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quinta-feira, dezembro 31, 2020

Praças que ressoavam




Agora sim, a praça pareceu ressoar,

vendo as praças da nossa velha Europa,

vemos o mesmo,

esse calor humano

- esse algo alegre entre o sagrado e o profano 

- que se juntava para olhar o futuro e crer que se fará melhor; 


hoje estava pelas ruas espelhadas pelas águas que iam caindo, pelos lares que reluziam com as luzes que iam surgindo; nos sons de conversas que passavam enquanto os trovões ressoavam, enquanto as almas singelas voltavam por onde os autocarros já não levavam e as avenidas desses metros de gente vazias - esperavam

- novos dias de emoção contida, de presença vivida, do frenesim que circulava nas artérias desta cidade animada - esperemos voltar a celebrar e que a Humanidade de verdade também volte ao campo desde a cidade... para se voltar a estar nesse tempo tão ameno quando ali tudo era pleno... 

Gigantes



Seremos gigantes,

ainda que mascarados,

reconheceremos

o que temos dentro

para nos abraçar

por entre os tempos vedados

e os espaços limitados...

estender pontes de vida e verdade

com tudo o que por dentro levamos

Verdadeiros seres íntegros

inteiros e Humanos

Dom de Poesia

 


Poemas e temas

que nos propõem

As lendas dos lugares

As historias dos seres

Assim sendo pares

Que nos tocam sem se notar

E tantas melodias entretecidas

Que precisam tempo para ser ouvidas

Desveladas

E no íntimo levadas

Para depois serem contadas

E nesse algo de alquimia

Desse algo a transformar

Essa poesia jazia

Um dia

Uma noite a se sonhar

Até se fazer

Outra vez hino sonoro

Que nos une e trespassa

Que nos encontra e abraça

Que nos aquece e aconchega

Quando por dentro se achega

A essa graça desmedida

Que não tem tempo nem medida

E por nós afora

Se entrelaça…

Ser vivente

Que se faz coerente

À medida que se praticar

Esse chegar além da mente

Esse algo bem presente

Dom do coração elevado

Quando no dia-a-dia é plantado

Cantos interiores

Serenidade

Para se navegar

Nas asas dos sonhos

Sem se deixar levar

Desperta, amente aberta

Coração a palpitar

E a janela

De cristalina certeza

Ao se deixar levar

E nesse quarto guardado

Nesse lugar almejado

Ver ao redor

Acontecer

Histórias das vivas memórias

Estrofes dessa alegria guardada

Nesses armários

Onde se escondia uma quadra

E nos momentos

Nos que voltar a olhar

Ver gentes que se desconhecia

Nessa mesma harmonia

A se entretecer devagar

E da história

Simples memória

A se voltar a pintar

Estender pontes de poesia

Nesse tema que se abria

Qual livro que se lia

Assim de par em par

Abraço dado

Em segredo guardado

Aqui sereno e estilizado

Para se poder voltar a lembrar 

Recantos

 

Recantos cheios de detalhe

Passeios por onde calhe

E nessas tapeçarias estendidas

Entre as horas e os dias

Voltar a poisar

Melodias

E alegrias

Para se querer voltar

Templos Interiores

 Nesse lugar de silêncio velado

Altar na pedra assim entoado

O cântico mais silenciado

Desse ser humano

Deixado

Para se voltar a encontrar

Nessas paredes decoradas

Por mãos estilizadas

Para ser belas apenas

Sem se notar

Nessa brisa que acaricia

A face de quem aprecia

Essa suavidade

a nos trespassar

E nesse bem-querer

Nesse encontrar

Nesse bem nascer

Assim levar

Esperanças plantadas

No peito aninhadas

E surpresas

por se deixar contar

Nas histórias do dia

Plenas dessa alegria

Que é a partilha

Ao se voltar a encontrar…

Amores Anunciados

 

Qual o papel a se estender

Nesse ser homem ou mulher

Para melhor representar

Pinturas e palavras a celebrar

Por cada momento vivido

Por cada gesto sentido

Por cada partilha sem mais

Pelo mais simples trilho que sigais

Até recomeçar

A sentir a vida ressoar

E tudo em volta

a se acender devagar

E essa luz que transborda

No calor emanado

Desse ser humano

Nesse brilho que se tem apagado

Ao olhar o reflexo amado

Nesse espírito elevado

Que sorri quando é trespassado

De mão em mão

Entregue

De abraço em abraço

Se eleve

E nesse gesto simples

Dessa atenção humilde

Assim trazer ao de cima

Essa ponte de vida

Na que se crê

E caminha

E se anuncia

Árvore da Vida

 

Nesse algo oco aninha

Essa pequena avezinha

No tronco da árvore da vida

Esperando o doce encanto…

Dessa sintonia

Entre felicidade

e nostalgia

Para voltar a cantar

E nesse ir voando

De galho em galho

poisando

Momentos nos que se vai tecendo

Por dentro

Esse ser de imaginação prendada

nesse coração essa intenção gravada

De dar ao mundo esse algo que faltava

Ou ver de novo

o que se escondia

a quem admirava

E nessa beleza varada

Nesse momento

entre tudo e nada

Linha mais fina

que reúne e unia

Essa paz interior

ancorada

Esse turbilhão de cores

na tela branca levada

A ser obra

De fantasia

Que dá cor e vida

 

À rotina do nosso dia…

Abraçar o Luar

 

Abraços que se sonha levar

Ali e aonde

Sem pensar

Nos entregamos

A essa alegria

Desse outro que encontramos

E sem querer

Fazer sintonia

Do que escolhemos

Fazer

Na novidade do dia

E sem mais dizer

O que se aprecia

O que nos delicia

O que se sonha

O que nos acaricia

Nessa noite

Fria

O que nos traz a paz

Que tanto se queria

Agasalhos

 

Agasalhos no inverno

Calor entre o frio certo

Presenças bem unidas

De mãos afastadas

Partidas

E encontros

Sempre a se levar

No peito

Esperança

Desse algo novo

A se lembrar

quarta-feira, dezembro 30, 2020

Sentido esquecido

 


Se sentisses essa graça imensa

Mais além do que se sente e pensa

Y voltasses a idealizar

Esse sonho ameno

Que se sopesa no segredo

Esse abraço pleno

Que nos toca além do medo

Esse olhar iluminado

Reflexo de vida que nos é dado

E esse partilhar

Lado a lado

Um tempo um lugar

Esse algo mais humano

De se estar perto e notar

Calor e vida irradiando

A melodia que nos vai unificando

Esse ir gerando

Pontes de se estar ao perto

Até assentir

Sem sequer pensar

E sentir amenidade

E verdade

Que antes estava à espera

De nos poder tocar

Melodias Fugidias

 

Nessas melodias fugidias

Que se escondem sem notar

Nesse lugar aonde ias

Nessa graça a se mostrar

E nas gentes que contentes

Passam a vida a passar

E nos arvoredos

Erguidos e ledos

E nesses muros de aconchego

Trabalhados à mão

Para temperar a razão

E deixar o coração falar

Graça e pranto

 Nesses momentos discretos

Nesses lugares secretos

Que descobres ao vagar

Que te somem num luar

De suavidade

Desse atapetado aveludado

Entre o céu estrelado

Desse sonho varado

À espera de vogar

Livre

Maresia

Assim chegando

Até ser dia

Ao porto seguro

Abrigo mais puro

A se encontrar

Praias amenas

Areias

Que cintilam

Qual teu ser ao poisar

Pés descalços

Marcando

Um caminho de vida

Entre graça e pranto

terça-feira, dezembro 29, 2020

Poemas entre tecidos vivos







Poemas

entretecidos

Vivos

Ressoando

O que sonhamos

O que bem amamos

O que sentimos

e assim pensamos

e passámos

a saber ouvir

Palavras por dentro

No silêncio atento

Desse saber

sem tanto entender

E sem estar definidos

Assim limitados

Ser livres

Porque voamos


Algo que permanece

 

Nesse algo

que se mexe

Nesse ebulição

que se entretece

Nesse sopro subtil

Que permanece

E não se esquece

Nem arrefece

Alento

Sopro suave

Sustento

Da poesia a clave

Desse animar

Sentimento

Uma alegre

melancolia

Que se faz folia

Ao se abeirar

Das margens vazias

Dessas vagas divinas

Que nos tocam

ao se prolongar

E nos fazem ressoar

Qual corda

de harpa inspirada

E se elevam

E nos levam

Ai onde a alma

ainda é farta

Desse sentido

Ora sentimento

Desse sentir

que se leva

e mostra

por dentro

E se faz surgir

Em seu momento

Quando

Sedente

Esperando

Te sentas

Sonhando

E levantas

Tecla a tecla

Essa harmonia

celestial

Esse algo

original

Essa rima

dividida

Entre o real e a magia

Que nos leva

A querer acreditar

Que algo ou alguém

Nos vai tocar

Ao reler

Sem saber

O que levamos em ser geral

E nesse espaço idealizado

Nesse encontro aninhado

Em nós

Permanece

E prevalece

Esse algo de vida

Que jamais se esquece

Flores Silvestres

 Nesse caminho

Sem destino marcado

Onde procuras

Assegurar

O que te foi dado

A sonhar

A pensar

A querer concretizar

“Ai onde assim vivi

Ai onde nasci

Ai onde escrevi”

Os trilhos mais serenos levados

Por dentro assim guardados

À espera de germinar a teu lado

Ai

Ali além

Onde é lido

E bem querido

Nesse peito guardado

Ora assim estendido

E entendido

Como partilhado

Quando florescem

 flores silvestres

Ali

Além

Onde nada

ou ninguém

ainda as tenha plantado

Fragilidades

 


Frágil sensibilidade

Transparente em verdade

Suave e subtil

Brisa que poisa

Na face

E acaricia

Sem mais se ver

Esse algo

que é em nós a surgir

A crescer

Quando em cada momento

Se torna aparente

Ora ausente

Para nos perder

E nesses recantos

Assim visitados

Nesses momentos

Perdidos e encontrados

Voltamos

A trazer ao peito

Essa alegria

Esse sentimento

Transparências

 Quando o cansaço

me torna baço

E a alegria da via

Da vida está

em derredor

E sinto qual algo escasso

Essa força de ser em flor

A se entregar

A brisa assim balançar

E nessa pétala

Suavidade

Transparência

Delicadeza

Sem mais se tocar

Por se saber

Simples ser

Quanto estamos

a partilhar

E nessas árvores

Folha a folha despidas

Que contam relatos

Dessas outras vidas

E nesses enclaves

Onde encontrares

Encruzilhadas

Para todos os trilhos

e estradas

Que caminhares

Assim por escolher

Voltar a crer

Nesse sonho

Nessa magia

Nesse ir dançando

Na melodia

Do dia e da via de vida

Regressando sem saber

Sentidos e sentimentos

 

E sentir esse algo mais simples

Essa paz dos humildes

Essa calidez do abraço

Esse deixar-se estar no regaço

Esse encontro em cada lugar

Esse tempo a se estender devagar

Esse sorriso que nos sabe

Esse brilho que se abre

No olhar reconhecido

Esse lar que nos é dado

Por simples ser e nos ter unido

segunda-feira, dezembro 28, 2020

Repousar

 


Repousar

Parar

Inspirar

E deixar-se levar

Cidade afora

Rua a rua

Que nos ignora

Assim nesse sentido

De estar atento

Nesse caminhar entre a gente

Com suave alento

Lento, e a ver passar

Detalhes

Mais de mil milagres

Que acontecem sem cessar

E nessas miragens

Nesse olhar

Escrever novos momentos

Entre os lugares sedentos

Desse teu ser a passar

Até encontrar fundamento

Raiz profunda

Sustento

Para te erguer e sonhar

Confiar

 Confiar que se vai encontrar

O tempo e lugar para se abeirar

Dessa paz e tranquilidade

De se dar tempo e verdade

A espaços e lugares

A gente em comunidade

E fazer amizade

Com quem assim partilhar

Esse algo de vida

Essa humanidade unida

Esse fruto que se respira

Ainda qual fina flor

E nessa suavidade

Nessa transparência

Nesse algo que nos alimenta

Encontrar dom de coragem

Inspiração na viragem

Da barca dos sonhos

que nos sustenta

E assim chegar a arribar

A esse bom porto

Em um qualquer lugar

Trilhos na névoa

 Nestas vagas viventes

Que vêm e vão

e nos arrastam

Nessa ilha de paz

Serena tranquilidade

Que se estende

na longevidade

E que se vê de relance

Vogam as marés

No ser que és

Procurando

Peregrino vagando

Migrante se achegando

A gente certa

Em lugar qualquer

A coerente reta

Que sempre acerta

Assim no bem-querer

E nesses seres

Que vais encontrando

Ao som das marés

Te mostrando

Assim reflexo vivo

Descoberto

Em cada caminho perdido

Em cada trilho de novo aberto

domingo, dezembro 27, 2020

Sêmea de vida




Quando damos

tempo e atenção

Às amenidades serenas

Às tempestades apenas

Trazemos

O que assim pescamos

Ao de cima

Desse mar de amar

Imenso e profundo

Que anima

e dá cor a este mundo

E nos inspira

E se lança

A quem abraça

A assim enjeitar

Em sons de melodia

Entre a noite e o dia

Alvorada

Ora ocaso

Silêncio

Escasso

Pintado

Por todo o lado

E no vento

O sentimento

A se levantar devagar

Até o ar ficar sereno

E o sol repousar

Ou se elevar

Para mostrar

Novas cores

Aos mil amores

Que cintilam

nesse teu jardim

A florir

Longe de mim

A se abrir

Primaveril

A ser sêmea

Desse gérmen

que se semeia

Em cada dia

Chamarada

que se ateia

Ao dar

E saber receber

O que a vida

íntegra

inteira

Convida

A partilhar

pontes entre nós

 Encontrar o teu lugar

Seguir e perseverar

Atrás dessa estrela cadente

Entre a multidão da gente

A passar sem notar

Que vês o mundo outra vez

De maneira singular

Que estendes pontes

Por onde se entretecer

Linhas a saber

Reflexo de outro olhar

E te deixas seguir

Nessa odisseia

Algo que por dentro

Se faz candeia

nesse nevoeiro mais frio

E calor de estima

aonde nem te sentes querido

E nesse algo a entregar

Sentes que voltas a viver

De verdade

Ao dar

O que te foi dado a conhecer

E estando porto

Tanto que tocas o sentimento

As finas sedas

Subtis apenas

São qual pontes entre o sonho

E a imaginação

Refúgios de Hospitalidade

 Nesse lugar

Onde acolhem

Os que escolhem

Assim ficar

Nessa simplicidade

Na mais pura clandestinidade

Até se abeirar

À mesa

Ninguém sopesa

Quem estará

Lado alado

Sentimento alado

No alento assim formado

Nesse sentimento

De se estar por dentro

Encontrado

Assim no abraço

do silêncio

Pela palavra animado

Assim nesse lamento

De melodia renascida

Recriada

Revivida

Nesse lugar

Na mesa redonda

Sem soçobrar

Ninguém sobra

nem há sombra

De se ocultar

E nesse tempo

Velejamos

Nessa brisa

Navegamos

Nesse algo

que nos avisa

Ouvimos

E sabemos

Partilhamos

E nesse dizer

Assim ao saber

Que vamos

Nos ver

Outra vez

Quem sabe

Quando

Levámos

No íntimo

O que encontramos

E no ser

A leveza

Que aceitamos

sábado, dezembro 26, 2020

Abraços dados

 




Nesse elemento

Forte e sedento

Que jorra por ti afora

Que se estende

quando se demora

Nesse tempo,

nesse lugar

Que voga aonde

o sonho chora

Que se entretece

Quando assim permanece

Sem se estender

Entender

Sentir ou partilhar

Essa ponte enrolada

Dentro de ti mais nada

A dar

Sem se ver

Saber

Assentir

Sem querer

E ousar

Assim estar

Lado a lado

Sabendo que somos

Por dentro

Abraçados

Poesia serena

 

Nesse poema

Nesse tema

Em ti adormecido

Por amor e devoção sustido

Por bem querer vivido

E partilhado

Em páginas de imaginação e fantasia

Levado

E nesse dia a dia

Plantado

No coração humano

Para voltar a germinar

Noutro tempo

Noutro poema

Na luz desse

Teu olhar

Alegrias

 

Alegria de se partilhar

De mostrar esse estar presente

Qual palpitar

De sorrir e ver brilhar

O olhar entre a gente

Desse calor de amenidade

Desse algo subtil e coerente

Dessa verdade

Que se sabe e sente

E nesse sentido

Desconhecido

Que nos envolve

Qual abraço

Aconchego renascido

Nesse mais pequeno espaço

E no seu lugar

O lar

Dessa lareira sempre acesa

Assim ao se achegar

Também em calor de humanidade

Assim nos envolve e expressa…

Sentido do Sentimento

 

Nesses momentos

Nos que o sentido do sentimento

Aponta bem adentro

E nos leva a exprimir sem pensar

Asas de sonho

Coração imenso

Qual o medronho

Que cresce devagar

 

E nesse sentido mais alto

Nesse ir mais ao fundo

Dar o salto

E enviar melodia a este mundo

E nesse palpitar de emoções

Em silencio prezadas

Assim levar as opções

a serem pelo teu sonho

enfeitadas

 

qual árvore de natal

que antes se perfazia

na esperança subtil

desse ser criança

mais um dia

Incerteza

 

Nessa incerteza

De onde nasce a poesia

Dessa suavidade

Musicalidade em melodia

 

Desse algo que nos alumia

Desse sentir que faz da noite ser dia

Desse encontrar novas metas a se partilhar

E ao chegar, descobrir

O que em nós estava a bulir

E a se querer mostrar

 

Qual uma surpresa enfeitada

Nessa árvore de presentes

Que na noite mais intima

Nos foi deixada

Para a sós descobrir

Qual o sentes

 

Criança amada, ser maior

Que a matura vida entretecida

Desses poemas que se destinam

A ser enviados

A outros corações

 outros seres

humanos

Bem amados

sexta-feira, dezembro 25, 2020

Coração de Mundo

 


Poemas e temas

Melodias apenas

Para voltar a encontrar

Uma perspetiva futura

Algo que nutre e perdura

Nesse centro

Latejante

nesse ser amante

Da vida

Da sua leveza

Do que seria sentir e partilhar

Com plena certeza de se encontrar

Tempo

Sonho

Lugar

Para se voltar a plantar e ver germinar

Tanto que levamos

O muito que partilhamos

O sentido desse algo que encontramos

Quando nos damos anos ver refletidos

A estar de novo unidos

A nos assumir

Em humanidade de verdade

Em simples sinceridade

Desse abrir mãos

E vogar

Nesse confiar

Sem mais duvidar

Nesse mergulhar

Hino profundo

Nesse centro a palpitar

Nesse coração do mundo

Cidade cintilando

Poesia da cidade que se esvazia e preenche

Qual coração vivente que se deixa

Assim esvaziar

Para lançar aos seus lugares

Assim quais nos lares

Esses que se encontram

Noite e dia

Sem mais

Qual lembrar que bem estamos

Quando juntos celebramos

Essa familiaridade

Sem tempo ou idade

Do reconhecimento que se leva por dentro

Que brilha no olhar

Que canta no sorrir

Que se sente na amenidade

De se suster

Mão em mão

Pontes de ligação

que se entretecem

sem se desligar

e nos voltam a juntar

a esse ritmo

latejante

assim sereno

misterioso

e que nos abre

de par em par

para a emoção desse novo encontrar

um outro coração assim em seu lugar

a se fazer notar

Nesses lugares prendados

Nesses tempos sagrados

Nesses momentos nos que nos damos

E lembramos

Quanto ainda somos humanos

 

Nesse deixar de correr

E encontrar que fazer

Pelo simples facto de ser

Assim

Sem mais

E ser em abraços levados

Assim mão em mão elevados

Para sentir outra vez

Universos sem fim a passar

Pelo âmago desse renascer

Pela luz desse novo olhar

Voltas de vida

 

Nessa leveza de se harmonizar

O tempo

o pensamento

o que se sente de repente

o que se sonha assim deixar


Em temas leves, apenas

Quais brisa no teu cabelo a brincar

 

Ou sem desvelar

o tempo no que te foi dado a partilhar

sentir que assim poderemos ver e ouvir

...E lembrar...

 

O tanto que se ilumina

quanto em nós cintila


Nesse momento sem tempo

No que nos é dado a soletrar

 

E ler devagar

 

Uma prosa sem tema

Uma rima em poema


Essa tua vida a voltar

Jorrar de amores

 

Marés que não vês

E te preenchem sem cessar

Dessa saudade

Sentimento sem idade

Desse integrar

Esse fundamento

Forte suave e lento

Essa estrela

que levas por dentro

a cintilar


Para que brilhe

E ilumine

Uma outra vida


Nessa breve perspetiva

De se estender

Desde poente a ponte

Que traga assim forte


Alvoradas

Amigas

Águas passadas

mas vivas


Desse querer encontrar

Um lugar e sentimento

Uma palavra de alento

Um momento a se entregar


E ouvir sem mais parar

Isso que se leva por dentro

Assim livre a jorrar

E além do pensamento

Pleno de sentimento

Assim se entretecer e amar

Momentos a se encontrar

 Quando, por enquanto

Ainda se não conseguiu

Subir

Ao sopé desse alto que é

O lugar aonde queres chegar

E as imagens

Em derredor

Se fazem

Quando olhas atrás

E vês em perspetiva

O campo a estiva

A labuta antiga

Renovada

Pela nova rotina

Nessa cidade marcada

Pelos recantos mais belos

Pelos lugares sobranceiros

Aos que chegas e te entregas

Assim a repousar

Poema de vida

Tempo a se entretecer 

devagar...


Até um dia

Poder ser e estar

Nessa melodia

Entre a noite e o dia

Qual horizonte de fronte

A se ver pintar


De cores amenas

Suavidades apenas

Para quem quiser olhar


Sentimentos passados

Suaves e bem levados

Para esse lugar


Íntimo sentimento

Claridade do momento

Que nos é dado a viver

Devagar...


E a entregar

Assim se se puder partilhar

Poema à Vontade




Nesse momento,

no que decides

Ir e vogar na vontade

 

Nesse algo que sempre viste

Assim nascer da tua verdade

 

Nesse âmago invisível

Que te sorve sem mais

 

Teu querer

Teu ser

sem saber

assim voltar

 

A se acender

Ou transcrever

 

Sem se ver

Em suavidade

 

E eco

Silente

 

Secreto

Ora ausente

 

trazendo de volta

 

essa saudade

 

Desse querer

Desse deter

O tempo

 

Sem mais

 

Desse ir

e voltar

 

E saber

Plantar

 

Sementes

No teu mais

simples quintal

 

Assim reacender

Esse lume

 

De amenidade

 

Calor

trazendo em si

a sobriedade

 

De se entregar

Pequenos

momentos

Assim ligados

 

Grandes eventos

Assim saudados

 

E por dentro

Esse bem

Vem poisar…

Nos tantos

Sentimentos

Num clarão

Desde o coração

A se suceder

Sem mais duvidar

Espelhos de Vida

Quando tudo o resto

se desvanecia…

 

Essa face

Que se ilumina

 

Quando se reconhece

No espelho da vida

 

Assim a se ver voltar

 

Entre as brumas

Dessa alvorada forte

 

E o horizonte

Que se desprende devagar…

 

Nesse ocaso

Que é qual se deitar e sonhar

 

Elo de verdade

Laço de sinceridade

Eco de vida assumida

Assim a se revelar

Intimas Ondas

Nesse lugar

aonde se abeira

A barca a vogar

Dessa maneira

 

Sempre serena

Suave e calma

Nessa lagoa

Qual olhar da alma

 

E nessa onda

Pequena

Identidade

 

Que se transforma

Qual pena

A descrever sem idade

 

Esse tempo que se lembrava

Esse algo entre tudo e nada

 

Essa alegria

Mais quente que fria

 

Que ainda se elevava

Que ainda preenchia

Que ainda se levava,

E prendava

quinta-feira, dezembro 24, 2020

Sonhos no Estio

 


Nostalgia desse sonho 

...varado...


À frente do olhar

Dia a dia a divagar

Sempre à espera de voltar

No momento menos pensado…

 

Saudade desse tempo esperado

Presente nesse futuro plantado

Dessa ironia que se faz melodia

Nos tornando centro desse novo dia

 

Sempre a nos alimentar

algo mais simples e forte

sentimento que reconforte

 

Esta sensação

De se encontrar

 

Em cada momento

Um suave lamento

Desse lugar

a preencher

…devagar…

 

Letra a letra

Passo a passo

Se achegando

E essa melodia

Sintonia

De doce pranto

 

Ruas e avenidas

Vazias

Pelo encontro

nestes dias

 

Pelo calor da proximidade

Pelo amor que une em verdade

 

Por esse algo de familiar

Por esse ser abundante

Desse estar qual antes

 

E celebrar

 

As alegrias e as penas

Partes de um contínuo apenas

Para se deixar afundar

 

Nesse peito aberto

de sentimento

Pelo sentar e olhar

mais ao perto

 

Pelo se abeirar

Neste tempo mais frio

Entre o nevoeiro e o estio

 

Gota a gota

Chuva a se escoar

 

Nessas avenidas

Que permanecem

…vazias…

 

Apenas estando

Para o migrante

Que por elas vai passando

regressos e passos

 

Esse estar – lado a lado

Esse encontrar o rosto velado

Felicidade por ser ousado

E vogar

Nas asas do tempo

Partir ir e voltar

 

Assim o migrante sabe

Que regressa

Nesse algo de saudade

Que nos envolva qual promessa

E nessa vereda sempre molhada

nessa lágrima todo o tempo guardada

Assim saber a sal

Desse algo que nos envolve

Que nos acaricia a fronte

E de novo nos deixa voltar

Migrar na tal idade

 Seguir e perseverar

Nesses recantos velados

Nos braços da cidade aninhados

Repletos de seres humanos

 

Que se procuram e se tocam

Que falam de boca em boca

As novidades mais contadas

Horas a tempo marcadas

E gentes de outras falas

Assim reunidas, sentadas

Nesses lugares de encontro

nesse algo que é assombro

Entre ir e voltar

Ser de outro lugar

Nestas datas tão sonhadas

Entre seres que amavas

Agora na distância a nos olhar

quarta-feira, dezembro 23, 2020

Calor da proximidade

 



Quando nos precatamos

Que estamos

plenos de vida

 

Quando celebramos

Essa festa

Em semelhança

de perspetiva…

 

Quando abdicamos

Dessa razão a se ter


E damos,

esse abraço

direito ao outro ser…

 

Esse que nos convida

Assim a nos achegar....


E nos aproxima

Desse calor da verdade

ao se entrelaçar

e nos voltar a encontrar...

algo consagrado...

 

Sorrir em conjunto…

Nesse sossego

de se estar junto;

 

Assentir de sentimento

Desse algo

Que é suave sustento…

 

E no momento

Hino anunciado

 

Esse sentimento

Que se desprende

 

E prende

Qual fogo sagrado

Na tal idade

 

Gosto de se estar

Num certo tempo

num certo lugar…

 

Estendendo pontes viventes

Entre o coração vivo das gentes

E celebrar

 

Esse tempo

Lento

Que nos foi dado

a partilhar

 

E nesse momento

Que perdura

A amizade

Em silêncio

Se torna mais

forte e mais pura…

terça-feira, dezembro 22, 2020

Qual saber a mar


Enquanto sentamos

E nos estendemos…

 

E no tempo

Prolongamos

Esse cálido alento

E nesse momento

Pontes de vida

a se fazer sentir


E nesse sentimento,

assim voltar a crer…

 

Em ser humano

Estar mano a mano

Dois assim a reerguer…

 

Esse lugar sonhado

Esse algo ansiado

momento declarado

Para se poder repousar

 

Por entre as asas do vento

Indo além do pensamento

E regressar

A esse sentir devagar

Réstia do que se pode

Um dia, uma noite

Chegar a partilhar

 

… qual saber amar…

Outros tempos nestes lugares

 

Entre tempo e lugar…

Quente ao se repousar

Dia após dia

E se sentir

A alegria…

De se deixar ir

 

Nessa melodia

Que converge

Aonde se ia

Assim se ergue

Esguia

 

Qual árvore que fosse da flor mais simples

Sua pétala mais além da suavidade…

Da sêmea dessa semente que nos alimenta

Entre a realidade, desse outro tempo a voltar

Entre o presente, fruto futuro a se prolongar;

Tempo de estar mais perto

 

Dando tempo para se estar

Neste tempo das realidades

 

Ir sem mais duvidar

Encontrar o tempo

para se poder parar

E sonhar os sonhos

que foram dados a concretizar

 

E nesse ir e voltar sem maneira

Definida ora contida

Verdadeira

 

Atear fogos secretos

Em paragens assim preparadas,

E deixar assim chamas sagradas

Voar entre fagulhas das páginas

dessas poesias ainda ignoradas… 

 

poesias soletradas

desde o mais profundo

desde o íntimo desse mundo

âmago e fulcro a suster

 

Uma certa realidade

Um certo ideal de verdade

Um sentido de tempo e idade

Uma paz que se procura em saudade