(V.N.Cerveira: aos Heroes de 1809)
"Heroes": porque as linhas de defesa foram comuns... e - independentemente dos tratados dos grandes e das conjuras dos menos grandes - foi o povo... e seu sentido de pátria, nação e honra - que suportou a investida e guardou a memória.
Ao meio dia se levanta... não sabe do dia, não sabe da hora, não sabe do mês...
Ou as coroas e os tratados que deram origem a pranto braVado em hino nacional que o povo fez, mutilado antes da guerra do nosso destino traçado contra o mundo que esses tais planearam em reuniões que ninguém quis .. ou, como se leva o humano à revelia a correr quando não queria, a combater quando ninguém assim diz...
Mudam-se os tempos, encobrem-se as estrelas: as verdadeiras - ficam firmes - esteios de virtude no tempo que se esvai... as outras: brilham fulgentes - fogos fátuos levando os viventes, navegantes deste grande mar - para os penedos rumorosos, disfarçados em cantos garbosos, por sereias tentadoras e contratos de compra-e-venda que deram quotas à terra, ao gado e ao Mar...
Celebremos o Segundo: centenário - lembrando que estas pedras... ocupando as praças por onde corremos... inertes... de nós mesmos (como diria pessoa "pés dormentes") traduzem vidas, sangue e gentes que nos doaram no eco dos tempos o que agora temos - e que tão fácilmente nos atrevemos a penhorar;
A Honra não se compra - não se vende; Não se reescreve na memória dos tempos: perdura na cerviz das gentes - nas atitudes e na forma desperta e coerente - como confrontam as dificuldades, como rejeitam o inimigo sorridente dando a mão de colarinho garboso, como abraçam o irmão que connosco sofre - mesmo de barba comprida e olhar lacrimoso...
É tempo de abraçar quem connosco "
suja os pés"...
Tu que me chamas "amigo"... mostra-me lá que o és...
Vem para a ceifa comigo...