pub

segunda-feira, novembro 30, 2020

poesia da ironia


sentido dos humores mais fluídos

ironias dos marcados destinos...

tantos seres à volta sem se tocar

e tantos toques 

nesses outros trebelhos

coisas que chamamos aparelhos

sempre a falarem de nós sem se falar...

voltar às raízes


vamos e vimos sem cessar

damos passos - inspirados

umas vezes despertos e acordados

outras sem acordo e sem hesitar...


e nesta duplicidade

noite e dia na cidade

sem pausa nem idade

ainda vogamos a sonhar...


umas vezes despertos

pela realidade

outras inspirados

sem vontade

outras ainda pelo ser igual


lado a lado parecemos pequenos - e somos tão grandes!

e sós, de vez em quando, ainda procuramos nos encontrar!

recolher e saber escolher


nestes tempos virtualizados, nestes lugares meio toldados

somos milhões de vozes a cantar um mesmo fado,

destino que ainda nos é velado a mostrar:


e no entanto sonhamos, falamos e no segredo contamos

números sem contar, multidões sem se ver a passar,

olhamos ensonados sem decidir se é noite ou manhã...


e vamos! animados pelas agulhas empoleiradas

antes nas torres agora nas mangas...

desse saber recolher sem hesitar...

computação pessoal - coração de ideal




nessa tela, sempre meio vazia - meio cheia de vida

há espaço para se pintar, sonhos de mil cores

letras de mil amores, páginas por deixar

de serem lidas, letras garridas, 

inspiradas pelo amanhã...


gentes de todas os lugares,

dos campos às cidades: 

sonhadores que vagam a voar:


nalguma que outra folha, 

desse Outono passado...


nesta chuva que não molha

manter passo acompassado

passar assim no ser diário,


pairar nesse olhar toldado...

sem se ver arvoredo algum

em nenhum lugar

rebentos de esperança


na teia sossegada

aonde tudo bule 

e não se nota nada


em cada passo dado:

seja caminho ou estrada

ao passar tantos lado a lado

procurando o ser compassado


o ser assim... animado...

o regressar ao seu lugar

tantos seres que vogam 

voltando sempre a voltar...

em cada passo um voltar a se precatar




se voltar fosse também  caminho

para já mais não se estar sozinho

se as muralhas - a meias - caíssem 

quais colcheias

ondulantes 

nestes seres 

gracejantes 

que vogam

na melodia

do dia

sem cessar


e se encontrassem amigos e serenos: aconchegados

lado a lado neste oceano, quais mares navegados

quais rios trespassados por pontes desse querer

estar perto e nascer de novo nesse outro ser a nascer



reuniões reais entre veredas geladas




olhar a luz do dia

entre as teias sombrias

e ver esperança a nascer

onde o medo estava a crescer


quando se sente o calor de humanidade

segurança desse ser criança sem idade,

em verdade crescemos nessa maturidade

que assim vemos e cremos porque escolhemos


se houver tempo para o conversar, passar e abeirar...

nem depressa nem a acelerar, vagar dessa humanidade

que dando tempo ao tempo se entende em realidade...


foi dado o expressar, o ser, o que vai dentro, sem deixar de falar

de conceder o direito de ser assim, sem mais - expressão dessa liberdade

que nos transforma sem vaidade, em seres livres: quais ideais...


nestes tempos de contenções, os corações e as verdades, falam por serem procuradas

quando nos precatamos, do que somos, e do que deixamos - damos valor ao sentido desse amor


desse calor em humanidades cheias, dessas horas preenchidas e não vividas a meias

desses lugares de encontro, onde vez após vez nos juntamos para ser de novo humanos

aonde nos abeiramos quais os nossos mais antigos ancestrais encontrando soluções originais


seria estranho que tantos milhões de gentes juntas não se precatassem

do que umas dezenas já bem sabiam

quando à volta do fogo se abeiravam, quando se abraçavam e reuniam



sexta-feira, novembro 27, 2020

poesia da rosa em prosa... criança à janela sempre a mais bela





gostava de escrever uma prosa, que fosse qual uma rosa, que se desdobra perante o teu olhar;

gostava de te enviar um recado, estar lado a lado, para te bem poder voltar a abraçar

gostava de dar vida a estas linhas, para que a tua palavra na minha, fosse uma voz só entre nós

gostava de dedicar-te poemas, trovas melodias e temas, para assim mostrar que poderemos voltar:


a ler letras de gente, entrelaçadas por entre tinta pingente, qual as notas coloridas das melodias mais vivas

e dos hinos de louvor - à esperança, ao sonho, ao amor - dizer em verdade que tanta felicidade se fizesse por humanidade ao se reencontrar nesta cidade o agasalho de se estar sem mais...

perdido entre as ruas e avenidas, sempre vazias, cheias desse bem querer; 

não importaria nem quando nem onde, tu estarias ali - e eu correria, qual voz de alegria - ao teu encontro outra vez... 

e ir sem mais hesitar... olhar iluminado... e ver o teu olhar com o rosto bem mostrado... e nesse corar de esperança, menina mulher ou criança, ser de novo a acreditar, 

que vou para aonde bem quero e não tanto aonde desespero por voltar...



e voltar conhecer-te uma e outra vez

ser sempre novo, qual a flor que renasce, nessas pétalas singelas, transparecidas à luz do luar, nessas folhas quais janelas que se abrem de par em par; 

nesse caule sempre agitado... pela brisa sem estar enjeitado... cabelo ao vento... momento desse sustento... que nos enleva aonde o tempo é sempre vogar...

e nessa barca silente.. passar por entre a gente e ver-te assim... a surgir... devagar

... qual da névoa vespertina... por entre a rotina, qual da simples neblina - dos rios e vales que se abriam quando olhávamos pela primeira vez...



abrir de par em par... braços que servem para abraçar... linhas que caminhamos... e letras... tantas letras secretas de músicas que sempre inventamos...

agora quais ecos sonoros nestes lugares virtuais... antes risos bem prezados... de mão dada traçados... pelos caminhos que trilhamos entre os verdes mais simples e iguais... 

florestas de árvores humildes... e ecos de passos simples, que jamais nos vão assustar... 

e no coração o tempo fazendo sentido... e à volta descrita a palavra amigo... abeirando sempre sem se perguntar... 

chegando sempre antes de se anunciar... esticando um pouco o ser a passar para ver mais no olhar:


universos dessa intimidade que se partilhava na cercania... cosmos viventes quando entre tantas gentes a tua voz assim ouvia e nos unia... e sabia distinguir a alegria entre tanta melodia afim...

agora qual uma estrela pequenina, quanto mais sozinha na noite mais brilha, por não se ver estrelas como a tua assim... ainda em mim...

...ora a pairar sobre os seres humanos, a serem reflexo por entre os rios e lagos... a se deixar estar num qualquer lugar... 

na névoa de uma manhãzinha sempre fina... qual cortina feita à mão... pintada com cores garridas que refletem ecos de todos os dias e celebradas sempre perto do coração... 

...quem as via nos ecos da tardinha, quando voltava a ver o que não se tinha... apenas cuidar o tempo e lugar para se voltar...

...a sonhar qualquer ser simples sonharia... poder estar assim um dia... e repetir sem mais o bem querer... e assim anunciar espelhados... os olhares por todos os lados... já não mais fugidios - fixados - sem terem tempo a perder... 

...ora algo a temer...

nesses lugares aonde o som dos altares de cinza e betão, refletiam as gargalhadas das crianças aninhadas por aqui e além... sempre emoção... que era singela, que não corroía, poisava à janela... 

a ver o tempo germinar... e quando ria... a idade sem tempo reconhecia, a mesma humanidade por aqui e além a acontecer...





espírito da cidade, coração e humanidade II - virtuais



o coração da cidade lateja

o ser humano almeja

e a comunidade sonha


qual ir e voltar

a paraísos etéreos

aonde já não tão sérios

deixamos as máscaras voar

encontramos fundamento e voltamos a renascer

e nas asas do vento, recuperamos alento para acreditar


e nesse exercício 

jamais programado, 

por tudo e em todo o lado

ouvimos e vemos o ser humano 

de novo a voltar a crer...


nessa tua humanidade jaz a minha

nessa tua verdade assim cresce

esta melodia que ressoa triste

entre a voz que anoitece sem querer


e na vontade ainda aninha

essa nossa sorridente criança

sendo sempre a que definha

volta sempre para nos perder


do que pensamos ser

do que nos prende ao se prender

do que nos faz voltar a errar

nem a linha nem a aresta nem o livro nem tudo o que se apresta

a se deixar tomar, com algo de realidade, sentido comum e verdade


sonhar que estas aqui, que estes milhões de humanidades também sorriem por ti

que nestas melodias sem pares, também estás ali, 

aonde se juntam dois ou três em teu nome


sem o saber de cor qual ser que some, voltas uma e outra vez

é a tua simplicidade, o que é mais vivo sem ter rosto ou idade

é o teu jeito de estar sempre ai, quando lês palavras sem rosto


quando dás cor e luz ao meu sentido tosco

quando iluminas poesias, 

e abres veredas aonde se não viam

e ficas mais perto na lonjania... 


és tu que me fazes voltar

a crer, a erguer, a creditar e sonhar

e se não estivéssemos ébrios desta solidão

se não estivéssemos a cantar e dançar ao mesmo som

tantas rimas perdidas, tantas palavras vazias, tantas linhas expeditas

e gestos técnicos que não ditas, ficariam aqui por demais...

 

este espaço, por entre todos os virtuais

é para ti que sonhas e não sentes seres a mais

espírito da cidade... coração e humanidade I



se cuidar é dar de nós

humanidade de não estar sós


se ensinar 

fosse seguir a voz da verdade


nesse padrão de felicidade

e o coração assim a preservar


e se o tempo que dedicamos

uns aos outros sem ser escravos

das agulhas do tempo já marcado

velho e esfarrapado

e assim voltar a sonhar 


vivificar todo o momento

dar de nós o que levamos por dentro 

e já mais não ter medo de errar...


coragens de outros instantes

heróis amigos e amantes

ou simples seres humanos 

a caminhar em seu vagar


seres de Domingo, apenas

quando a bem ou mal ou duras cenas

há sempre algum pássaro a voar:


uma folha garrida a pairar

uma brisa na areia a desenhar

um olhar iluminado em todo o lado


um ser humano espelhado

um recanto sonhado

uma melodia que jamais se tenha cantado


um poema sem ter tema... a jorrar

do peito... bem aberto

desse nosso terno sentimento


esse que se faz querer entre os beirais

e linhas de cores garridas

e esplanadas nem cheias nem vazias

e avenidas deste correr...

poesia dos simples



chegando mais perto

passo a passo

por dentro

palavra a palavra

sempre atento

a esse peito que por dentro se abra:

para a humanidade voltar a mostrar


e nessa estrela luzidia

nessa linha que prenuncia o dia

ver alvoradas a voltar

e no caminho, jamais sozinho

esperar que a tua vontade

seja qual a minha verdade

e se possam voltar a encontrar

chegando a casa - promessa desse ser que não passa




a quem interessa

se pensar depressa

e num poema qualquer

disser algo semelhante

uma frase inquietante

que nos ponha a reconhecer


um segundo perdido, uma palavra de um velho amigo

assim deixada para atrás, um momento sem idade

sem estar sedento na cidade, desse licor de humanidade

que se bebia campos afora, que se perdia ao se ir embora

e que ainda flui qual coisa sem se ver, 

qual um algo a adquirir sem se deter:


a pensar, que tempo é qualidade

que a vida tem vontade

e que humanidade traz verdade

se não se mentir pelo que se faz


encontrar recantos sem estarem vedados

olhar nos olhos sem estarmos fardados

a representar, palavras desta oficialidade

em nome da profissionalidade

nos levando longe demais...


uns dos outros, sempre outros sempre a desconhecer

e ver o rosto ferido, desse ser que também digo

esse que vai aonde nada maia há


quando o ser querido era simples

viemos para voltar a encontrar

o tempo para se ter tempo 

para se saudar e ser saudado

olhar nos olhos sem mais cuidado, 

e erguer a mão... para acariciar:


veredas sonhadas faces mostradas e sempre algo novo a se comentar

que nós sendo pequenos, contávamos tantos segredos que até os devanceiros

que eram dos últimos os primeiros, ficavam com sede no olhar a arder


desse reconhecimento, que se ganhava sem querer

desse ser simples por dentro, criança a renascer;


e não mais ser fábricas ambulantes, produzindo por instantes

produtos sem mais, que ser humanidade era ser em verdade

para todo o ser que, em comunidade, encontrava a felicidade

no simples, ainda plantada, estava a semente da virtude sem jamais ser semeada

apenas seres simples, sem mais tantas penas deixadas, asas de sonho espelhadas

ao ver nascer o sol, ao sentir o rouxinol a voltar a cantar, ao ver a luz de uma candeia

a cintilar, mil e uma estrelas acesas nesse lugar a nos inspirar, e nessas risadas singelas

que transpareciam cortinas e janelas e chegavam às ruas sempre cheias, desse algo a passar


umas vezes um rosto de amizade, umas outras um ser sem idade, 

outras tantas, tantas e tantas vontades!...

à volta da fogueira sem sequer imaginar 


que o calor dessa verdade 

fosse tão simples de se acender 

e no peito amigo voltar a pegar


espera! dança comigo

nessa melodia que já não sigo

por estar sempre a correr!...


para alguém que ainda queira entender, rostos da vida e do bem querer



quando tudo parece falhar

e não há alguém com quem falar

e parece que nada vale a pena

que a coragem se torna pequena


que tal descrever para quem seja

esse poema que por dentro almeja

essa nostalgia pelo renascer do dia


nessa noite qualquer 

tempo no que a sombra 

parece se estender...


e esperar, que a esperança seja verdade

que apareça num qualquer rosto sem idade

entre tantos seres humanos ao teu lado

não pode o calor humano ficar velado

por labirintos desse outro ser e fazer


realidades que se deixa por dentro

qual a melodia feita num lamento

como algo que se desdobra... 

aí aonde o tempo não sobra...


até voltar a inspirar, sonhos de felicidade

por entre as ruas molhadas desta cidade...

rostos sempre velados;

pelas máscaras tapados


rostos desse saber sorrir

para todos os passos dados, 

em tantas direções espalhados

e voltar a encontrar ecos passados

desses corações cheios quando abraçados


que desdobravam o tempo

nos aqueciam por dentro...

davam sentido ao sentimento

e anunciavam futuros originais


quando nos abeirávamos

instantes sempre perto

quando nos olhávamos

e falávamos de tudo o incerto


e juntos espelhávamos vontades

rostos sem terem tempo medido

sempre na vontade do encontrar

o que nos era sempre querido...


um recanto sereno, 

um instante ameno

um fruto do futuro a se plantar...


juntos! ...livres... serenos

como quando pequenos...


sós; nós, no sono profundo

desse tempo de vazio

nesse mundo perdido

não ai há já mais lugar:


voltaremos, se assim queremos

aonde o tempo jorra de novo

para nos vivificar; e o sentido

é contigo e comigo, 

de novo a nos mostrar

em tudo o que ouço e que digo, 

assim a escorrer por ti e por mim afora

para se voltar a acreditar... 

sem ter de ir embora

para mais nenhum lugar...

quarta-feira, novembro 25, 2020

Melodia II

 letras sempre vivas se fores tu a olhar

pois entendes o peregrino ser migrante

que tem qual o sino o dom de dar e voltar a dar

voltas da vida pendente no gesto da vida corrente

que nos assegura e sempre dura, nos leva a querer voar

outras vezes nos afaga, além do frio que esmaga, 

carícias de abraços sustenidos 

entre melodias de bemóis...

gestos por entre suspiros... sempre vivos...

ecos de palavras de afeição a se partilhar...


coração que se quebra e despedaça, por cada olhar no que passa, sem encontrar o olhar de irmão

coração que sendo vivente, pertence a tanta gente, que não cabe bem em nós

coração que de ter coragem, navegaria na boa aragem e estaria ali onde fosse

feliz por vontade, num rosto sem idade, num lugar sempre ao sol...

chuvarada bizarra, lugar este que nos amarra e barcas sempre à espera de voltar a vogar

para outras paragens nestas miragens que nos cegam e toldam o olhar...

o sonho é verdade, olhar sem tempo a claridade, ver os olhos a de novo a brilhar

sinal secreto, sempre discreto, de que se está a voltar a acreditar... em ti... em mim...


em regressar

melodias I



ainda não, ainda não me esqueci...

de nós e do sonho ainda não desisti

olho quem passa despreocupado, 

encontrar-me sempre perto de ti:

tu e eu lado a lado, abraçados pelo sonho ainda velado

no calor dos recreios,  por entre os túneis vedados

olho os passeios sempre cheios do teu rosto amado...


voltar nessa melodia bizarra, vagar de ser a voar...

no olhar as flores que sempre agarro para as levar;

na luz da presença, por essa cidade que pensa:

 

em casa, nesse lar, 

lugar que não passa... 

nesse calor a se partilhar


estás sempre presente,

és aqui realmente 

dás luz ao ser a voltar:


mesmo lugar nesta vidraça bafejada,

num dia qualquer entre tudo e nada, 

nesse meio termo que berra por ser mais


nessas linhas desenhadas...

pelas palavras bem amadas 

das poesias escondidas

melodias sempre vivas

que guardei para te contar...

frutos futuros neste presente serão



ecos pressentidos das ruas e lugares vazios, esquecidos do querer

ao sair no pavimento molhado, olhar por todo o lado, o reflexo desse saber

que renova a idade, que nos faz rir sem vontade, que nos põe de novo a olhar 

tudo e todos num outro ser a passar, numa nova face a corar, numa praça a pintar

cores garridas, melodia de todos os dias, risada que levamos por dentro ainda por revelar;


antes pintura deserta, tela cheia de nada, olhar que se aperta para ver bem a estrada

o caminhar entre curvas discretas, deixar atrás todas as rectas para ver o horizonte a se elevar

cheio de florestas ainda por se caminhar, pleno de mistérios por desvendar, poesias e histórias a partilhar


querer que nos abre de par em par, dar de nós tudo sem deixar nada para se guardar

ir de porta em porta e tocar sem querer, esperar a resposta que nos abra janelas para o ser

e humanidades, tantas! nos ecos da luz da cidade exata, música e eternidade sempre incauta

que se desprende de um olhar qualquer, que se depreende no rosto cansado de um ser mascarado de homem ou mulher...

poesia por querer, ainda por editar



livre entre o tempo, fiel ao fundamento, de correr sem sair do lugar e ver, horas pendentes, montes de gente e o segredo desse livre ser a cantar... recanto qualquer, história de mais querer, viver e sorrir sem ter uma razão parar e rir mais... entre tantos encantos, sentimentos e regatos a pairar nas avenidas cheias, floridas de laços e tiaras enfeitadas pelas luzes mais simples e raras, pelos recantos encontrar surpreendidas as secretas curvas das rectas avenidas nesse algo que nos faz exultar... desprender olhares garridos, por entre os seres queridos que se viam antes de o ser, agora reconhecidos pela luz terna desse desviver, que nos abraça entre a praça, que nos eleva na brisa serena que passa, que nos manda porta afora e que leva o lar para já mais não voltar... a ir embora;

poesia ordenada



e de novo o descrever,

o que te diga a vontade

voz interior sem idade

cada vez mais a sonhar


poemas nesse dia... diferente...

caminhos entre tilhos de gente

começar o dia bem devagar

passo a passo levantar o olhar


e levar as asas do sonho

ali onde tudo é medonho

plantando veredas de encantar:


encontro entre o que se procura

no tempo ali onde tudo perdura

ventura de ser livre para inventar

a melodia de não mais terminar;


um dia crer e dizer sem temer que se quer encontrar

outro dia ir embora, sair pela porta fora e regressar:

rever horizontes jamais desenhados, 

locais de sonho assim... sempre amados...


nesse ser dentro da cidade 

tanto passar sem notar, 

vida cheia de encantos

jardins ternos a germinar;


até caminhar de novo, com passos de gigante;

ser criança de existência eterna bem renovada 

indo pela avenida fora qual vereda mais amada


eternidades escondidas na luz de cada instante

ver a via aberta à tua frente, semente a germinar:


águas vivas, gentes viventes, veredas iluminadas

passos por entre locais que não eram mais nada:


pessoas na rua, 

a passarem a estrada, 

aventuras da vida renovada

 

nesse dia - sem mais: 

palete de cores garridas 

entre cinzas de vidas 

agora quais andorinhas 

por entre os beirais


rodopiar entre a brisa

encontrar a premissa

de assentir sem querer 

a uma pessoa qualquer

caminhando despertos 

de rostos abertos

uma outra vez...


ecos de carnavais de cores garridas;

entre as máscaras pela vida vencidas

terça-feira, novembro 24, 2020

poesias que sempre dizias... sem as saber ler





poemas no deserto

aonde crescem

por ti adentro... 

flores de Inverno

esperando nascer

na forma humana

que nos irmana...

Homem e Mulher

poemas entretecidos... vivos



estradas trilhadas por outros sons a passar...

ecos de passos que estão a partir e chegar...


e nesse vidro rasgado, nesse gelo riscado... 

escrever letras latentes de amor, 

odes sonoras ao se compôr...

em poesias

palavras vivas!...

temas de sempre

gestos de todos os dias


na mente ainda sendo:

qual a alegria e o amor...


vivos e enamorados

espelhados e espalhados

por todos os lados...


desse teu ser 

ao meu querer;


anunciados...


elevados por essa nossa nossa voz a nascer...

em bel canto entretanto encanto a condizer:


inspirados assim... 

alucinados

levar a mensagem 

sempre 

a mais e mais gentes...

 

as que poisam coerentes

nos seus nichos vazios

nos seus frios despidos

de nós e do nosso querer


nessa terna idade...

eterna... sem mais 

- sempre incerta...


que aparece sem querer e voga ali aonde há luz a nascer 

e dia sempre dia, qual no mais escondido ser a encontrar...

nessa nossa melodia que ainda nos faz rir e acreditar, 

e no adormecer do segredo... desse viver... devagar


estrela perdida,

melodia escondida,

letra viva clamando

nesse sorriso velando 

por encontrar sempre a teu lado 

esse conforto desse nosso lugar:


no que lês sem contar as palavras, 

no que sorris sem encontrar entraves

no que partilhas alegrias serenas...

portas abertas, lugares sem chaves -

 

gargalhadas antigas nesses teus dias

saudade feliz que sempre nos liga...


ali aonde ainda se eleva 

essa chama que a tudo chega

a que nos entretece... 

e aquece...

e não queima...


diria o poeta que é qual fogo que arde sem se ver:

na luz do teu olhar iluminado, num canto enlevado

num bulir entre a gente sem sentir o peso coerente 


ser alado lado a lado



quando a preocupação bater à porta

quando o desassossego 

aparecer qual tudo o que importa...

ouvir ecos de asas a voar...

vogar cidade afora e sonhar!


encher pulmões e cantar

desenhar novos poemas no ar

esperar que a resposta mais simples

apareça, no conselho amigo do qual aconteça


ouvir o coração a falar, 

qual voz no silêncio 

a descender... devagar

e dar tempo, pausar, 

para que o ser alado

que te tem inspirado

esteja lado a lado: 

contigo a caminhar...


procurares


quando o coração doer...

vai ao teu lugar escolhido


aonde ainda esteja um amigo

procura conselho de verdade


encontra o que esconde a cidade


o trilho que leva aonde sonhavas

lugares antigos onde antes andavas...


encontros escondidos, gentes novas

as coisas singelas das antigas trovas...


procurando te elevar, cada vez mais alto

até encontrar, o teu lugar sem sobressalto


e nessa rima sempre viva,

nesse ser a chegar;

vais estando cada vez mais perto 

do teu verdadeiro lugar;

segunda-feira, novembro 23, 2020

abraços...


e neste cansaço... 

desabar nesse abraço... 

e voltar a sonhar...

nessa terra prometida,

nessa tela ainda vazia: 

despertar em ti um dia

aves sobre nós a voar,

asas dessa fantasia

...do querer... 

se... 

r... 

e... encontrar...




sonhos: bem(s) reais




pairar... mais um sonho, mais uma vontade, mais humanidade para se poder voltar;

a casa, quem diria? que o renascer fosse esperado, encortinado no fim de um dia...

o abeirar, desse saber fazer, entre tantos que se desfazem e outros tantos a se erguer

devagar... no fim da azáfama... voltar por entre ruas, avenidas e praças... e chegar...

ali aonde nada mais espera... o sentir sentido de quem encontrou e já não desespera;

quando as melodias se entrelaçam - olhares que abraçam

olhar olhos nos olhos... 

encontrar de sonhos... 

ainda sendo dispersos... 

procurando despontar...


alguma verdade, 

amizades...

mão em mão:


qual abraço -

que se entrega

em cada opção...


estando presentes

nesse viver realmente

que envolve e humaniza

nos faz gente e suaviza:

a dureza desse outro ser

quem corre e discorre

no ritmo vazio de querer

ao som das folhas a pairar na brisa





num local... pequeno...

entre cidade de imensidões

onde convergem crianças e estátuas gigantes

entre as ramagens dos arvoredos das multidões


folhas... sedentes... 

balançando ao vento... 

vogando e pairando quais aviões...


desse papel ainda por preencher:

páginas em branco do meu querer;


vogando na brisa, 

indigente até poisar

nesse rosto qual carícia

sopro desse saber amar

nessas mãos, a repousar

nesse sol pôr 

entre o doirado 

folhas desse saber estar

presente acompassado;


outonos discretos que os vêm a passar,

risos novos que nos despertam o olhar...

domingo, novembro 22, 2020

...cuidares...


luzes sempre acesas

qual vê-las sempre à mesa


cidades que não dormem

turnos sempre a cuidar...

desses recantos - enormes

onde vivem tant@s

sem serem demais...


e nos destinos entrelaçados...

tênues laços unem seus fados;


somos qual bem se quiser...

umas vezes empoderados

outras qual coisa qualquer...


e no sonho, um abraço ilumina

a mão em mão reanima...

o olhar sereno prenuncia confiar

o estar perto 

ainda longe

faz o Ser

regressar


pequenas gotas de humanidade

nesta chuva sem se esperar...

pequenos gestos de verdade

aonde a cidade diz que é mais...


ai aonde me lês, descansa

o ser que eras, o ser criança...

ali aonde ainda te espero:

lume do lugar mais belo,

ainda há tempo sem contar

damos contas à vida...

que nos foi dada a cuidar;

das aldeias virtuais... às cidades bem reais



pelas estradas jamais traçadas

pelos caminhos desse ser a andar

pelos vales e montes amadas

pela luz serena no teu olhar...


por ti que nunca soubeste

ver e viver devagar...

chegar no sol pôr...

por ser forma de se chegar


pelos lugares aonde ainda se reuniam...

para celebrar de tudo ou nada o que bem sentiam...


pelos tantos 

que eram poucos 

para a grande mansarda...

imensos sem serem demais...


que seres de humanidades estreitas

quais os lugares nos que espreitas 

vendo aonde ainda eram a ser...


estórias de fantasia ou imaginação...

agora terrenos vazios por falta de vós...


melodias de encontro 

fosse ao sol ou luar...

gentes que se perdiam, 

sem jamais perder seu lugar...


aonde o amor de humanidade

esse eco sem ter medida...

nem tempo marcado

nem do lar nostalgia...


se bem se conheciam

aldeias pequenas

cheias de gente

se bem se sabia, 

qual o destino 

de não se temer

igualmente...


agora o teu nome

já mais não tenha sentido

quando a voz de outrora

dava o nome de um já nascido...


futuro abençoado

grito de humanidade por todo o lado

ave das cinzas a renascer

procurar pelos caminhos perdidos

à procura desse ser Homem ou Mulher


quem se sabia assim - sem mais -

entre as inquietações mais bizarras

que nos prendem às coisas banais...




era uma vez na ponta da Europa




aonde os montes e vales

aonde os pequenos regatos

aonde os lugares discretos

aonde tua mão na minha poisava

aonde foi a simplicidade de se ser...



...humanidade...



aonde as aldeias bem cheias, 

de tudo o que valha a pena esperar

sem mais imagens de virtualidade, 

virtude de quem se manteve original...




aonde assentir e viver sem idade, 

no olhar a faísca que revela a verdade

tu davas-me a mão - era por sempre, 

eu dava a mão e era a fraternidade...


aonde a comunidade, 

ser comum perspicaz

ser honesto em sinceridade...

garantia que de tudo eras bem... capaz...



sem provas e auditorias que velassem mãos vazias

desse dar a mão, dessa força na fragilidade... 

desse amor perdido... para sempre... sem idade...






o teu lugar...


se dos teus braços abertos soubesse

se o teu olhar o meu visse e entendesse

se dos ecos de maravilha ouvisse

a melodia do teu sentir o meu sentisse


e se de tantos fossemos poucos - unidos

entre-tantos nos tempos jamais vazios...


lugares de sempre aonde sempre encontrar

uma voz eloquente que fale simples qual andar

lado a lado, aonde quer que fosse o teu ser...

estaríamos encontrados pelo facto de viver...


e do olhar, um sol pôr, poisados...

quais seres alados depois de voar

num lugar sempre novo,

sempre nosso;

sempre lar...

asas de sonho, coração de mar...



de um a outro lado, vago

em um ou outro emprego, cedo

e a alegria do fim do dia, dispenso

e o chegar ao lar sem abraço a reencontrar...


os momentos ocupados, por assuntos de distancia social...

lugares bem amados, transformados em outros para aprender a amar...

nostalgia do ser de fado, eco de comunidades separadas, migrar para todo o lado

destino que nos une e embala, vagas do mar escuro por sempre trespassadas... 

ecos de outras vidas nas minhas melodias, ecos de povo que nunca deixamos de ser, 

ecos das festas de outrora - fantasia dos lugares quentes onde jamais se perder...

lugar ao sol



se gostava, que neste nosso caminho

betão mascarado, estrada para outro lado

tu estivesses aqui, em tudo o que vejo... 


...em mim;


essa alegria do regressar, 

essa melancolia ao partir devagar;

esse ser sem sentido que vivo a procurar... 

esse testemunho esquecido a reencontrar;


tantas possibilidades, tantos seres que se encontram nestas cidades!

e nós, gentes simples, lançados à procura dessas realidades... 

...saudades:


do tempo em que tudo era bem mais simples: uma ocupação que nos preencha...

um tempo para ser preenchido por nós e tudo o que já se pensa, antes ser querido entre vós...


migrar e sentir que levamos tudo cá dentro

procurar, o lugar e o tempo... para se voltar...


a ser qual felicidade, 

a sentir esperança

sem tempo ou idade;


e acreditar, que cada alegria,

leva mais perto do despertar:

um dia, uma nova alvorada, 

um olhar fixo em mim - 

mais nenhuma outra morada;

sábado, novembro 21, 2020

um poema qualquer... basta olhar e escolher...

para quem estarei a escrever?

será um amor... qual... quer?...
será a verdade para amig@s sem idade?
será por dar sem esperar mais nada?
será que a magia está num coração de fad@?
ou o destino - aberto e inesperado:
se encontra no final da linha
quando a rima leva ao ser passado...
de mão em mão... crianças somos
sempre jovens no teu coração
um todo...

teus olhos jardins da cidade maior - eco desse Ser interior



entre portas abertas e mesas vazias...

reencontros a horas certas... 

se os olhares se cruzam nas despedidas;


e esse saber de cumplicidade

que irmana neste labirinto no coração da cidade

algo mais vivo e ardente;

algo que caminha no ser de ser gente...


simples ao se ver no olhar...

humanidade se nos deixar:

eco das horas por ser preenchidas

ruas e as avenidas por percorrer...

Ser que ignora ainda ser criança...

humanidade vestida de homem ou mulher


o teu poema... sempre no nosso tema



poesias de horas cheias

imagens de melodias

com letras qual colcheias


e ao chegar o ocaso...

sem ser por acaso

preencher esta carta

descrita para ti...


expedita de ser e encanto

fechada em envelope de ser tanto

e entregue mão em mão... assim;


lançar palavras no vento

plantar num lugar - sentimento

esse tal balcão aonde te abeiras

esse tal coração do que jorram... a meias:


por este ser espelhadas

pelo teu querer reveladas


e em cada nova leitura

uma nova conclusão...

reticências reclusas

deste ser qual irmão


e se a fraterna palavra

fosse de venda em venda pregada

ali aonde se anunciam pregões e mais nada...


assim estaríamos cegos para a reviver

pois jorra de aonde também nasce o ser


seguir assim... entretanto...

dando um pedaço de mim em cada canto;


e nos ecos que fazemos... ao se ler

os versos têm em si o dom de condizer

a luz do nosso olhar




percorrer as avenidas

cheias de gente... vazias

desse sentido que há em ti

desse ser que - perdido 

- procura o lugar em mim


encontrar, um jardim de gente

aonde se poder abeirar

água viva, fruto ardente

aonde se comungar...


de ser e estar

entre emoções ou águas

a fluírem assim devagar

para que as vejas, 

espelhadas...


no teu rosto 

nas tuas pupilas 

...iluminadas...


um riso, um gesto de calor

uma aproximar de humanidade

neste clima que conta a cidade


Inverno parecendo...

mas quente 

por dentro;


calor de humanidade

um algo que se leva 

ai aonde esteja a vontade;




estrela polar


uma réstia de esperança

numa noite escura...

uma estrela fixa 

aonde tudo muda...


ver o teu olhar iluminado

por estar lado a lado...

saber que no caminho

não se caminha sozinho


olhar esta imensidão cadente

metrópole que nunca dorme...

ouvir cantar sereno entre a gente 

essa verdade, sempre forte...


sentindo que há um sentido...

dando tudo por vê-lo cumprido...


ouvir amigos por perto...

um passo que se faça certo


frases pequenas para gente grande

palavras apenas para ser gigante...



possa ser assim - esperanças



soletradas... as palavras perdem graça

a poesia rima, chega e entrelaça... 

desde esse coração que a lê e entende...

saltita ao som de uma melodia cadente


está entre tudo e por entre toda a gente...


quando damos um simples abraço 

de humanidade sempre quente! 

quando sonhamos realmente...

cremos, nos unimos e vamos em frente!

sexta-feira, novembro 20, 2020

p rosa a rim@ r



sei que hoje é difícil seguir linhas a mais... que nos temas que ateamos nestes ecrãs virtuais teríamos de respeitar o marketing das empresas que nos vendem os mesmos temas que partilhamos... humanidades que se desprendem, sonhos que se perdem nestas avenidas, ninhos simples que se tornam guaridas e pequenas obras de mestria entre a tela sempre vazia...

se chegasse, se uma fotografia falasse, porquê escrever sempre mais? se os rios de tinta espessa brotassem a jorros no que se pensa para quê vos esforçais? poesias dos nossos dias que se penduram sempre mais, prosas serenas e discretas entre técnicas e poemas das tecnologias digitais... criamos gaiolas rosadas para pendurar risadas entre seres iguais...

e isolados, lado a lado, colocados por entre o entramado de ruas e beirais, destas cidades de letras capitais, entre tantas melodias, outrora esguias que se engrandecem sempre mais... e sonhamos e cremos que nos abeiramos quando nos vemos nem nos olhamos e quando estamos parecemos que já não há jamais... que ver e descobrir na humanidade, no estar perto sem tempo e sem idade, comportamentos sempre grupais...

crianças educadas em casas quadradas, adultos às voltas nas esplanadas e seres de idade vagando sem vontade... quadrados entre linhas planificadas aonde as letras entrelaçadas das humanidades já não parecem ter valores iguais...

e o tempo ser qualidade, marca mais a vontade que tudo o demais... preencher de mim este grito, exato pertinente expedito, lançado qual cápsula espacial ao espaço sideral esperando encontrar vida aonde nada mais havia a não ser estrelas e constelações siderais...

e nessa terra prometida, por ora ainda vazia, esperamos plantar - um laivo de esperança para todo ser criança que ouse se abeirar... desse ser recatado, que passa ao nosso lado, à procura de ser qual os demais... e nessa esperança velada - entre o tudo e o nada - berrar! e lançar num milionésimo do segundo o que está neste meu mundo, para os corações vivenciais...

e esperar... uma resposta - originais - que regressem de outras vozes que fujam dos seus algozes e nos elevem a par, que sejamos mais que um, que dos medos tenhamos nenhum e dos sonhos algo no que repousar... se desse abraço em cada espaço nos reconhecesse alguém - milhões! são milhões de corações palpitantes percorrendo cada instante e nenhum se encontra aonde já há mais?!? estranha sensibilidade de um tempo sem idade aonde a ida não tem volta e ao voltar da esquina se encontra o mesmo olhar...

ecrãs, que se levam, no bolso das calças e nos formatam ao seu tamanho singular, cortamos pedaços para entrar nesses abraços virtuais... marcamos tempos nas agendas sempre iguais, esperamos que a tela colorida nos ensine a colorir - enquanto a humanidade vazia se desfaz ao se esvair...

somos o cheiro a presença a humanidade desse gesto de eternidade que nos levou ao extremo da expansão, do nada voltamos ao tudo, sem camisa, sem mais sobretudo do que um abraço qualquer...

esquecemos depressa essa serenidade, deixamos de dar prioridade e escolhemos uma coisa sem querer, uma voz de sereia sempre na maré cheia, levando aos rochedos de praias esquecidas num mapa sem marcar... esperamos que essa longevidade nos devolva a salubridade que esta juventude deixou para atrás... e entre o sonho e a realidade a linha que nos pauta a vontade parece recuar cada vez mais...

assim fica expressa a vontade de quem meça esta humanidade a berrar, e entre canais e escolhas ficamos nas escolas do tempo virtual, realidades relativas que para uns são vidas e para outros apenas perspectivas deste novo querer... uma coisa qualquer melhor do que a anterior...

iron ias



agradeceria, cometários sobre a nostalgia...

neste esperar, fazer-se algo útil 

entre a arte subtil do rimar...


como um nascer do dia:

lançar pontes sobre o desespero,

para ver a luz do teu olhar de segredo

pintada sobre a estrada pavimentada 

a sorrir e assentir, sem mais nada...


alvorada... 


a sorrir, quem sabe...

assentir sem tempo nem idade

quiçá a ver além do ser real:


o escrever sonhos indiferentes

por entre as melodias 

e os dons de gentes

que aqui pairam pelos beirais;


palavras sempre veladas


letras sempre a mais...


e doces sentidos,

para sempre vivos, 

por entre os temporais;


destas sombras nas avenidas

quando se recolhe a luz dos dias

e as horas se tornam invernais...


rimar quais obras primas... 

frases às que aspiras 

entre olhares sempre iguais...


desencadear de fantasias...

quando os temas que dizias 

eram os meus breves finais...


por entre reticencias das belas ciências sociais, 

estar perto na distância que nos gela os ideais;



 

de Vénus aM@rte


ao descobrir cada poema numa linha seguida dentro de uma cidade qualquer...

e entrar de investida, sem aviso prévio nem guarida, para seguir os teus ideais...

e ver que cada tema tinha uma sequela escondida esperando o teu ser de Mulher...

passear pelas guaridas das ruas e avenidas pare se ver, cuidar, assim mais os animais...


e nesse Homem perdido, entre tanto ser escondido, que espera uma esperança para renascer

voltar a crer no ninho, neste lugar - sempre sozinho - neste entramado aonde ainda as vemos iguais

a estrela cadente, nesse horizonte - a mais quente - a que anima poentes sem velar, a que te levanta na madrugada quando se apagam as demais...

solstícios - palavras ao vento sobre o sentimento



nesse teu olhar, a olhar o meu...

nesse teu sentir, a viver o céu...

nesse teu querer, avivar sem mais


luz do horizonte, 

linha terna que nos une, 

promessa de um novo amanhã...


aonde se elevam as trevas quando tudo o que temas seja realidade sem fim

quando o nascer do dia seria nova alegria para ti e para mim... se chegasses

aqui... a este recanto, a este poema sem encanto, 

a esta letra sem melodia para se poder c@ntar...

palavras ao vento,

sobre o sentimento

nesse algo que chamamos amar

a sós, só nós...



a sós, nessa imensa borbulha que flutua por entre os laivos de solidão

sempre nós, ess@s que se encontram por entre laços sem voz...


e nessas telas - ecrã palpitante, 

fazer surgir a emoção de um instante;


palavras a mais, sons entrelaçados, 

os mesmos versos de outros fados:


destinos que são sempre unidos, 

jamais separados, pela imensidão...


mens@gem

 



esperar... que me leias...

que nestas páginas cheias

possa haver espaço para mais

palavras de sonho e ideais...


reencontrar, rumo entre vagas de gente a caminhar

descobrir, plantas e mundos de sonho por colorir

partilhar, a luz da tua presença o silencio no teu olhar

e ir, para aonde ainda exista tempo para se unir...


sentir, essa maré eterna sempre a subir

vogar, no imenso imaginário e voltar

a crer, a estar, a viver no esperar...


e assentir... sem mais nada;

dizer sim em cada curva da estrada


pensar que estás em cada dedada neste poema

e em cada melodia desse teu imenso tema...


ouvir, as tuas peugadas ao chegar...

e sentir que este coração volta a acelerar...


se me lês qual por terra adentro

qual ria desse oceano sem fim...

se ouves os versos, 

palavras partilhadas

por ti e por mim...

recriadas...

quinta-feira, novembro 19, 2020

por entre as marés



estar entre ondas de tormentas

e na pequena ilha aonde te aguentas

ver mais e mais ondas a passar


e essa barca incerta

que te leva pela porta aberta

e essa vontade de voltar

a crer, amar, sonhar...


remos perdidos, leme à deriva, velas roídas...

e as pessoas... a passear... 

entre as ondas das avenidas...


olhando sem te ver... 

quem te reconhece nesta maré?...

tantas gotas de água de humanidade... 

passando nas artérias cheias desta cidade...



acreditar

 



navegar neste mar de tormentas

e triunfar aonde parecia que tudo se perdia

encontrar uma luz na noite qual nascer do dia

e sonhar como antes esse amor que sempre condizia

quarta-feira, novembro 18, 2020

encontrar a luz no teu olhar



pontos de encontro a se encontrar

horas vagas para variar

locais com gentes diversas

tudo alinhado entre coisas adversas


se por uma vez resultasse

bater a uma porta

entrar, encontrar e ficar

se por uma vez resultasse...


mas nestes espaços vários

neste mudar de portas e armários

neste divagar - procura-se, 

experimenta-se 

e volta-se a tentar...


não há chão firme, nem porto seguro

o mais sólido que se encontra está ao pé do muro

da rua, da avenida a passar, 

num piscar dessas gentes

entre o verde e o vermelho a divagar...


e sinto tanta saudade

do meu sonho sem idade

e nesta imensa cidade

ir e voltar à vontade


e já mais não ver desencontros

se não olhares reconhecidos

onde antes havia apenas pessoas

que surgissem bons e verdadeiros amigos...


que enorme certeza;

entre montes de gente

encontrar abrigo, reconhecimento

não apenas um olhar ausente


e neste cantar sem questão

neste vagar com razão...

encontrar lugar

não só no que faço

assim também

no coração a passar...

na luz do teu olhar...

terça-feira, novembro 17, 2020

curvas sec retas



ir e voltar

e em cada nova vaga

o ser que não se para

recomeça a caminhar...


e vamos e vemos e voltamos

em cada espaço, em cada novo passo

um silêncio a desafiar... e em cada nova pisada

nesta via, nesta moderna estrada... seguir sem hesitar


pulsátil, ágil, volátil... qual o sonho que nos foi dado a cuidar

essa promessa de flor mais bela que se encontra à janela do nosso olhar

essa luz estranha que nos ilumina em cada novo instante desse ser humano inquietante...



esse ser efervescente que nasce e renasce entre a gente quando se junta para celebrar

esse algo efémero que se desprende qual um cabelo para vogar no sopro belo dessa vida a palpitar

e no cinzento escreve poemas ao vento e espalha pétalas de prosa entre azul e rosa...


essa inquietude que não nos larga mais, essa longitude sem medidas iguais

loucuras a horas incertas, por entre as certezas, sempre secretas

compassos sem linhas rectas... e réguas com riscos a mais...


e nessa explosão saborosa

nessa imensidão glamorosa

nesse momento... tu vais!...


descobres florestas abertas entre os beirais

encontras lumes acesos nas pedras dos locais

fazes festas quando não é tempo das tais...

e o tempo voga para lá seus segundos iguais...


in for ma (t) som os com put a dor @s





ao estar sentados

ao ficar cansados

calad@s...


tantas avenidas e jardins

tantas folhas... verdes e coloridas!

tantas gentes em vestes de cores garridas...


ao se olhar

no olhar cego

desse ser de credo

que olhamos sem hesitar

que nos revela telas sem fundo

e mundos por desvendar... e ao se levantar


caminhar de novo!

respirar, sem nada a restringir o sonhar...

e do entramado de suor e umidade

entrar num outro eco que diga humanidade;


nestas avenidas sem fim

colorir portas abertas

para ti e para mim...

verdades ainda incertas...


das conversas veladas

sobre um pouco de tudo e de nada

fazer avenidas férteis de cores iluminadas

de janelas abertas ao sonho infinito!

cantares das palavras no que não está tudo dito


e do carnaval nesta mascarada

olhar além do rosto e ver o tudo e o nada

a dançar... entre o poisar célere de pés investidos

de asas de sonhos outrora prometidos...


e nestas reclusas de informação

ver águas desses lugares

dessas outras idades

desses outros portos de navegação


paragens... imensas!...

não só o que dizem que pensas...


segunda-feira, novembro 16, 2020

nós ideais...




se gostava de te encontrar

se caísse a minha miragem no teu olhar...


se tantas possibilidades fossem ecos reais:

melodia secreta que nos faz procurar sempre mais


se desta condicionalidade encontrasse uma palavra simples

um eco sem noção de nação ou idade... um eco de verdade

um grito secreto que se pudesse cantar e ser musica serena

nesta forma de caminhar... 

marés de gentes...

tantos seres iguais;

e desde as nossas humanidades,

ficar à espera de outras realidades

que nos reunissem mais e mais!


neste canto de desespero, neste labirinto de medo

neste lugar... há sempre esperança para se voltar...


a começar... 

pela letra mais simples... 

"a" de "amar"...


e descobrir caminhos velados

que nos levem para outros lados

aonde o ser simples importa

e o amar não tem mais volta


aonde ainda existam

paraísos terrenais

e pessoas cheias

de humanidades a mais


e se ainda estamos

condicionados

pelos medos que nos vigiam

mascarados...


então abrir asas e voar

e no voo,

nesse trilho secreto

abraçar novos (e ternos) ideais...

poema migrante - primeira parte


quando se não entende

a linguagem da gente


quando tudo

parece obscuro

nem transparente

nem seguro


quando te apressas por chegar

e chegas e vais chegando...

a nenhum lugar;


quando te precipitas

uma gota neste oceano

e hesitas... por estar só


tu és a água

do rio diário

do mar que nos cerca

do oceano que nos inunda

desta humanidade jocunda


que é fértil em obra e pensar

e voa aonde não mais se pode chegar


nestas ruas de pavimento

e betão armado...


quando caminhamos sempre sós

mesmo estando tantos lado a lado


podíamos ser tu e eu

podíamos ser só nós...


podíamos assentir em silêncio

no mesmo olhar, na mesma voz

sábado, novembro 14, 2020

PARAÍSOS de pros per idade




paraísos perdidos, ecos resumidos

caminhando desde vários sentidos


artérias... imóveis;

sentidos... pobres;

itinerários que convergem

ai para aonde se olhar 

e não se depreendem...

é aprender a vogar

nesta onda chamada "lar"


gente aplaudindo, latejares sentindo

uma praça cheia, entre teia e teia

num entramado de suavidade

em cada eco que clama cidade!


instrumentos de percussão

que latejam ao mesmo som 

na melodia do dia a dia

ecos da melancolia...


esses passos meio abafados

trazendo sons de outros lados


praças desertas desse tempero

fazendo abafar o medo...


e no caminho entre ninho e ninho

ninguém está sozinho...


nesta floresta de quem ama e não se detesta

conhecemos... desconhecidos... 


estão nas ruadas sem princípio nem fim

estreitas beiradas abertas

em ti e em mim


ruas de escadarias certas

aonde só o céu não tem confim...

metros de gente




neste entramado coerente

neste fluxo entre gente

nestas portas sem janelas

abertas para vê-las...


neste local sem fim

nem final...

aonde as gentes

nem andam bem

nem passam mal


entre os sorrisos mais prezados

e saldos nesses outros lados...


nestas estátuas, vazias de vida...

gentes que procuram o nascer do dia


ecos de vida passageira...

por avenidas de outra maneira


sentado, lado a lado

sem nos olhar...

vemos horizontes pesados

que passam devagar


e lá ao longe

uma voz prenuncia

a paragem exata

desde onde

renasça o dia


H @j@ ou ver





Se penso, que houve tanto caminho para não se chegar...

Se vejo, uma a uma as imagens perdidas para te encontrar...


Se mostro, as chagas abertas neste vagar...

Se sinto, tanto deste mundo só dentro do meu olhar...


E, sem mais, deixo o presente erguido, num pedestal

Um verso escondido neste ser de cristal...


E pensar em esquecer... devagar... 

as paragens secretas que me ensinaste a pisar...


Até um dia, nesta noite que não quer terminar, 

nesta alvorada que ainda não nasceu 

em quem vejo por aqui a passar;


Reflexo escondido desse lugar

Onde tu e eu nos encontramos 

para bem celebrar...


Versos simples, palavras discretas, olhares transparentes, paragens secretas...


E voam anjos disfarçados, entre as florestas nas que me pensas...

E descarregam tempestades por entre estas planícies desertas...


Luz do teu ser, imagem do meu pensar, horizonte de linhas varadas

Barcas encontradas para voltar a navegar... 


E pontes! De vida! 

Essas que sempre nos uniam... 

Nesse terno e discreto palpitar;


Desde águas mais íntimas que se crescem ao se corar...

E nessa tela... entre branco e cetim, onde gostava de estar;

suavidades sem idades

que nos tocam assim...

A ti

(que me lês) 

e a mim

(sem fim)




Madrid



Os gostos, as texturas, as emoções e os montes de pedras tão belas... tão duras!

As gentes, no seu olhar, mergulho entre ondas e ondas que se repetem sem cessar!...


As ruas, exatas, as praças que neste vagar eterno 

reluzem como pratas... calor de inverno

Tão longe e com tanta vontade de se estar perto!


E o renascer,em cada dia alimentar esp'ranças e voltar a crer!

E o definhar, em cada momento no que a névoa cega o teu olhar...


Pontes que unem margens, sem rios para se parar...

docas secas... sem barcas... sem novas águas por onde se navegar...

Artérias pesadas de gentes que vogam ao som de um mesmo cantar

Coração de nação, entre tantos corações a palpitar!...

por entre o dia aparece a noite velada





Quando procuro, o teu olhar;

Quando caminho, por entre ruas e prédios...

Sombras erguidas sobre este meu ser... 

Ainda chão por pavimentar;


Quando não estás entre tanta gente!

E sinto que perco o meu lado coerente...


Quando te procuro e sei que te vou encontrar

essa força indiferente que não tem forma de parar...


E sempre, sempre encontro essa pendente

que há que subir sem cessar...

olhar o cume e imaginar

essa tua estrela a cintilar


para mim é noite, 

ou lusco-fusco do ideal!

quem sabe se será premente...

apenas esta vontade de te amar


e na noite a alvorada demora

a hora é senhora

e o amor não tem forma de entrar


e eu não paro de te chamar

perdido entre tanta cinza 

do que foram os sonhos 

que deixei de alimentar...