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sábado, março 31, 2007

The two Thrones


Neste mundo de luz e sombra – onde o de fora é aparência e o de dentro convulsão – o caminho para que as forças que nos compõem se façam harmonia tem sido complexo e, de certo, abrupto.

Em cada ser que desperta - a batalha pela “terra do meio” - de onde a sua consciência se eleva nas asas do espírito ou mergulha nas sombras do caos, tem semeado roturas na nossa forma de ver a vida, o mundo e as coisas… acima de tudo, na forma de nos encararmos a nós mesmos como humanos.

Se por um lado, as lendas do passado nos falam dos critérios antergos – ora como demónios ora como anjos, ora como mães perversas ora como pais tiranos – o certo é que, pugnando pela contextualização dos fenómenos observados, duas forças se debatem com igual pujança no teatro da actualidade.

Não sabemos hoje o que é a verdade, o que é verdade, se uma verdade existe ou se existe a “nossa verdade” sequer...

Tudo é rebatível desde o ponto de vista lógico, mutável desde o ponto de vista quântico ( invoca-se a mecânica quântica e seus sucedâneos como arma de arremesso contra o modelo “clássico” do mundo, das leis sociais e da vida).

Uma batalha entre a energia masculina e feminina está a arrebentar por entre todos os redutos de resistência que ainda possam existir.

Poderá parecer libertador, livre e harmonioso o tal mundo que se nos apresenta com os valores do boné frígio… mas há algo dentro – no profundo da consciência – que adverte sobre as suas benesses aparentes e sobre a beleza dos seus ideais pregados aos quatro ventos.

Se num triângulo de vértice que aponta ao alto os valores da aspiração imperavam, neste novo tempo de triângulos de vértice cravado na terra, os valores implicam um regresso à tradição obscura que se estende nas áreas mais intuitivas (ou caóticas) da nossa natureza.

Nesta pugna entre energias masculina e feminina, do deus e da deusa, da razão e da sombra, da ordem e do caos emergerá uma nova civilização…

Como Hegel postularia – entre uma tese e uma antítese - apenas poderá surgir uma síntese.

Esperemos que seja uma síntese de seres livres e não de escravos docemente atados às cadeias das artes subtis.

Bem haja.

2 comentários:

Micas disse...

Gosto de te ler em silêncio. De reflectir e meditar nas tuas palavras.
Gosto muito do teu Ser cristalino.

Bem Haja Cavaleiro da Luz.

Abraço

augustoM disse...

O que é a verdade? Um subtil devaneio da humanidade, para tornar cognoscível aquilo que realmente não compreende. A verdade, na verdade, só é verdade quando admite existir outra verdade.

O confronto entre o masculino e o feminino, é o próprio confronto da Natureza, caso contrário os seres eram bissexuais. É uma espécie do bem e do mal, um não existe sem o outro. É da dualidade que tudo é feito, por isso vivemos na ignorância.
Um abraço. Augusto