas e notar que - os gigantes de outrora - são agora formigas na bota... quimeras passadas... entelegíveis verdades que o adepto passa: com graça - como as flores enebriantes do caminho dourado daquele que percorre o seu fado perseguindo sua meta...

Sorri para a flor... com graça acena à quimera... desfazendo os nós - górdios ou não - que esta vida propõe em cada passo da tua gesta... refinada razão... refinada vontade... maior precisão para dar passos em solenidade...

Mantendo firme o leme... agarrando o brasão - o que em teu peito grassa: olhar de determinação nos passos da estrada que percorres: rumo... a casa...

Cinco círculos de perfeição... cinco estandartes de graça... cinco filigranas verão os que contemplem finalmente a sua verdadeira face espelhada...

Até lá... irmão... irmã

Que a corrente seja enchurrada que passa... pois os rios e os destinos um Outro os traçou... descobrir quem e a sua razão é parte do mistério descortinado em cada passo nesta digna e nobre estrada...

Quatro linhas sagradas - por serem símbolo de excelência... por serem sinal de perfeição:

Fortaleza - coragem de confrontar gigantes com a força do teu coração;

Prudência - discernimento para saber onde colocar a força da tua visão;

Temperança - equilíbrio e harmonia entre a tua chama purificando enganos e a brisa pairando sobre o negros corações enganados;

Justiça - implacável comando que te impele a avançar - sempre - contra serpente ou gigante que na tua vida pretenda se entrosar...

No centro - quina ancestral - pilar e fundamento - de tudo o resto que existe para a guardar:

Verdade - pristina - diamente devida e bússola imemorial... se vais além dos conceitos terrenos e dos falsos valores amenos que se adquirem, se compram, se decoram ou se copiam sem cessar - encontrarás uma voz mais firme e uma nascente a jorrar - dela beberá toda a gente e vida plena existira no teu caminhar;

Passarás desertos ardentes ou solitárias veredas sem notar - que a água que te alimenta é vida plena no momento presente e que - seguindo a estrela fixa - estás no caminho certo a marchar...

Depois orienta o teu passo - pois ondulado será... haverá momentos nos que a resistência te confronte e momentos nos que prevalecerá...

Nos lugares mais sombrios... nos labirintos mais reconditos de onde o teu ser se possa embrenhar - se falhando aos preceitos o adversário te arrastou até lá - então é momento de despertar:

A chama sagrada da transformação interior... fénix renascido - furor régio do vermelho Dragão...

E uma vez ascenso - de entre a treva, da resistência e do lodo que te invadiam e aos que - vehemente - respondente - com voz pungente: o teu resoluto e desperto "NÃO!";

Ressurges hirto - digno... pleno: mais perto do centro que é caminho, via e fundação;

Cada dia - a tua resistência - que de ti sabe tudo o que és até então - se liga a uma outra mais forte - filha da ignorância, da dúvida e da perdição;

Colocarão desafios para que possas demonstrar - que as capacidades adquiridas são viventes e activas não meros conteúdos fruto dos tempos que estamos a atravessar;

O saber é UNO e antergo - nada novo houve depois a inventar: os pilares de fundação eternos e eterno o caminho do que pretende avançar...

Os ciclos se repetem - e nestes podes optar - por estar do lado das linhas que se recordam - da razão pela que elevamos pilaraes, sublimamos potências formando vontades e aspiramos a olimpos inancalçáveis pela dignidade do nosso próprio passo e pela determinação que late no nosso carácter e pelo mérito deixado pelo rasto ao passar...

Mente relámpago... e além... o imaculado éter... pontes entre o que chamam "sagrado" e aquilo que - dia a dia - nos dizem "profano"...

Uns para se perder e dispersar... agentes do medo, posses desgarradas da dúvida e da falta de estrela para na noite os guiar... e aqueles que caminham - pé ante pé na sagrada e anterga linha - que vai testemunhando os princípios de harmonia que - VERDADEIRAMENTE - regem este lugar;

Uns pelo caminho que leva abaixo... pela pirâmide cravada no chão...

Outros pela vereda empinada, pelo caminho suado, pelo vergar rostos e olhar no solo evocando a recordação...

Do topo de montanha glorioso e da constante aspiração...

Caminhamos...

Pelos valores que nos sustentam... caminhamos...

E - em momento de quedas de impérios - lutamos - pelos valores que juramos - para nosso ser interior - preservar;

Perseveramos... com primor nos refinamos... entre a sombra que se arrasta - cobra imensa que tudo esmaga - no seu ondular terrenal...

Frio antergo que ameaça - a chama viva de todo o que nela passa e todo aquele que se deixa cativar...

Pelo hipnótico sentido de velado desatino... disfarçado em mil e uma cores, sabores e destinos encadeados a velar a clara visão do caminho a trilhar... e no abismo se perder, para sempre no caos mergulhar;...

Para os que descem e se deixam levar - pelo monstro mais frio, pelo Dragão invertido e por tudo o que pretende alienar... a última evocação antes de que as portas se fechem e chegue tempo de definir: quem vai ficar e quem vai lutar;

Quais os valores que persegues, com que força os consegues: quais as tuas finas bases para na enchurrada te firmar; quanto podes - no momento que explode - dar tudo de ti por uma vida salvaguardar?

E se sentes - que a tua honra tem preço - qual o preço que essa sombra te oferece para que desarmes, saias do teu posto e desacredites da luz que vieste neste mundo representar?...

Se ainda respondes... ainda não estás cego...

Se ainda respondes - o Antergo te está a invocar...

Das profundezas dos tempos se ergue - para desafiar aquele que nos pretende obscurecer e na sombra nos predar...

Juntos somos mais fortes... juntos somos um a cantar... cântigos régios outrora pungentes - cânticos sem sombra da dúvida que hoje nos pretendem fazer crer e venerar...

Jardins velados... portões fechados - para as sementes da dor... de suaves sedas embelezados - jardineiros atraiçoados - plantam egrégoras nos incautos que abrem guarda em momento de combate interior;

Abre os olhos e lembra - qual o nome que te foi dado a guardar...

Evoca o presente que tens ao mundo para doar...

E caminha - irmão - caminha...

Não há passo a trás para se dar nem passo em frente que seja para vacilar;

Caminha para a glória do tempo intemporal... destino único e consciente do que luta pelos valores que pretende alicerçar;

segunda-feira, novembro 05, 2012

A Arte de se Enraizar I

A arte de se enraizar...

Acreditar... com sinceridade.. num caminho coerente: e perseverar - com hombria, determinação, coragem - e seguir em frente...

Lembrar... o eco dos passos dos que nos fizeram possível este PRESENTE - evocar - com dignidade - todo o seu esforço para que nós façamos o possível por o manter vigente;

Evocar... a estrada - que é caminho com salvo conduto e mais do que uma garrida vereda que não nos leva a nada;

Centrar... com séria e real vontade: uma opção em cada dia e um caminho de opções que não se façam à margem;

Reivindicar... para que todo aquele que tem cargo de responsabilidade - lembre que o cargo que lhe foi entregue é sinónimo de dignidade... para que a não perca e assim todo o que nele confia ganhe;

Escolher... um só ser que me anime: pois um ser - em sí - é um universo de vida e um mundo de verdade;

Recolher... em cada sol uma parcela da essência viva ganha em cada passo de coerente sinceridade;

Ouvir... a voz da razão... a daqueles que por aqui já passaram e a sua intensa sabedoria de ancião;

Completar... o círculo das gentes que se unem - mão em mão - à volta de um hino, de uma bandeira - sobre o solo fértil que lhes deu à luz a razão;

quinta-feira, novembro 01, 2012

Raízes

Dia da Memória

"Quem esquece as suas raízes perde a sua IDENTIDADE"

Uma frase de uma música... uma verdade colossal nos tempos que "correm"...

Correm de forma a que - literalmente - a nossa semente de vida não enraíze...de forma a que não haja posições firmes, atitudes sólidas ou um afiançar de pés no chão e dizer "sim" como um "SIM" e "não" como um "NÃO"...

Seja na tradição "da Lua"... seja na tradição "solar" (e quem entende destas coisas entende de que calendário estou a falar);

Seja porque se abrem portas seja por fazer evocar - o gesto, a intenção e a forma - são a memória, de todos os que por aqui passaram no seu caminhar;

É este o gesto da linha entre o "ontem" e o "hoje" que se evoca neste momento: o realçar de uma história concreta pelo sentimento - de todo aquele ao que temos laço de sangue e da linha de continuidade evidente que nos liga a todos os outros seus precedentes e- horizontalmente - a todos os outros que com eles caminharam nesse mesmo tempo... neste mesmo lugar;

Assim sendo - andam as duas tradições irmanadas - como andam as intenções dos que vogam na mesma barca... e no mesmo Mar;

Sejam os que sustentam o remo na linha da esquerda... sejam os que o levantam na destra para a barca Vogar;

E - nesta barca que naveg ana imensidão... do tempo... das horas... e do espaço da dimensão

É belo notar que evocamos portas - abrimos janelas - para que os de outrora possam entrar - connosco caminhar pelo eco da memória - e com algo de fé (imaginação improvisada, projecção mental elaborada ou sublime aspiração)  - ouvir os ecos das pisadas dos egrégios ancestros nossos iguais...

Depois - é um tudo ou nada - pois alguns notarão que a voz que ecoa os provoca, outros que os embala e - outros - como as crianças de outros tempos: de antes - outrora ou agora - vão bater às portas procurando doces, vestir fatos mascaradas e fazer Carnaval em Janeiro;

Os que ouvem a voz dos avós... com firmeza se erguem e recordam - quanto do seu sangue ou da sua glória, se verteu para que hoje pisem este chão;

Os que ouvirem a voz das "fadas"... ouvirão cantigas acerca de lollipops, caramelos, rebuçados e de um dia engraçado para ir ao shopping deitar uns tustos ao chão;

É a diferença que separa - os que firmam pés levantando moradas, daqueles que passando... pairam nos tempos e se desfazem no pó...

Importa pouco se é grego ou troiano, heleno ou illiota de sua opção:

Honra - é palavra universal que qualquer boca fala em línguas diferentes - e honrar nossos antergos é forma sublime ou simplesmente "simples" de evocar as raízes que faz os humanos ser aquilo que são;

Bem haja num dia de Ancestros...

Na minha terra - não há bruxas, há meigas e - como o seu próprio nome indica - são mulheres de sangue quente, de olhar sereno e postura firme... são mulheres de tradição;

Seja de noite ou de dia, ao Sol ou ao Luar...

Bem dizia a música...

Assim hei de te...

Até já!