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domingo, maio 14, 2006

Finisterra

Um Sol-pôr...

Uma chama na ravina de rocha, esvaindo-se lentamente numa brisa marítima. Com ela se queimam os redutos de um “eu” que pertence ao passado – assim reza o Peregrino, este peregrino – à medida que o astro Rei marca o caminho do Homem até às águas da Noite...

Caras esturradas de mil quilómetros contemplam o horizonte, cada rosto uma história que converge neste “final simbólico”, cada um representa um desafio, uma partida, o sonho de um encontro...

A Lua se levanta quando o Sol se esmorece no horizonte. Como cada um dos cruzeiros do caminho na Galiza Mágica – que têm uma Maria amparando um Jesus nascente ou um Jesus já morto. Pensavam que matariam a Luz do Mundo, mas ela se mantém viva na face brilhante da Senhora das Marés.

Só mesmo os homens para inventar uma fé que fala de amor, sem sentir que o varao aprende a amar pela devoçao da fêmea que o traz ao mundo.

Só as águas permanecem – primeiro vermelhas com o ultimo suspiro do que se vai, depois prata e ouro numa cadência suave.
Vagas de crista branca lambendo as rochas lá longe.

O Peregrino sente que se encontra mais liberto, que está cada vez mais perto do seu sonho.

Queimei o velho, mergulhei na água salgada e descobri que é o amor que nos faz caminhar sobre o mar.

Pedro – tu nao sabes o que é amar... é o princípio da palabra amargura... mas é o único caminho que é verdade e que devolve a vida...

Bem haja

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