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domingo, agosto 13, 2006

The path of excess leads to the Palace of Wisdom…



Revendo excertos… parts of shattered mirrors… souls espelhando the symphony of creation… o prazer de ser children enamoured by the bodily image of the living goddess… Hobbits threatened by the Dark Lord, risos e vulgaridades, prazeres de vida diária sujeitos to smothering under the narrow path of the imposing mind… one ring to rule them all…

De “O Evangelho Segundo a Serpente” – de Faíza Hayat:

“A minha Mãe era um ser livre. Uma ave à solta num alto céu de verão. Costumava dizer que os homens são como as chuvas, imprescindíveis à vida, revigorantes, mas quando chegam, e em se demorando um pouco mais, logo sentimos saudades dos dias de sol!”
«Reparem», dizia, «a palavra solidão está cheia de sol!»

Gostava de citar Marguerite Duras: «Não se encontra a solidão. Somos nós que a construímos». (…) Citava Tchekov « Se tens medo da solidão não te cases.» Citava Fernando Pessoa, aliás Bernardo Soares: «As malcasadas são todas as mulheres casadas e algumas solteiras.»”

“(…)assim como há sol na palavra solidão, há mel na palavra melancolia”

“Fascina-me a beleza das frutas. Frutas são formas orgânicas de luz. A luz em estado vivo. (…) Os pajés, sacerdotes ou xamãs nas sociedades tribais ameríndias, acreditam que ao beberem o ayahuasca, bebida alucinogénea preparada com o caule do caapi (Benisteriopsis caapi) e folhas de chacrona (Psychotria viridis), entram em comunicação directa com estas plantas. Acreditam que as plantas os conduzem, através das sombras, pelo mundo tormentoso dos espíritos, numa viagem iniciática.
O que significa o velho mito cristão – Eva oferecendo a Adão o fruto do conhecimento?”



“Talvez a esta serena e vaga melancolia, a esta vaga e doce tristeza, se possa também chamar de felicidade. (…) Ninguém que se beija à despedida parte verdadeiramente.”

“Invejo a tua tranquilidade espelho. Tudo vês, nada recordas.
Peço-te um retrato e devolves-me um olhar. (…) Suponho que as gémeas não precisem de espelhos. Um espelho é o retrato órfão de um gémeo.”

“Eram versos de Caeiro:
«Passei toda a noite, sem dormir, vendo sem espaço a figura dela
E vendo-a sempre de maneiras diferentes do que a encontro a ela.
(…) Amar é pensar.
E eu quase que me esqueço de sentir só de pensar nela.
(…) Quando desejo encontrá-la
Quase que prefiro não a encontrar,
Para não ter de a deixar depois»

Mas porque nos apaixonamos por aquilo que nunca poderemos ter? Eu, pelo menos, tenho tendência para me interessar por tudo o que não posso agarrar: as nuvens, os arco-íris, o rápido fluxo de tempo. Um dia pensei que seria bom coleccionar arco íris. Pensei que seria bom guardá-los em pequenos frascos de cristal para que brilhassem à noite, enquanto durmo, ou alegrassem o meu dia nas manhãs de Inverno. A verdade, porém, é que se os conseguisse guardar em frascos já não gostaria deles.”



“Picasso: «Olvida usted que soy español y adoro la tristeza». Mas penso que era também o grande Pablo que valorizava a obra incompleta, porque «… sin acabar, una obra permanece viva, peligrosa. Una obra acabada és una obra muerta, asesinada.» Nunca conheci um homem acabado.”

“ (…)O que o genial arquitecto (Gaudí) dizia sobre como o sol cinzela os homens:
«As raças do Norte afogam o sentimento e com a falta de luz produzem fantasmas. Já as raças do sul, põe excesso de luz, descuidam a racionalidade e produzem monstros.»”

“Não quero surpresas. É fácil amar estrelas. Difícil é amar o próximo. E a nós mesmos”

“«Os textos são histórias», insistiu Alfonso,«um bom método é começar por perguntar por que motivo foi contada a história.»

“«Em Israel só o passado justifica o presente»”

“Sei que ela tem razão: perder a fé é perder protecção. Por onde se percorre a verdade: nas perguntas ou nas respostas?
Os Gnósticos, repetia Marcelo, procuravam Deus dentro de si, na Sabedoria, uma transcendência intuitiva:
«A salvação não é a redenção do pecado, mas da ignorância. Cristo salvou-nos pelo seu ensinamento e pela sua vida. Não pela sua carne e, menos ainda, pela sua morte.»”

“… eu sempre achei que não devemos conhecer os homens. Para não deixarmos de gostar deles.”

“Sibongile vigia os meus sonhos. «Foi a serpente», lembrou-me, «quem ofereceu aos homens o fruto da árvore do conhecimento e por causa disso eles foram expulsos do Paraíso.. Conclusão – o Paraíso pertence aos néscios».



“Sofro deste vício – leiam-me o soneto perfeito e logo tropeçarei na cacofonia escondida. Mostrem-me o paraíso e os meus olhos verão, muito para além do verde das ramagens, o fumo venenoso de uma fábrica de papel”

“FIM
(Ou melhor, o fim que se pôde arranjar. Todos os finais são provisórios)”

And now from William Blake “The Marriage of Heaven and Hell”:

“Let the Priests of the Raven of dawn, no longer in deadly black, with hoarse note curse the sons of joy. Nor his accepted brethren, whom, tyrant, he calls free, lay bound or build roof. Nor pale religious letchery call that virginity that wishes but acts not!

FOR EVERY THING THAT LIVES IS HOLY.”

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