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quarta-feira, janeiro 20, 2021

Ironia da poesia





E nesse gesto desmedido

Nesse algo em ti nascido

Que se investe dessa força

Que se desprende qual a prosa

Para se entrelaçar ao se lançar

Nessa letra tão garrida

Nessa palavra mais unida

Nessa mão a se alcançar

Quando assim ainda fustiga

Essa tecla tão amiga

Qual em melodia viva

Para se ler e voltara ver

Divagar

Assim sem sentido

Até ao mais profundo

do que digo

Ou penso

sem parar

 

E se assim resultasse

Esse estranho passe

Magia sem se deixar

Definir

Conter

Rir

Ou chorar ao se crer

 

Que a melodia aqui contida

Entre tanta letra esquecida

Começou assim um dia

Com essa estranha partida

Que a palavra parecia pregar

 

E nem se disse o que se dissesse

Nem aconteceu o que acontecesse

Nesse algo que se entretece

Na poesia ao se deixar levar

Por quem assim a enaltece

E a canta sem cessar 

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