pub

segunda-feira, janeiro 25, 2021

A folha enamorada

 



Se não fosse esta estranha mania

De escrever em poesia

Se estendesse os braços ao verso

E o fizesse mais extenso

Se incorporasse

Tudo o que sei e penso

Ao sentir intenso

Que por dentro clama

A ser levado

Partilhado

Entregue de coração aberto

Qual rio em pleno deserto

Deixando algo humedecido

Talvez o que sou

Talvez o que digo

Talvez o que sinto por dentro

ao ser renascido

Nesse estranho caminho

De se deixar levar

Pela harmonia

dessa simples melodia

Que se entretece sem cessar

 

E se imaginar chegasse

Não seria assim ficar

Com a palavra desmedida

Com essa estranha amiga

Que nos impele

e quase obriga

A dar, a dar, a dar

De si até se esvaziar

 

E depois voltar-se a inspirar

Inspirar suavemente

Voltar a caminhar

Entre o riso e a tristeza

de se ser gente

E recolher o momento

Na palma da mão

E deixar esse incêndio por dentro

Tomar conta do coração…


Sem comentários: