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sexta-feira, janeiro 29, 2021

A tua página em branco... esperando o teu canto...

 


Descobrir

Devagar

Essa essência em nós

A voltar

Essa impaciência

A se agitar

Esse mar de emoções

A se elevar

E levar aonde se puder encontrar

Esse eco que se esconde

Essa luz na tua fronte

A escorrer

A cintilar

Esse suor de se entregar

O que vai no ser

Devagar

Essa luzidia forma

De ser e estar

No silencio a vogar

Entre marés indiscretas

Entre ondas secretas

Entre os ventos

de eventos de encantar

 

E cantar essa melodia

Que ilumina

e da cor ao dia

pintar letras de fantasia

Nessa tela antes vazia

Dessa cor tão garrida

Que só tu

podes chegar

a ver nascer

Do teu ser, desse crer

Assim ao se mergulhar

 

Nesse oceano tão amplo

Nesse segredar num recanto

Versos ao luar

Nesse assim querer tanto

O voltar a se dar

Esse algo que se quer num canto

Num poema entre o entre-tanto

Nesse relance que viste

Sem te precatar

 

Esse sentimento

Que ouviste

Nessa harmonia no ar

 

Nesse tempo

Nesse lugar

Nesse sentido intenso

Nesse algo mais lento

Depois

Ao se saborear

 

Na página em branco

Sibilando

Areias do tempo

Se entregando

 

Nessa praia vazia

Nesse teu dia

A melodia que se foi escutando

E nessas palavras sussurradas

Assim em ti sendo plantadas

Para germinar

 

Em qualquer momento

Em qualquer lugar

No que te dispões

à tua vida entregar

 

Para que toda essa

 formosura

Essa candura

Essa leveza

Essa intima certeza

Venham ao de cima

Nessa estranha rima

E voltem a te encontrar

 

E nessa abraço de silêncio

Que se faz tão intenso

Voltar a murmurar

 

Ou assim dizer devagar

Ao deixar-se levar

 

Nessa maré sem fim

Esse algo dentro de mim

Em ti a se espelhar

 

Bafejado

Por esse alento

Intimo sustento

Que me tenhas dado

Ao to segredar…

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