pub

domingo, setembro 17, 2006

Um Lugar ao Sol

Há um lugar que é teu... que foi sempre teu.

Esse lugar é a tua terra prometida, esse lugar é o teu pedaço de pertença… esse lugar existe – e vais ter de o lutar…

Vais ter de deixar atrás todas as desculpas que te deste para estares noutro lugar que não o teu lugar.

Vais ter de ousar desagradar a muita gente – inclusive a ti próprio – até descobrires quem és realmente e quanto de ti são colagens de outro lugar;

Vais arriscar ser feliz – e olha que isso custa - quando te habituas à desculpa de qualquer coisa para te aferrares à infelicidade que te define como quem não és, obrigando-te a estar onde não queres estar;

Vais arriscar ser e ter prazer – à tua maneira – para além das convenções e das regras, até sentires bem, até te sentires bem... o teu lugar;

Vais experimentar caminhos fáceis, vais falhar, vais levantar outra vez, e voltar a cair… e de novo recomeçar, não compreendendo o que te motiva a erguer, o que te motiva a andar... mas sabes que existe... o teu lugar.

Vais-te perder e re-encontrar - tantas vezes que vais começar a sentir-te louco… isso é bom – estás mais perto do teu lugar e de ti mesmo e mais longe de todos os outros lugares que – ainda belos e soleados – são lugares de outros, não são o teu lugar.

E vais curtir – as tuas fadigas e cansaços – os teus dias de sol e de paz… e uns e outros terão um mesmo valor – não mais te vais queixar da carga quando sentes que a carga te faz avançar… te impede parar… te obriga a lutar… porque há um lugar...


Vais encontrar um lugar…

4 comentários:

Micas disse...

A eterna busca do Graal...
Aceitando o que a vida nos dá, principalmente o "menos bom" aceitando como evolução, um dia chegaremos ao Graal :)

Abraço

A. Pinto Correia disse...

haverá lugar algum que nos esteja reservado? talvez haja desncanto nesta pergunta, mas não consigo vislumbrar o ponto certo, nem Graal, nem coisa nenhuma. Somos seres perdidos exilados por um Deus, também ele exilado.

Simbelmune disse...

Compreendo-te e comungo dos teu pensar e sentir Unicus. O facto de expressar o que nos vai dentro, de desafogar esta angustia, é - no entanto - sinal de que esperamos que alguém receba a mensagem, de que algo nos salve quando nós já desanimamos de encontrar o lugar ou de abrir os olhos para o ver caso este apareça.
Essa esperança – essa chama de vela em noite de tempestade – faz com que berremos a dor ou a graça. São vestígios de luz que vão ficando cá por dentro.

Há um lugar – a porta é estreita e poucos são os que entram – mas há um lugar. E pode ser que eu não entre, mas sei que muitos entrarão.

Encontramo-nos no oblívio mesmo assim. Um abraço de solidão a solidão.

Anónimo disse...

Já quase cheguei lá...ao tal meu lugar.
Beijos