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quarta-feira, agosto 23, 2006

Sucedâneos


De certo que reconheces isto...

"Recordo um alguém que passeava só e viu uma mulher à beira de um poço.

Ele pediu àgua e ela perguntou se estava tudo bem com ele - pois era suposto homens não intimarem com mulheres assim - daquela maneira liberta e serena... muito menos sendo ela Samaritana e ele Judeu (Galileu para todos os efeitos).

E ele falou-lhe dos cinco homens que ela tinha e da água que ele trazia para oferecer.

Uma água que calmaria de tal forma toda a sede, que nunca mais teria necessidade de beber e beber e beber...


Talvez seja essa a fonte que se procura – “underground ou at the surfice”...

Talvez..."

Agora o poema sobre o tema:

Chocolates refinados, em caixas estilizadas, anuncio fervoroso prometendo paixão…

Brisa fresca, seara sempre viva, sombra baixo árvore de fruto em pleno Verão…

Embalagens de seda, cetim e veludo - prendas que prendem em cadeias de desejo os amantes de ocasião…

Olhares simples de sorriso tímido e nobreza de lírio embalado em majestade, sentir irmão da razão…

Peles duras de sentires rijos e pulsações derretidas no caramelo sedutor… a mosca apanhada, pela fina flor engolida, sua vida sugada, sobrando a armação…

Um gesto – por um gesto – estilhaçam fronteiras,
derretem-se angústias, se desfazem barreiras,
o gelo cede ao rebentar vida nova,
olhares se encontram entre luz cristalina,
peitos se mesclam no abraço da aurora –
o amor liberta – o desejo não…

Olhares gastos, ensaio das falas, o ditador e tirano subjugando o coração…

Gestos simples de faces coradas ao se gaguejar sem palavras… ondas que extravasam o mar… e voar… nudez viva de sentir profundo, vertigem sentida na devoção…

Ecos da inocência perdida nas feridas que sangram passados ingratos, culto do sangue e da dor… punição…

Vivência sentida na entrega em asas do sonho, dançar com pés de fada entre anjos cantando no fundo dos olhos, anunciando libertação…

Por uma lágrima – da inocência perdida à remissão…

Por uma mágoa – da vivência sentida à perdição…

1 comentário:

Micas disse...

:) Talvez...

O valor das coisas está na sua essência e não na sua aparência...
O valor vê-se de dentro para fora e não o contrário...

Bem Hajas