Se me deixo
Nessa estrada sem findar
Entre o nevoeiro ancorada
Sem ninguém a passar
E nessa melodia
Esquecida
Que se ouve ao se deixar
Que os passos sirvam de guia
Ao caminho que estás a andar
E nesse trilho estreito
Para ti sempre a direito
No que te deixas levar
Entrar nessa outra fantasia
Sonho em pleno dia
Que se vai alargando
Assim te envolvendo
Abraçando o teu rumo
Espremendo esse teu sumo
De alegria
E de tristeza
Tua mais íntima natureza
que por dentro se cuida e preza
O mais suave dessa leveza
E as tormentas mais intensas
Que te possam trespassar
Lampejos desse relâmpago
Que vive no peito para despertar
O rumor desse trovão solitário
Que começa com o suave cantar
E faz vibrar o teu mundo diário
Até se encontrar
Esse compasso
Ao se caminhar
Entre esse fogo baço
Parecendo bafejado
Atravessar o espelho
Que se tenha contado
E dar brio às palavras
Com as que tão bem
se tenha amado
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