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terça-feira, janeiro 01, 2013

Sem Dó...


Se o dó quisesse ser "lá": pois - como todos sabem e muitos se empenham em fazer saber - é no lá que as cordas latem é no lá que o mestre "artista" afirma a arte - afinando sua lira, sua harpa, sua guitarra pela nota suave que "lá, lá" vai cantando...

seu "alala" das marinhas entoando...



Assim - triste e amorfa perda me doía - que todas as restantes notas deste eterna melodia - sejam transformadas por quem acha que entende o supremo artista - em notas semelhantes - baças, ocas e frias - remoendo de forma constante o mesmo som aberrante - como que um risco num quadro negro dos tempos antigos ou o tom mal fendido pelo canto enrijecido por tanto repetir:

sem graça - a mesma monocorde estrutura para ser como toda a outra nota que passa...



cinzenta, despida da vida... sem graça...

Descobrir o teu ser, o teu ritmo, o teu verdadeiro querer...

encontrando o eco sublime na esfera de luz que te imprime:

entrelaçando a tua oitava na fundamental...
dança das eras sem tempo, caminho aberto por dentro...
 sintonia devida a todo o ser ao despertar



Do sono das eras sem tempo, da cegueira de caminhar sem rumo certo, da ignorância da ganância, do barulho do pequeno "eu" que oprime, do entulho da posse que me suprime, do embriagamento de estar no centro quando sou parte de poesia que corre em harmonia - como letra garrida entrelaçada nas linhas da vida - e que tem sentido com outras letras... mão em mão...



Assim - os que atendem ao afinamento - de fazer todos marchar igual por dentro - enfatuando o de fora como ultimo fundamento, deturpando os que agora chegam com inglório aliciamento - que despertem!

Eles guardiães do esquecimento, obnibulados por seu próprio ser separado da sinfonia dos elementos, caídos nas trevas dos materiais, despidos sem atender ao refinamento do tão sublime Elemento para maior glória do sem Nome, para maior virtude da Obra, para mais simples e belo Alumbramento dos fios de luz que se entretecem nas realidades sublimes - que sonhadas - são caminho de vida para perfazer estrada:

firme sustento de quem caminha por dentro, nestas terras de fora...
via una quando por dentro E por fora contemplada


Sintonia... harmonia... consciente... regresso...


Acorde... sintónico... múltiplo seu inteiro... ancestral memória da Fundamental...

Entrelaço... o ser baço... que se encontra além da máscara do que chamo de "real"


E - assim cresço... desapareço... abraçando o que envolve com asas de bruma e segreda com doçura aquilo que é meu guardar...


E assim regresso... como fogo que ascende... procuro a original corrente:

eu rio...  

esse algo a MAR...


E de novo me condenso...
aspiro...
me faço gota...
já sem medo assumo o caminho...
denso...
regressar...



...entrelaço... dissolvo... confio... e sou gerado:
 para o vazio 
no vazio me venho plantar...



Semente de vida... rebento do todo... holograma das eras pronto a desabrochar...


Sou Lux... sou uma via... sei o caminho a preencher... vou desabrochar... transformar... iluminar... dar vida... gerar o existir... o tempo... o lugar...


De mim se faz... em mim se compraz... entrelaça-se o SER e de mim se faz ser...

Ecoa o etéreo sonho em vida... irradiação de luz em harmonia... se entrelaça o sonho no chão do coração: vida É...



Criação

Semente de luz repetida... essência de sonho revivida... ondulação fundamento linhagem do real...

Descendo

Me fragmento

Me faço cor, som, vibração original



revejo o primórdio, revejo e é acórdio... 
revejo o sempre no ontem e na manhã

Tudo desperta, tudo em mim é... e será...


Vejo no espelho... 
humano triste, criança ou velho... 
rosto de tronco da vida a desabrochar... 
semente feita gente... 
feita folha cadente... 
feita floresta, planta, mar ou céu... 
ou olhar



SIM... TUDO É BELO... 
Tudo brilha, vibra, cintila

Tudo fala, se nutre, oscila

...se transforma a essência em brincadeira garrida
sonho feito imagem que se reflecte na despedida e se refunde na amalgama da qual partira...


Verde... luz perene... eterno presente

Para ti... para mim... para toda a gente

Pois tudo - sim tudo - SOU EU...

para além do "É" do verbo Ser

e do "U" que mergulha e volta a renascer - em ciclo antergo e intemporal




E-U

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