Tentei - juro que tentei!
Dias a fio, as milhentas coisas que tinha para convosco partilhar, fui tentando e tentado...
Mas - ou a triste tecnologia não deixa, ou a obra humana não permite - que continue a minha busca de entendimento através de imagens do povo Maubere; através dos sentimentos e reflexões que eles motivam.
Peco desculpa, se não preencho apenas com minhas linhas, estes espaços desertos de ideias; mais – muitíssimo mais do que eu - podem falar as imagens, os ecos destas gentes - pois eu falar sei pouco e, tal como Pessoa, dou vezes de mais por mim mesmo, como se fosse um pé dormente...
Assim aqui fica a minha desculpa leitor.
Estou cansado - de ver as mesmas rotinas e gaiolas douradas em que todos parecem querer se introduzir...
Farto de perder a fé na humanidade, na minha própria por acréscimo e muitas vezes de inicio!...
Da nossa fraqueza constantemente justificada, mas que não parece ir mais além disso - de se justificar a si mesma sem nada mudar no seu itinerário desprovido de sentido profundo...
Ate um dia... quem sabe - tal vez amanha?
No que as imagens subam num "upload" perfeito, no que as ideias gritem a berros o ser partilhadas e já nem a falta de outros entretimentos as distraia de ser espalhadas ao vento de quem lê e guarda opinião...
Ate lá - fica contigo, dorme contigo, dança contigo... em espirais cada vez mais concêntricas mergulha na tua essência...
Vê se descobres - por ti e por mim - o outro lado do espelho, a face que se esconde por detrás da mascara...
Se o fizeres, pensa em mim durante uma fracção de segundo – e eu saberei que te encontras-te, que contigo me salvas-te na busca da humanidade perdida...
Onen i Estel
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segunda-feira, fevereiro 28, 2005
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
A perda das raizes...
Vendam um frigorífico ao esquimó!
Vendam o conto do vigário a uma nação, falem-lhes de progresso sem lhes contar que isso é só para alguns (os que contam a história - invariavelmente) e que os outros verão…
…suas irmãs vender o corpo na rua…
…como os seus irmãos serão taxistas sedentos de um turista para carregar ao longo de ruas de cidade submersas no lixo de um lugar que não recolhe, que apenas atira…
…façam com que agricultores comprem parabólicas em vez de sementes, renunciando ás suas raízes pela ilusão do “el dorado” de cidade, onde serão mais um na mansarda sem nome, emprego ou dignidade - longe de quem os fazia ser gente, longe da terra que os alimenta e os torna independentes de políticas que levam os gregários para um ou outro lado -água de pântano rodopiando sobre si mesma até morrer na própria podridão…
…mandem as crianças para os caixotes escolares – longe de tudo, longe de todos - mas todos juntos !…
…digam aos maduros e experientes que já não prestam, que já não servem para nada, que o seu lugar nos conselhos está terminado…
... digam "demo" e esperem que seja crassa a razia!...
…acabem com os chefes de aldeia, gentes de sempre que sempre viveram entre os seus e que os seus conhecem e reconhecem. Tragam juízes endeusados desde países longínquos para julgar o Homem da aldeia segundo livros nunca vistos, por leis nunca reconhecidas, em tribunais longe… muito longe! - tanto que não há bolso na aldeia que lhes possa chegar, muito menos pagar os outros tais – os de pano ao peito de cores engraçadas – que falam como aves de entretimento, mas com suas palavras de vento agradam os desconhecidos de robes negros e com isso compram a sentença que aqui não pertence…
…façam mais importante o ter e o parecer do que o ser e o ser-se mesmo ! - para que todos desejem estar lá em cima e ninguém entenda que – o de cima, é o que mais serve e que – por isso – entende o seu sacrifício pelo bem das suas gentes…
… retirem os reis de entre os Homens, retirem os deuses de entre os reis, retirem os Homens de si mesmos…
…façam gerações de fracos, gerações que nunca trabalharam a terra, que nunca enfrentaram a doença ou morte – olhos nos olhos, sem temor – façam gerações de fracos que tudo temem, gerações que mais não lutem do que em batalhas de intelectualidade abandonadas quando se ocupa o lugar do poder, razão final – afinal - pelo que tanto lutaram…
… terminem com os Homens, inventem planeamentos que gerem crianças à medida… digam ao ignorante - ao que vem para aprender desta vida– que agora ele é o mestre, que agora é ele quem comanda. Digam isto, recostem-se e assistam ao circo!
…retirem todas as próteses, todas as plásticas, todas as maquilhagens e postiços, todas as imposturas e vejam-se ao espelho – Humanidade degenerada de si que apenas agredindo baixo palavras doces vai conseguindo destruir todos os outros espelhos de Humanidade que lhe poderiam ir revelando a monstruosidade da sua própria imagem reflectida…
…até que – um dia sem alvorada – apenas restarão os disformes, os de si mesmos investidos, os perdidos, os cegos que guiam cegos…
…apaguem a História, reescrevam-na a bel prazer, dêem azo aos ávidos de renome para escreverem palavras que ecoem nas mentiras que chamarão “história”, mintam ao Homem sobre as suas verdadeiras origens, limpem da face da terra a sua genealogia e ascendência…
…substituam os Humanos por máquinas, cérebros artificiais de altas velocidades, maravilhas tecnológicas, gigantes de aço que caminham entre semelhantes sem se ver – é isto o que queremos ser ?…
…coloquem luzes verdes para andar, vermelhas para parar… condicionem os passos dos Homens aos ritmos pré-determinados, aos trilhos já trilhados, aos caminhos a que são obrigados…
…digam-lhes que tudo é sabido, que nada é surpreendente, que nada é novo, que não há espaço para a diferença…
…roubem à criança o poder de dizer “não”… ensinem-na a pensar direito e como deve ser, façam com que - aquele que vem para libertar - se aferre aos seus grilhões…
…quebrem o espírito livre dentro de cada casca de Homem, regrem-no, socializem-no, tornem-no aparência…
…roubem a vida à vida, enjaulem a sexualidade, condicionem a sua potência…
…inventem uma batalha sem tréguas contra a Morte e vejam como a própria vida se torna um “Somme”, uma guerra de trincheiras onde o inimigo espreita logo em frente e cada passo se faz à custa de cinco recuos…
…digam que a doença não devia existir, ponham o Homem em guerra com a sua Natureza, com a sua doce mortalidade. Façam de conta que todos viverão para sempre, prometam elixires da juventude, façam tudo para ocultar o óbvio, para que ninguém olhe de frente a sua própria vida pois – ao fazê-lo - invariavelmente verá o anjo libertador esperando no fundo do túnel…
…digam aos Homens para terem medo – medo de não ter, de não ser, de não poder…
…mostrem-lhes um mundo de desespero todos os dias; condicionem seu pensamento para a desconfiança, para o ficar no seu canto. Mostrem o que acontece a quem desafia o sistema, exponham diariamente o luxo aqueles que desse sistema são guardiães e façam a campanha da mentira, da competição, da inveja para que outros Homens - dos Homens - queiram ser caciques…
Depois, atirem sobre as crianças crescidas o “não” que lhes roubaram outrora, o poder de decidir o que querem e como o querem… usem o poder de escolher com o que cada um de nós nasce - esse algo que nos foi roubado - contra o próprio Homem, tornem a sua força em seu jugo, o seu irmão em seu carcereiro…
Esquadrões Cinzentos – como os dos campos de concentração – que vendem seus irmãos por uns míseros despojos, por uns privilégios aparentes que apenas lhes roubam a dignidade de viver, lutar e morrer erguidos…
E todos sabemos onde estes seres cinzentos habitam… na carcaça de cada Humano que se vende por poder, no cadáver de cada um de nós que se despersonaliza no desejo do ter e do parecer, na podridão dos que pretendem ignorar o seu chamado interior, dos que preferem oprimir e estar por cima do que lutar ombro com ombro com todos aqueles que pisam dia a dia…
Vendam o conto do vigário a uma nação, falem-lhes de progresso sem lhes contar que isso é só para alguns (os que contam a história - invariavelmente) e que os outros verão…
…suas irmãs vender o corpo na rua…
…como os seus irmãos serão taxistas sedentos de um turista para carregar ao longo de ruas de cidade submersas no lixo de um lugar que não recolhe, que apenas atira…
…façam com que agricultores comprem parabólicas em vez de sementes, renunciando ás suas raízes pela ilusão do “el dorado” de cidade, onde serão mais um na mansarda sem nome, emprego ou dignidade - longe de quem os fazia ser gente, longe da terra que os alimenta e os torna independentes de políticas que levam os gregários para um ou outro lado -água de pântano rodopiando sobre si mesma até morrer na própria podridão…
…mandem as crianças para os caixotes escolares – longe de tudo, longe de todos - mas todos juntos !…
…digam aos maduros e experientes que já não prestam, que já não servem para nada, que o seu lugar nos conselhos está terminado…
... digam "demo" e esperem que seja crassa a razia!...
…acabem com os chefes de aldeia, gentes de sempre que sempre viveram entre os seus e que os seus conhecem e reconhecem. Tragam juízes endeusados desde países longínquos para julgar o Homem da aldeia segundo livros nunca vistos, por leis nunca reconhecidas, em tribunais longe… muito longe! - tanto que não há bolso na aldeia que lhes possa chegar, muito menos pagar os outros tais – os de pano ao peito de cores engraçadas – que falam como aves de entretimento, mas com suas palavras de vento agradam os desconhecidos de robes negros e com isso compram a sentença que aqui não pertence…
…façam mais importante o ter e o parecer do que o ser e o ser-se mesmo ! - para que todos desejem estar lá em cima e ninguém entenda que – o de cima, é o que mais serve e que – por isso – entende o seu sacrifício pelo bem das suas gentes…
… retirem os reis de entre os Homens, retirem os deuses de entre os reis, retirem os Homens de si mesmos…
…façam gerações de fracos, gerações que nunca trabalharam a terra, que nunca enfrentaram a doença ou morte – olhos nos olhos, sem temor – façam gerações de fracos que tudo temem, gerações que mais não lutem do que em batalhas de intelectualidade abandonadas quando se ocupa o lugar do poder, razão final – afinal - pelo que tanto lutaram…
… terminem com os Homens, inventem planeamentos que gerem crianças à medida… digam ao ignorante - ao que vem para aprender desta vida– que agora ele é o mestre, que agora é ele quem comanda. Digam isto, recostem-se e assistam ao circo!
…retirem todas as próteses, todas as plásticas, todas as maquilhagens e postiços, todas as imposturas e vejam-se ao espelho – Humanidade degenerada de si que apenas agredindo baixo palavras doces vai conseguindo destruir todos os outros espelhos de Humanidade que lhe poderiam ir revelando a monstruosidade da sua própria imagem reflectida…
…até que – um dia sem alvorada – apenas restarão os disformes, os de si mesmos investidos, os perdidos, os cegos que guiam cegos…
…apaguem a História, reescrevam-na a bel prazer, dêem azo aos ávidos de renome para escreverem palavras que ecoem nas mentiras que chamarão “história”, mintam ao Homem sobre as suas verdadeiras origens, limpem da face da terra a sua genealogia e ascendência…
…substituam os Humanos por máquinas, cérebros artificiais de altas velocidades, maravilhas tecnológicas, gigantes de aço que caminham entre semelhantes sem se ver – é isto o que queremos ser ?…
…coloquem luzes verdes para andar, vermelhas para parar… condicionem os passos dos Homens aos ritmos pré-determinados, aos trilhos já trilhados, aos caminhos a que são obrigados…
…digam-lhes que tudo é sabido, que nada é surpreendente, que nada é novo, que não há espaço para a diferença…
…roubem à criança o poder de dizer “não”… ensinem-na a pensar direito e como deve ser, façam com que - aquele que vem para libertar - se aferre aos seus grilhões…
…quebrem o espírito livre dentro de cada casca de Homem, regrem-no, socializem-no, tornem-no aparência…
…roubem a vida à vida, enjaulem a sexualidade, condicionem a sua potência…
…inventem uma batalha sem tréguas contra a Morte e vejam como a própria vida se torna um “Somme”, uma guerra de trincheiras onde o inimigo espreita logo em frente e cada passo se faz à custa de cinco recuos…
…digam que a doença não devia existir, ponham o Homem em guerra com a sua Natureza, com a sua doce mortalidade. Façam de conta que todos viverão para sempre, prometam elixires da juventude, façam tudo para ocultar o óbvio, para que ninguém olhe de frente a sua própria vida pois – ao fazê-lo - invariavelmente verá o anjo libertador esperando no fundo do túnel…
…digam aos Homens para terem medo – medo de não ter, de não ser, de não poder…
…mostrem-lhes um mundo de desespero todos os dias; condicionem seu pensamento para a desconfiança, para o ficar no seu canto. Mostrem o que acontece a quem desafia o sistema, exponham diariamente o luxo aqueles que desse sistema são guardiães e façam a campanha da mentira, da competição, da inveja para que outros Homens - dos Homens - queiram ser caciques…
Depois, atirem sobre as crianças crescidas o “não” que lhes roubaram outrora, o poder de decidir o que querem e como o querem… usem o poder de escolher com o que cada um de nós nasce - esse algo que nos foi roubado - contra o próprio Homem, tornem a sua força em seu jugo, o seu irmão em seu carcereiro…
Esquadrões Cinzentos – como os dos campos de concentração – que vendem seus irmãos por uns míseros despojos, por uns privilégios aparentes que apenas lhes roubam a dignidade de viver, lutar e morrer erguidos…
E todos sabemos onde estes seres cinzentos habitam… na carcaça de cada Humano que se vende por poder, no cadáver de cada um de nós que se despersonaliza no desejo do ter e do parecer, na podridão dos que pretendem ignorar o seu chamado interior, dos que preferem oprimir e estar por cima do que lutar ombro com ombro com todos aqueles que pisam dia a dia…
Ha uma porta fechada, uma tensao patente. Alguem jovem se senta no chao... olha - que ve? A si mesmo, na sua frente, sentado no mesmo sitio muitos anos depois... Como se de um xadrez se tratasse, branco e negro jogam uma partida onde o final e incerto. A porta esta fechada, quem tera a forca, determinacao, visao e sinceridade suficiente para a abrir? O povo necessita um rei - a terra e o rei, o poder de servir o povo a sua espada e ele representa o povo perante o deus latente no coracao de cada um... um rei sem espada, uma terra sem rei - uma humanidade perdida. A porta esta fechada - foi feita por aqueles que estao mortos, a porta esta fechada... So um verdadeiramente vivo a pode abrir... quem aceitara o desafio?
Do outro lado da cerca... ha um mundo de gentes inocentes, de seres humanos que brincam... ha o jardim do eden que deixamos ha muito... Ha uma Avalon entre as brumas, o mar nunca dantes navegado, a ilha verdejante para alem do cristal de prateado... rumo a esse destino, saltando a rede que nos oprime e que esconde os verdadeiros horizontes, caminha uma humanidade mecanizada. Sobre o asfalto das nossas estradas tracadas com mente firme, deslizamos logo ao lado das areias onde tudo e dourado... basta olhar para o lado, basta ver o que parece invisivel!...
Unidos - nao separados - sabendo quem somos pelo trabalho da terra (que nos liberta da estrutura), pelo vinculo a familia (que nos liberta do medo e ameaca do nao ser)... apesar de mais bacas e frageis do que as familias do campo, estas gentes ainda tem forca para dar a volta por cima. Por muito que lhes queiramos vender o "frigorifico", por muito que lhes queiramos marcar o passo para que se atirem no precipicio...
... uma porta aberta para novos horizontes - onde o Timorense decida o seu destino, tenha o seu tempo e a sua propria forma de fazer as coisas... Teriamos que cantar o "Imagine" com o Lenon que levou o tiro, mas utopias existem desde que todos assim o queiram. Primeiro - no entanto - e necessario abrir a porta... trabalho ombro com ombro, perseveranca e uma visao de futuro!...
O guerreiro - marca da Indonesia - livre das suas cadeias... Temos imagem muito deturbada do povo que mora aqui ao lado - contam-se as historias como se veem, nunca como elas sao... Mesmo que as marcas negras do orco da cidade vao reptando pelo pilar da liberdade que se conquista, esta estatua permanece junto ao porto de Dili...
Este vendedor "deambulado", rosto triste e cansado, catua ja de seu direito, seria um homem erguido, de ferro em mao e carnes firmes na sua montanha querida. Aqui, triste e vergado, vende cigarros aos carros que passam, da o seu ao dono da tasca, aguenta o lixo que se acumula e que ninguem retira... ai, cidade cidade - quanto matas - orgulho, vontade e vida!
Alguem me olha - com desespero e cansaco - enquanto passo, rumo a embaixada. Que e feito do combatente orgulhoso - senhor do mato - perdido no mato da jungla civilizada? Vendendo cartoes de telefone, talvez pensando nos ideais e no tempo de camaradaria - onde o inimigo era facil de identificar e todos o combatiam. Hoje, nao se sabe de onde vem o golpe que nos verga - que nos ajoelha e humilha - mas o certo e que muitos colaboram e - subindo - enterram os irmaos dia apos dia...
... e cinzas - tantas, imensas! Desde o supermercado queimado na revolta contra os estrangeiros no 2003, passando pelo palacio de um governante e por todas as ruas onde um da montanha desceu ao "el dorado" do desespero. Nesta foto, um homem senta-se sobre um bidao vazio, perante os restos de um carro incendiado... cinzas de um povo, cinzas!
Malae is gone... os jipes de cooperacao, e da marca registada U.N, presidem a avenida que leva ao palacio do governo e a embaixada portuguesa. Entretanto, os ecos de conversas lusas e saxonicas abandonaram estas paragens. Ficam as criancas de olhar perdido no horizonte, esperando nova remessa de estrangeiros "bolso de ferro", nova "crava" que lhes facilite a vida... como se quebram os espiritos das gentes com o dinheiro facil e a mama tardia!
No "Boulebar of Broken Dreams" aqui da zona - dentro do City Caffe - confundem-se os simbolos e os detalhes. Num ecra gigante um funcionario procura uma imagem que nunca aparece, alguem permanece frente ao espelho sem que o reflexo seja claro, uma arvore de natais e festas passadas embeleza uma esquina esquecida enquanto coracoes cruzados anunciam festa (com ou sem par) a doze dolares "each"... ideossincrazias do lugar?...
No meio desta terra sub-realista, um Timorense diz "Sim" a foto, com perfeito Portugues e voz rotunda. Ele e a sua maquina tem a mesma marca, as mesmas tatuagens... todo o Timorense - aqui - acorda com a mesma marca registada estampada no rosto uma vez abre a porta... com duas letrinhas se escreve... encontras a pista?...
Os jipes marca "U.N" presidem a avenida. Um Timorense caminha - madeiro as costas como verdadeiro nazareno - procurando uns centimos atraves das frutas que o Malae acha sempre exagero... "...quanto custara uma manga la na casa dos estrangeiros?.. Devem ser de graca!" pensa o pobre homen enquanto atravessa a estrada depois de mais uma negativa na esplanada do City. A rua anuncia precos de fabula, os cartazes dizem "...apenas..." ao preco que daria ao Timorense uma semana de sustento para a familia. Uma rua, uma cidade em estado de Coma... contraste e ironia.
Uma casa em ruinas, dois dos eternos jipes marca "U.N" que invadem todos os pontos de "chiquismo" da cidade emprestada. Aqui - a porta do "City Caffe", um dos pontos "in" da Dili Malae - duas criancas procuram a sua sorte, fingindo umas muletas que nao existem mas que - passo a passo fingido e roubado - lhes roubam a independencia, a identidade, o futuro...
Junto a um dos cafes do centro, criancas perdidas como esta aglomeram-se - procurando vender algo - um bolo, um cartao de telemovel, um DVD pirata, um Vcd do mesmo sitio... Outras ja aprenderam ladainhas para convencer o Malae a dar uma groja. Perde-se o orgulho e a decencia logo a partida, perde-se a crianca logo a chegada a grande cidade...
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Maravilhas da vida diaria
Antes de mais - quero pedir-te desculpas leitor, pois sei o estranho que deve resultar o ler frases e palavras escritas desde um teclado anglo-saxao. Por vezes consigo "roubar um portatil" e, por isso, aparecem textos com estrutura ortografica correcta, mas a maior parte das vezes escrevo sem possibilidade de correccao.
Procura enquadrar e compreender e tenta rir-te um pouco do contracenso das palavras uma vez desfundadas do seu meio habitual...
Hoje procurei falar-te dos momentos - daqueles que acompanham o dia a dia dos que - como eu - andamos por paragens alheias em busca de nos atraves do outro...
Nao sao momentos epicos ou dramaticos, nao se salvam nem perdem vidas. Nao e uma serie estilo "Urgencias" nem um filme no que o Anjo "Jolie" ande feita rambo das N.U a salvar gentes um pouco por toda a parte...
E a simplicidade dos pequenos momentos que trazem alguma harmonia ao nosso dia a dia por aqui.
Como ves - somos pessoas normais, fazendo e vivendo com normalidade...
Talvez - nestes momentos - esteja ate o mais especial!
Vejo a convivencia entre povos, culturas e formas de ver o mundo - enquadradas em ambiente relaxado e com sorrisos a mistura. Estes sao momentos magicos sem duvida e um sorriso aflora aos labios de quem os conta e - espero - de quem os ve!
Bem haja!
Procura enquadrar e compreender e tenta rir-te um pouco do contracenso das palavras uma vez desfundadas do seu meio habitual...
Hoje procurei falar-te dos momentos - daqueles que acompanham o dia a dia dos que - como eu - andamos por paragens alheias em busca de nos atraves do outro...
Nao sao momentos epicos ou dramaticos, nao se salvam nem perdem vidas. Nao e uma serie estilo "Urgencias" nem um filme no que o Anjo "Jolie" ande feita rambo das N.U a salvar gentes um pouco por toda a parte...
E a simplicidade dos pequenos momentos que trazem alguma harmonia ao nosso dia a dia por aqui.
Como ves - somos pessoas normais, fazendo e vivendo com normalidade...
Talvez - nestes momentos - esteja ate o mais especial!
Vejo a convivencia entre povos, culturas e formas de ver o mundo - enquadradas em ambiente relaxado e com sorrisos a mistura. Estes sao momentos magicos sem duvida e um sorriso aflora aos labios de quem os conta e - espero - de quem os ve!
Bem haja!
Termino esta sessao de "momentos" em missao com o meu aniversario. Uma vela (das que usamos quando nao ha luz) um bolo feito pela gente, o nosso seguranca (O Martinho - que e benfiquista e ate ja pintou o cabelo de vermelho) e o Victor (o Medico Moldavo com quem trabalho actualmente). Celebrar a simplicidade do dia a dia e algo importante por aqui. Feliz aniversario a todos nos! Cada dia e motivo para celebrar!...
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