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segunda-feira, janeiro 18, 2021

Lusos cantares

 

Nesse ímpeto aceso

Nesse algo que se liberta

Tendo estado preso

Nesse sentimento

que se expressa

Nesse pensamento

que se deixa

Assim vogar

 

Entre o coração

e a mente

Linha candente

A se saber traçar

 

Sentidos nas entrelinhas

Letras comezinhas

Para assim jorrar

 

Desse peito aberto

Qual água pura

em pleno deserto

A nos embevecer devagar

 

E nessa praia abandonada

Na que nem essa onda

bem amada

Deixa de nos saber falar

 

Desses horizontes afastados

Desses outros fados

Que nos é dado a nós cantar

 

Em poemas e alegrias

Em mágoas e melancolias

Em vagas desse mar

de amar elevadas

 

Pelo rumor desse teu rubor

Também por nós cantadas

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