Como podem?
Invocar a saída desta escola de vida, sem conseguir amar-se a sí mesmos junto de outrem, sem conseguir amar uma flor, um momento, um suspiro – e querer amar o universo todo, o tempo inteiro, a existência para além dos limites imaginários da forma?
Como querem, pairar no espaço, levitar por mundos paralelos, navegar entre o desconhecido – se nas horas pautadas, nos cantos escondidos e nos dias ordenados não conseguem subsistir sem escapismos fáceis e universos imaginados?
Como te dizer – alma que suspiras por outros mundos – que, enquanto não fizeres deste canto teu caminho, do teu corpo teu segredo e do abraço o teu ninho, vai ser complicado dar passos em mundos paralelos que não tenham mais guia ou norte do que ecos, como gritos entre a bruma abafados…
Nem tudo o que reluz é ouro – se tanto e tão bom está do outro lado do pano – porque ainda habitamos nós deste lado?
Será que, no fundo sabemos, que os "escapismos supraterrenos", serão sempre sombras sem luz no ocaso de um momento chamado "agora"; aquém do tal horizonte ansiado, de nome “tempo partilhado”?
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