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segunda-feira, dezembro 07, 2020

trilhos citadinos - humanos destinos

 


espaços velados
por paredes marcados
pela estrada afora
gente a voltar e a ir embora
tanta sobriedade
edifícios antergos desta cidade




pela alvorada
marchando entre tudo e sem nada
pelo despertar
desse ir sempre mais longe e voltar
pelo entardecer
desse lugar sonhado sempre a desvanecer
em realidade
dessa terna ora eterna verdade

pela manhã
aonde ainda se espera encontrar o vogar
em mares jamais navegados
portos seguros entre lugares marcados

caminhar
entre tantos
seres pausados
esperando o ser renascer
congregados desde todos os lados




nas paredes
sombras e redes
seres
sociais
distantes
tão perto
iguais
e
mais



dessas outras vias
ignoradas
aonde os caminhos preenchem
as ruas e estradas

caminhamos
entre todos os lugares
visitamos
efemérides
entre claustros vedados

e sonhamos
ora livres e dormentes
ora em tempos viventes
ora nessas outras gentes
que tanto amamos

admiramos
tempos e presentes
templos assim coerentes
entre tantos espaços quadrados

e na curva da estrada
desse caminho tão singular
entre abraços esquecidos
entre seres de mão em mão
ainda vivos
olhamos e recordamos

o presente desse fruto futuro
nesse momento plantado
a espera da nascente
que se fez em verso
esperança coerente
desse algo submerso
esperando

por ser descrito e ouvido
pelo coração mais ansiado
jamais esquecido


nem se sabe
se é madrugada ou anoitecer
nem se vê
uma estrada de estrelas
nesse recanto qualquer




nem se veja
que se detém ora deseja
entre sonho e divagação
uma espécie de estar esperando
entre o riso e o pranto
pela opção a nascer

serena e segura
entre tanto que se apura
nesse néctar por ser experimentado
licor de tanto ser que se tenha humanizado

nestas paredes a meias
nestas ruas de melodias colcheias

semi-breves
espaços dados
para estarmos de novo
lado a lado

ainda sonho com as veredas
nas que íamos e falávamos
sem mais
sentávamos
numa pedra
à sombra do arvoredo
olhamos o tarde e cedo
olhos nos olhos nos encontrávamos

espelho sereno
lago ameno
aonde ainda nos espalhávamos

numa mesa qualquer
entre tanto assim ser

apenas
simplicidades
entre as vilas e aldeias

longe
a ver a cidade





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