pub

sexta-feira, agosto 17, 2012

O quanto se espera tão pouco...



Mais de quinze mil biliões de anos para fazer com que o "Universo" entrasse em pele humana e falasse de si para si...

Mais de dez mil anos para que os macaquinhos enjeitados aprendessem a guardar as dicas que os avós não cansam de repetir...

Mais de trinta anos para começar a descobrir que não se quer bem ser o que nos disseram que devíamos ser...

Mais do que um batimento cardíaco para separar a linha entre viver... e morrer...

Enquanto o sol circula e o tempo apura - a ânsia de viver se esvai em múltiplos filmes e historietas, de montes e vendavais...

É no gajo que passa e que é o homem dos teus dias... na miragem ondulada que te despoja da carteira, do sono e das companhias...

É na viagem que tresvasa as fronteiras do teu mundinho conhecido e do "pessoal banal" - para teres histórias floridas, experiências vividas fora do teu cerco artificial... pitoresco animal;

Estrebuchas por dentro - ao ser esse enorme universo - trancado num espaço tão confinado... não - isso não é natural...

Dás aos pés e às mãos... não encontras comunicação - que chegue para dara entender dez mil anos a descrever...

Confundes a luz e a razão quando te dizem que não ao momento no que anuncias que queres viver - afinal - construíste durante trinta anos o caixão onde vais perecer... para quê dar marcha atrás?...

Qual crise dos trinta? qual irreverência adolescente? Ou vocês acham que a vida se submete aos padrões arbitrários da moda feita gente?

Uns dias é educado deixar a dama ao lado passar à frente... noutros chauvinista sequer pensar em pagar a conta sem ter em conta lavar os pratos e aspirar a sala que elas mesmas nunca nos ensinaram a aspirar...

Uns dias é divertido que haja um chefe que, no desatino, se deixe levar pelos nervos - pelo menos uma vez por mês... depois é contradança se o subalterno oficial se lança com algum "crlh" em bom português...

No fundo meus amigos - neste momento divino - que é teclar férias antes de se entrar para as jaulas com feras que nos pautaram sabe-se em que lugar: posso dizer e confessar:

se o humano pudesse, se das suas entrenhas um novo grito viesse - este mundo: que não é nosso - que é bem artificial - como diz o povo novo, a malta das raves de Portugal: "ia bater muita mal"!...

Enquanto houver essa réstea de esperança - de que há sempre espaço para a diferença e a mudança - apreciaremos a música da criação - sabendo humano o toque sagrado da batuta do mestre criador...

No dia em que tudo flua num sentido pristino - sem mácula ou distensão ou desatino - então é momento de partir para outra terra; de começar a viver uma qualquer quimera - pois o Patrão - com todas as linhas que se cruzam quando se abre uma boca obtusa - terá deixado de lado o próprio dilema de ser empregado e - ao mesmo tempo - opressor;

Vamos andando - contra vento e maré remando - que nesta nau dos tempos - o que comanda a vontade é mais alto do que eu...

Se assim não fosse, minha chama teria à muito se esbatido, e eu seria mais um fantoche no palco dos muitos que aspiram a ser "meninos bem"...

Sem comentários: